Alice Scott
6:03 AM
Março, 20, 2017/ Segunda

O começo de mais um longo dia chato e estressante. Exatos seis dias antes do meu aniversário de 19 anos, a data mais importante, palavras de Arizona, minha mãe.

Para ela meu aniversário será o mais importante de todos, será o ano que me tornarei aquilo que devo ser, até hoje não entendo sua fala, mas adivinho que seja, por causa de que irei sair de casa em breve. Prendendo morar sozinha logo. Esse sempre foi meu sonho.

Entro na sala e sento na frente, hoje não irei forçar minhas vistas. Espero o professor chegar junto ao restante de alunos. Jenna fala algo mas eu não tiro o rosto do livro que trouxe para ler, Crepúsculo. Muitos os julgam pelo filme, mas eu amo. Talvez pela história que me atrai ou o triângulo amoroso que Bella fica entre Edward e Jecob. Eu também não saberia qual escolher.

Ter que decidir com qual pessoa irá passar o restante de sua existência, é algo tão...

- Crepúsculo... Mera mentira... - Escuto a voz de Jess ao meu lado e viro meu rosto, e o vejo mais perto do que imaginava. Ele está a centímetros de mim, eu vou um pouco mais para o lado.

- Eu não acho... - Eu encaro seus olhos negros como a noite.

- O amor deles pode sim ter sido algo... Como poderia dizer... Metaforicamente desejoso... Mas vampiros se apaixonarem por humanos tão fracos como ela... Acho impossível... - Murmura e se senta na cadeira ao meu lado. - Eu não acredito nesse tipo de... Amor.

- Oras... Bella é uma humana forte, deveria ler os restante dos livros e saberá como ela é forte e...

- Burra... - Completa mostrando seus dentes alinhados e brancos como a neve em um riso debochado.

Quem ele pensa que é?

- Não, Bella não é burra por acreditar no amor verdadeiro e defender quem ela ama... Contrário de muitas pessoas que tem o coração de gelo...

Ouço ele resmungar algo como: "Humanos..." ou algo assim... Não entendi claramente.

- Este livro descrevem o vampiro como um ser romântico e dócil, nunca viu contos onde os vampiros gostam de sangue e morte? - Pergunta me encarando divertido.

- Sim, aliás... Muitos, porém sempre acharei que tem um lado bom, todos temos. Não importa se é um ser humano ou não... Temos um lado bom. - Digo antes de me virar, ao ver o professor que começa a aula, deixando Jess calado ao meu lado.

- Você não pode sempre ver o lado bom das pessoas... - Murmura, mas eu acabo ouvindo, mas quando ia perguntar a Jenna me chama e começamos a conversar.

(...)

00:03 PM
Março, 21, 2017/ Terça

Sentada de frente para minha escrivaninha, fazendo "A" de inúmeros tamanhos. Começo a divagar com as falas de Jess hoje mais cedo.

"Vampiros gostam de sangue e morte..."

"Não pode sempre ver o lado bom das pessoas"

O que à de errado com ele afinal? Por que ele é tão rancoroso?

Saio de meus pensamentos com batidas na porta e me levanto da cadeira giratória, onde estava sentada.

Ando até a porta e abro dando de cara com meu irmão, Adam.

- O que quer? - Pergunto a ele que entra em meu quarto sem minha autorização e se senta em minha cama. - O que houve?

Fecho a porta atrás de mim e me sento ao seu lado.

- Papai brigou comigo... De novo. - Murmura olhando suas unhas pequenas.

- Por? - Pergunto levando minhas pernas ao encontro de meu peito e encosto minhas cabeça nas mesmas.

- Não consegui ler o que ele me mandou ler. - Disse baixo, aparentemente envergonhado.

Meu irmão tem Déficit de Atenção, ou seja, não consegue se concentrar em devidas coisas, e uma delas é sobre escola. Ele tem quinze anos e agora está aprendendo a ler.

Mesmo eu brincando com ele as vezes, sei que isso é uma doença seria.

- Ah... Você é burro mesmo em... - Brinco batendo em seu braço e ele ri batendo no meu também. - okay, chega.

Adam cruza os braços e balança a cabeça em um gesto de repreensão.

- Vou para meu quarto. - Diz se levantando e indo até a porta, mas antes chamo seu nome, o fazendo virar.

- Um dia você consegue. - Falo e ele assente com a cabeça, abrindo a porta e passando por ela.

Após a mesma se fechar caio de costas na cama e encaro o teto e suas estrelas que colei, ainda fracas por conta da luz.

Suspiro pesadamente.

Ter seis irmãos não é algo fácil de lidar, mesmo que apenas dois morem de baixo do mesmo teto que eu.

Decido me levantar e ir até a varanda, me sento na poltrona que coloquei ali fora e pego o livro na mesinha ao lado e rio ao ver que se tratava de "os ventos uivantes".

Lembro-me como se fosse ontem, que vim a comprar esse livro por apenas o ver em Crepúsculo.

Olho para as árvores ao lado de minha varanda. Nunca cheguei a perguntar o real motivo de termos vindo morar afastado da cidade.

Mas agora entendo, o silêncio, a paz que tem neste lugar é maravilhoso.

Ao continuar olhando para as árvores escuras, vejo alguns arbustos se mexerem e me levanto curiosa.

Deixo o livro aonde estava sentada, e vou até parapeito e forço minha visão.

Os arbustos se mexem novamente e pulo de susto.

O que será aquilo?

- Quem está aí? - Grito e os arbustos se mexem novamente. - Mas que merda...?

Agora me pergunto o porquê da mal visão ser de família e amaldiçoou a mal visão. Não consigo enxergar, até que vejo um vulto branco passando rapidamente.

Dou um passo para trás e fico me perguntando o que diabos era aquilo?

Vejo que a tal coisa saiu da floresta e vejo que se trata de um lobo. Muito normais no Colorado, mas não brancos e muito menos desta tamanho.

O lobo com sua pelugem branca para diante da minha varanda e me encara. Daqui consigo ver os olhos negros e fico paralisada.

Não sei quando tempo eu o olhava, admirada ou com medo o suficiente para não mexer. Até que um barulho alto da floresta, como algo grande se quebrando o faz voltar correndo e me deixando paralisada encostada ao parapeito.

Como isso era possível?

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⏰ Última atualização: Jun 16, 2020 ⏰

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