confissão

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No dia seguinte acordei mais cedo do que o de costume. Era umas seis da manhã, e Nathy já estava preparando o café quando acordei. Ela como de costume não falou muito, me deu bom dia e foi embora.

Fiquei um tempo sozinha tomando meu café, aproveitei para me sentar no jardim e observar o sol que vinha para esquentar meu dia. Minha mente quase não captou as imagens do céu, pois estava pensando no que dizer pra meninas, não era como se eu tivesse vergonha do meu passado ou algo assim. Eu apenas não queria dividir minha história sobre meu David, com ninguém. Ele era tudo o que eu tinha da época mais feliz da minha vida e pode-se dizer que sou egoísta, mas não quero dividi-lo com ninguém, era nele que eu encontrava meu refúgio nesses dias da minha velhice.

Caminhei devagar voltando para o meu quarto, fui até meu guarda roupa abrindo-o e pegando um baú que tinha guardado ali a anos, e o abri. Bem no fundo dele, escondido, estava uma caixa linda marrom com detalhes dourados com a coloração já gasta pelo tempo, caminho com ela em mão até uma poltrona que fica perto da janela que fica de frente para o jardim. Me sento e coloca a caixa no meu colo, deslizo calmamente meu dedo pelos detalhes da caixa.

Milhares de lembranças invadem minha mente me fazendo ficar com os olhos marejados. Nessa caixa,eu guardei tudo que tinha de David, tiro lentamente meu colar que sempre estava sempre comigo e o coloco na fechadura.

Clik

Com esse pequeno barulho ela estava aberta. Vi as coisa que há anos não olhava. Encontrei a farda de David, me surpreendi ao perceber que o tempo não foi capaz de desgasta-la, achei as minhas preciosas cartas e junto também encontrei nossos colares que usávamos como símbolo de nosso compromisso. Para nós era como se fosse nossas alianças, já que quando ele foi para a guerra não tínhamos nos casados ainda. Ainda era sete horas, as meninas só estariam aqui lá pelas nove já que a mãe delas também irá vim para ouvir a minha história de amor.

Passo os olhos pelas cartas, meus olhos ficam marejados, pois consigo me lembra de cada palavra que foi escrita nelas, não precisando reler para saber o que cada carta quantia. São trinta e oito cartas no total, que várias vezes me trouxeram uma alegria incondicional, mas agora, está me trazendo uma saudade sufocante. Já se faz cinquenta anos desde a última carta, e eu ainda consigo me lembra do seu perfume, o perfume de David. Que cheirava hortelã e tabaco, que pode parecer irônico, pois ele não fumava. O odor do tabaco vinha do comércio que ele trabalhava, antes de tudo mudar nas nossas vidas completamente.

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