Capítulo VXIII ( Visitas? )

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Tony estava debruçado sobre o balcão, mexendo os dedos nervosamente, enquanto Bruce conferia os monitores ligados a Peter. O garoto ainda dormia desde que fora submetido ao grande estresse de suas memórias. Viril observava tudo à distância, sem saber como ajudar.

— Vai demorar muito para o Peter acordar? — Tony perguntou, num tom que misturava impaciência e preocupação.

Bruce passou a mão na nuca, sem tirar os olhos do computador que mostrava gráficos e leituras vitais.

— Eu não sei. Pelo que aconteceu na cabeça dele, pode ter havido algum trauma psicológico. Ou algo além disso.

A pergunta de Tony ficou sem resposta por alguns instantes, até que o monitor cardíaco começou a apitar, acelerado demais. Bruce e Helen correram na mesma hora, verificando o peito de Peter, seus reflexos, a coloração da pele. De repente, Peter se sentou, num sobressalto, o olhar assustado.

— Peter, se acalme! — Tony correu até o filho, pondo uma mão em seu ombro.

O Aranha examinou o ambiente. Viu a claridade fria do Med Bay, reconheceu os aparelhos ao redor e lentamente respirou, os batimentos se estabilizando. Mas Helen notou algo: o olho esquerdo dele adquirira um tom rubro.

— Se afastem! — Aranha rosnou, num tom diferente. — Não é o Peter — Bruce alertou, erguendo as mãos num gesto de advertência aos demais.

O garoto — ou melhor, a personalidade que assumira — moveu lentamente o pescoço, observando cada um no local.

— Peter está descansando. Muitas memórias foram invadidas sem permissão, mas compreendo que foi necessário. Pelo visto, descobriram que não é só a mutação de aranha que temos. — Ele deteve o olhar em Tony, que recuou levemente.

— Isso aconteceria uma hora ou outra... — a voz rouca suspirou. — Como as chamas aparecem nas mãos? — Helen perguntou, a curiosidade vencendo o medo.

— A pele gera as chamas — respondeu, erguendo a palma e produzindo uma chama azul na ponta do dedo. — A Hydra, sem saber, chegou a um resultado impossível na pele humana. Então, mantivemos esse segredo. — A chama sumiu em um piscar de olhos.

Ele ficou em silêncio por um segundo, como se avaliasse o ambiente.

— Mantivemos em segredo também o fato de já termos sido Diretor... — Fez uma pausa, mas não prolongou o assunto. — Enfim, aconteceu algo de grave?

— Nada demais. — Bruce retirou os fios que ligavam Peter aos monitores, aliviado por não ver sinais de ferimentos maiores.

Aranha piscou, como se algo em seu interior cedesse, e então voltou a falar em tom mais brando:

— Então... só para avisar, Rei T'Challa e Princesa Shuri vêm passar um tempo aqui na Torre.

A reação foi imediata.

— Só agora você diz isso? — Helen levantou a sobrancelha, surpresa.

— Achei que todos soubessem — Tony se defendeu.

— E quando chegam? — Bruce indagou, recolhendo uma agulha do braço de Peter (ou da personalidade).

— Hoje...

O silêncio foi quebrado por um grito coletivo:

— O quê?!

[...]

Poucas horas depois, Peter reassumira o controle de seu corpo. Ao despertar, fora rapidamente envolvido num abraço tão apertado de Tony e Stephen que quase ficou sem fôlego. Logo em seguida, enviou uma mensagem para May, confirmando que estava bem e que os papéis de sua tutela já estavam resolvidos oficialmente.

Diretor da Hydra  (APRIMORADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora