Uma pessoa triste, pode ajudar outra pessoa triste?

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Acordo meia hora antes dos despertador alarmar, por incrível que pareça, e fico deitada olhando para o teto e pensando em Guilherme, pensando no que ele me falou ontem, os hematomas em sua barriga. Ele deve sofrer muito, penso, tenho que ajudá-lo que alguma forma...

Eu sabia e queria ajudá-lo, só não sabia como.

Uma pessoa triste, pode ajudar outra pessoa triste? Me pergunto enquando me levantava. O despertador alarma e vou indo para o banheiro, quando vou chegando minha mãe me chama e diz:

- Minha filha, seu pai teve que ir mais cedo para o trabalho, você pode ir andando para a escola? - Pergunta ela enquanto se arrumava rápido.

- Posso sim mãe. - Respondo passando as mãos nos olhos.

- Sim, tem outra coisa, você vai passar o dia só em casa. Tá? Tenho umas coisas para resolver o dia inteiro. - Diz ela enquanto descia as escadas que dava para a sala.

- Aff, mas um dia só, eu já deveria esta acostumada a não receber atenção deles. - Digo enquanto entrava no banheiro. Fico um tempo embaixo do chuveiro pensando, até que minha mãe bate na porta.

- Renata, cuide se não você irá se atrasar! - Grita. - E desliga o chuveiro, você não é a presidente dos EUA que não paga água!

Aff, sempre a mesma coisa, perdeu até a graça, penso enquanto me enrolava na toalha. Me visto rápido e vou descendo para a sala.

- Tchau mãe! - Digo enquanto saia.

- Tchau, cuidado! - Responde minha mãe.

Vou andando olhando para tudo e todos atentamente, na esperança de ver Guilherme, mas não o vejo. Vou chegando na escola quando vejo ele descendo do carro do pai, espero um pouco o carro se afastar para poder sair correndo atrás dele.

- Ei! - Grito. Enquanto corria. - Oi! Esta tudo bem?

- Olha Renata, não precisa fazer isso. - Guilherme diz de cabeça baixa.

- Isso o que? -  Pergunto calmamente.

- Tentar faze com o que eu me sinta bem, só pelo fato de meu pai ter brigado comigo na sua frente e você ter me visto chorar feito um bebê.

- Olha. - Respondo colocando minha mão em uma das duas bochechas. - Eu vou fazer isso sim, mesmo você gostando ou não, oush. Sou mais velha, quem manda aqui sou eu. - Dou uma tapa na bochecha dele.

- Mas velha? - Ele dar uma risada. - Tem quantos anos?

- Quinze aninhos, só que completo dia 01 de Janeiro. -  Respondo com um sorriso.

- É... Realmente é mais velha. - Ele dar um sorriso. - Obrigado por me fazer sorrir. - Guilherme diz com vergonha.

- Amigos são para isso. - Respondo enquanto entrávamos na escola.

          *                   *                   * 

Toca para o intervalo, eu e Guilherme ficamos na sala conversando.

- Você tem alguma coisa para fazer hoje? - Pergunto.

- Não, não tenho nada para fazer. - Responde ele. - Mas por quê?

- Vamos para a praia hoje depois da escola?

- É... N-não sei. - Gagueja o menino.

- Nada de não sei, vamos sim! - Respondo autoritária.

- É... que eu n-nunca fui na praia, em Midvale só tinha lagoas e alguns riachos. - Guilherme fala nervoso. - E eu não sei nadar muito bem...

- E só não ir para o fundo besta. - Digo empolgada. - Vamos sim, né?

- Ta vamos. - Guilherme diz com um sorriso.

- Garanto que você irá gostar. - Retribui o sorriso.

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