4. Mãe

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Queria reconhecer essas linhas desenhadas na tua testa,

nas tuas mãos.

Severas outrora,

Suaves agora.

E que insistem em tremer de medo,

insegurança,

ou de uma fragilidade mansa

da brandura que te resta.


Já não te conheço sequer a idade.

O tempo roubou-te o tempo.

Ou foste tu quem mandou o tempo embora?

Já não contas os minutos, nem os dias, nem as horas...

Para ti, o futuro é o agora.


O passado escasseia-te na gaveta da memória,

como meias desemparelhadas, 

perdidas, a ganhar pó.

O futuro é miragem, relógio estragado,

que de tão desconcertado,

descansa só.


Aleamentos pensatóriosOnde histórias criam vida. Descubra agora