sanctuary, hyunho.

prayers, gods, worships, bibles

oi bbs, como vcs estão??

 muito obrigada pelas 50 (63 agr, vou chorar) views, to feliz demais, de verdade.

votem e comentem se quiserem aaa nao sei, eu gostaria que comentassem, realmente gosto de responder ksjksd,

boa leitura ♡ 

〄

Levantando com um suspiro profundo, Hyunjin se alongou, letárgico, notando a rigidez de seu pescoço e o leve inchaço dos músculos, tendo a certeza de que acordaria no dia seguinte dolorido.

Atrapalharia seu desempenho no culto, seus pais não gostariam disso.

Deus não gostaria disso.

Mesmo já tendo avistado as chaves suspensas na fechadura, percorreu a livraria sagrada lentamente.

Mirava as minúcias das estantes, os ornamentos das colunas, o piso frígido que refletia o satélite brilhando no céu.

Era tudo branco, branco e puro, puro e divino.

O cheiro dos livros era o único componente mundano do estabelecimento, lembrando Hyunjin de onde estava. As capas prístinas e a falta de poeira, até mesmo nas páginas mais antigas, faziam com que o lugar aparentasse ser um pedaço do céu na Terra.

Hyunjin nunca admitiria, mas era lá onde se sentia mais próximo de Deus — mais até do que em Sua casa. Era onde se sentia mais digno de Sua observação. Onde sentia que tinha alguma chance de ser um garoto celestial, alguém que mereceria a salvação divina.

Reverenciando o ambiente, tomou as chaves em suas mãos. Frias, frias e douradas, douradas e prateadas.

Celestiais.

Divino.

Encontrando a chave correta, Hyunjin apagou as luzes. A mudança da atmosfera facilmente perceptível na ausência do pálido feixe de luz do candelabro no teto. Principalmente em noites como esta, quando ele era o último a deixar o lugar.

Crendo que o silêncio tornava o sítio ainda mais sagrado, o garoto abriu a larga porta transparente sem fazer ruído algum.

A porta.

Era a única parte que o incomodava.

Quando estava na livraria, Hyunjin se imaginava no céu, acompanhado de outros anjos e livros com registros dos puros crentes da Terra.

Todavia, um mero olhar à porta e, consequentemente, ao mundo exterior, e o garoto lembrava: estava em Daegu, rodeado de pecadores e livros com registros das poucas almas que teriam sua salvação.

Vidro. Vidro e gritos. Vidro, gritos e calor.

Assim que saiu da biblioteca, Hyunjin sentiu calafrios. Os sons eram perturbadores. Em seu relógio de pulso, checou o horário: duas da manhã. Devia ter chegado em casa seis horas atrás.

Inaceitável.

Havia perdido o jantar. Não sentia fome, mas como sentiria? Sabia que seus pais haviam feito suas preces à mesa.

Haviam se comunicado com Deus e Hyunjin não estava lá.

E se a divindade não o julgasse digno mais? Poderia Ele, com toda sua bondade e compaixão, perdoar um pecador como Hyunjin?