lembranças

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Eu já tinha tudo arrumado tudo quando as meninas chegaram. As cartas estavam empilhadas para eu poder contar sobre elas. Me sento perto da janela pensando em como eu vou contar a minha história, porém, eu ainda tinha um pouco de receio sobre revelar sobre essa parte da minha vida, mas por fim decide que vou fazer isso.

– Olá meninas. - as comprimento assim que elas entram no meu quarto.

– Olá vovó. - disseram elas em um único som o que me fez rir.

– Mamãe eu ai fica para ouvir, mais apareceu um imprevisto então vou ter que ir, espero que a senhora não fique triste.

– Não, está tudo bem e as meninas te contam depois. - a tranquilizo.

– Obrigado por fica com elas. A tava quase me esquecendo, o Lucas te mandou um beijo. Bom já vou indo e até mais tarde, te amo mãe. - disse sorrindo para mim.

– Manda outro e diz para o meu genro que estou com saudades, também te amo filha. - responde e acena com a cabeça e saiu do quarto fechando a porta.

Assim que estamos sozinhas no quarto as meninas logo começam a questionar:

– Vamos vovó, começa a nos conta logo. - uma delas pede impacientemente e a outra concorda com a cabeça.

– Tudo bem queridas, fiquem calmas. Olha meninas já vou dizendo que vai demorar um pouco mais de um dia para contar tudo, okay? - as olhos atentamente, elas se sentem no chão na minha frente e concordam:

– Tudo bem. - afirmou a May.

– Eiii vovó e todas essas cartas o que são? - pergunta curiosa.

– Se vocês tiverem calma vou explicar, já já chego nelas. - desvio os olhos delas para a janela, respiro fundo tomando coragem. Essa parte da minha vida é especial demais, e agora vou compartilha-la. Volto a olhar para as minhas netas que esperavam atenciosamente para ouvir. – Bem vamos lá. Eu conheci o grande amor da minha vida no ano de 1943 na época da guerra; ele era um homem bonito, simpático, gentil. Estávamos na nossa juventude, pois ambos tinha dezenove anos quando o conheci. Ele era alto, tinha cabelos escuros e olhos castanho esverdeado; era também moreno e todo musculoso. Tinha uma boa aparência e uma voz, ahhh a sua voz era maravilhosa! Eu amava ouvi-lo falar só para poder ouvi-la. - sinto que meu rosto esquenta, pois acabei ficando envergonhada. – Já eu era baixinha e gordinha dos cabelo cacheados. Não como estão hoje, naquela ela meus cachos eram lindos. Meus olhos vocês já sabem, sã castanhos. Bom, naquela época eu só não tinha essas rugas e cabelos branco, mas dá se vocês tirarem isso conseguem me imaginar naquela época maravilhosa. - sorri para elas que retribuem  com sorrisinhos animados.

– Eu era um moça comum, não tinha nada de diferente. Não era muito bonita e não tinha nada a oferecer para um homem. - suspiro me lembrando de cada momento do meu passado. – Já tinha até decidido dedicar a minha vida somente a enfermagem, porém, tudo mudou na minha vida no dia que o David entrou no hospital. - puxo meus lábios em um pequeno sorriso ao reviver o momento exato em minha mente. – Era meu primeiro dia no hospital, ele chegou com a mão cortado pedindo ajuda. Eu nem observei ele de primeiro, estava tão focada em prestar ajuda que não reparei nele, mais quando eu finalmente olhei para seus olhos castanho que tinha um brilho intenso. Meu coração parou , naquele instante. - olho para as meninas que ficam ainda mais  animadas. – Ele me olhou com ternura e agradecimento, e simplesmente não tinha como eu não me derreter por ele naquele momento. Senti que a minha vida depois daquele dia não seria mais o mesmo. Eu o coloquei sentando no leito após fazer o curativo e logo depois dei um remédio para dor. Então ele me disse as primeiras palavras que eu nunca seria capaz de esquecer durante minha vida.

– Como é o nome dessa linda enfermeira tão prestativa? - ele sorriu de forma tão doce.

No primeiro momento eu fiquei sem
reação, paralisada, mas depois de segundos que para mim parecia horas. Respondi timidamente:

– Débora Araújo, hoje é meu primeiro dia aqui então por isso não tenho crachá. - respondo envergonhada.

– Débora Araújo, bonito o nome. - ele repete meu nome lentamente, como se quisesse guarda-lo e não esquecer. – Você quer saber o meu? - questionou de maneira sugestiva.

– Claro. - afirmo rapidamente o fazendo sorrir, logo me explico. – Desculpa eu tenho que saber para fazer as fichas dos pacientes. - comento ainda meio envergonha.

– Meu nome é David Garcia. - me estende a mão com um enorme sorriso no rosto e eu timidamente aperto minha mão na sua.

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