❄️ Capítulo 1 ❄️

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     Se passaram várias estações e ainda me lembro da primeira vez que encontrei Eric na floresta

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     Se passaram várias estações e ainda me lembro da primeira vez que encontrei Eric na floresta. Um jovem adulto que impossivelmente passou pela fronteira a procura do seu cavalo perdido, que por coincidência estava comigo. O cavalo é um alazão da cor preta, que foi muito carinhoso comigo e não se assustou com Denon, meu urso polar. Lembro de suas palavras e sua feição incrédula vendo pela primeira vez uma menina criada pelo gelo.

     – Você… É uma icer? – sua mandíbula tremia por conta do frio enquanto se aproximava a passos curtos de mim.
     – Não! – respondi com um sorriso. – Sou apenas uma humana que assim como você conseguiu passar pela fronteira, tem um urso polar e está sem proteção para o gelo. Claro que sou uma icer seu bobo!

     Pela primeira vi um sorriso que acelerou meu coração e sua risada foi tão cheia de alegria que me assustei. Histórias contam que humanos não riem, só pensam em morte e não carregam uma aparência bonita, mas consegui perceber que são apenas mentiras contadas para termos medo do que não conhecemos. Nossas mãos se tocaram pela primeira vez quando entreguei a cela de seu cavalo que estava segurando. Uma mão quente e uma fria. Sensações estranhas despertadas em duas pessoas de raças diferentes. 

     Ficamos parados olhando um para o outro, mas meu urso polar atrapalhou aquele momento rugindo. Seu jeito selvagem nunca deixou que alguém que não fosse conhecido encostasse em mim, e esse foi um dos vários motivos para meu pai me dar logo esse urso.

 Seu jeito selvagem nunca deixou que alguém que não fosse conhecido encostasse em mim, e esse foi um dos vários motivos para meu pai me dar logo esse urso

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     – Não tem medo de mim? – fez uma pergunta a mim subindo no cavalo.
     – Se tivesse, teria fugido ou te congelado no momento em que te olhei. – meu urso polar chegou perto e passei meus dedos em seu pelo macio.
     – Qual seu nome princesa? – levantei uma sobrancelha surpresa.
     – Como sabe que sou uma princesa? – subi no meu urso polar.
     – Uma mulher bonita assim, com elegância e roupas chiques não seria apenas uma plebéia ridícula.

     Lembro-me que não gostei do jeito debochado que ele falou a palavra plebéia. Nem todas as histórias podem contar uma mentira, humanos tratam uns aos outros diferentes, como se fosse melhor do que o outro. Consegui perceber isso apenas pelo seu jeito de falar.

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