A Estrela na Escuridão

Capítulo 6

O segundo dia de Isabel no navio amanheceu, como na manhã anterior, a garota foi encaminhada de fazer tarefas.

Isabel, Sophie e mais alguns piratas foram encaminhadas de lavarem o convés.

O convés estava todo molhado por água e sabão, Isabel esfregava o chão com uma espécie de escova. Sophie limpava a borda com um pano molhado.

O capitão estava no leme conversando com Grace e o outro garoto, Sophie disse a Izzy que seu nome era Thomas e também fazia parte do círculo íntimo do capitão.

Apenas Samuel, Thomas e Grace tinham intimidade com o Capitão Kira.

Thomas era um pouco baixo, tinha feições asiáticas, pele pálida e olhos e cabelos castanhos escuros, parecia ter uns 19 ou 20 anos.

Isabel estava um pouco molhada pela água, mas agradeceu por não estar usando uma blusa branca, usava uma preta ombro a ombro dada por Sophie.

A garota achou aquilo mais fácil que cortar legumes, mas usava mais força e era cansativo. O sol estava quente e Izzy sentiu algumas gotas de suor escorrerem por sua testa e costas.

Isabel se sentou em cima de seus calcanhares depois de terminar de esfregar o chão, estava com sede e ofegante.

- Por que pararam? Eu disse que eram para parar?- Samuel gritou sentado em um barril, alguns homens o xingaram baixinho e voltaram ao trabalho.

Isabel trocou olhares com Sophie e a ruiva apenas assentiu voltando a limpar a borda.

- Língua afiada, eu disse para você voltar ao trabalho, não me escutou?- Isabel sabia que ele estava falando com ela, pois a garota era a única que não tinha voltado a fazer a atividade.

Izzy revirou os olhos e pegou o resto de água no balde ao seu lado, voltando a esfregar o chão.

Quando a água acabou, Izzy se levantou para pegar mais junto com outras duas pessoas. Enquanto enchia o balde com a água de um barril, sentiu o olhar de Samuel sobre ela.

Isabel estava estressada, com calor e cansada. Talvez o calor estivesse fazendo ela perder a cabeça.

- Perdeu alguma coisa?- A garota diz segurando o balde com a mão esquerda.

- Não, apenas estava olhando, é proibido? Ainda não me contou o seu nome.

- Esqueci que pirata não gostam quando não pegam o que querem.- Izzy disse em um tom debochado, ela percebeu algumas gotas de suor na testa de Samuel.- Oh coitado, está com calor? Tá muito quente aqui, tenta se refrescar um pouco.

Izzy jogou parte da água que tinha no seu balde em Samuel, a garota havia pensado que era desnecessário mas estava ficando sem paciência para esse pirata.

Todos no convés pararam e olharam Samuel xingando a garota de todos os nomes possíveis, o capitão e o seu círculo íntimo riram da cara de Samuel.

Izzy pegou mais água e começou a andar para o seu lugar, mas parou quando ouviu o som de uma pistola destravando.

- Eu deveria te matar por causa disso.- Escutou a voz de Samuel, o nervosismo tomou conta da garota mas como um clarão, a imagem de seu pai lutando veio na sua cabeça.

Izzy segurou o balde com a mão esquerda, se virou e chutou a mão de Samuel, fazendo o homem largar a pistola e ela ir para o ar.

Isabel pegou a pistola que caiu na sua mão e apontou na direção do rosto de Samuel.

- Aposto que não sabe usar.- Isabel lembrou novamente dos treinos de seu pai, a garota puxou o gatilho, Samuel fechou os olhos pensando no pior.

Mas a bala atravessou perto do rosto de Samuel e atingiu uma garrafa de rum vazia, perto do barril a onde o mesmo estava sentado antes.

Samuel abriu os olhos meio surpreso, Isabel girou a pistola na sua mão.

- Da próxima vez eu não faço questão de errar.- ela jogou a pistola para Samuel que pegou a mesma.

A garota voltou para o seu lugar e se ajoelhou novamente, todos olhavam surpresos ou curiosos, alguns fofocavam entre si.

Sophie olhava surpresa para Isabel, mas Izzy gesticulou que explicaria depois. As mãos da garota estavam tremendo e ela ainda não acreditava no que tinha feito, fora a primeira vez que pegará em uma arma.

Isabel olhou na direção do leme e viu o Capitão Kira olhando para ela com um olhar sério, mas depois se tornou um sorriso de lado.

A garota ignorou e voltou a esfregar a outra parte do chão.