2/Capítulo 22 - Novo Amigo

323 44 4
                                    


[Kuro]

Oi

Meu nome é Kuro Uchiha. Eu sou surdo, mas isso não signifique que eu não possa narrar também.

Só tenho um melhor amigo e único, a gente conversa bastante. Eu não posso ouvir nada, isso já é óbvio mas eu faço leitura labial e entendo o que o professor diz ou qualquer outra pessoa. Eu me acostumei vendo minha mãe falar comigo, ela movia os lábios devagar para que eu pudesse entender, meu pai já não costuma falar muito devagar mas ele faz o máximo pra tentar. Ele é capitão e tem uma patente importante na polícia. Na maioria das vezes conversamos por papel e caneta, e com minha irmã pelo celular, mensagens.

Sempre que as pessoas perguntam alguma coisa eu já deixo uns papéis escrito: "Eu sou surdo", "Não se preocupe, eu entendo leitura labial", "Sim", "Não". Os mais básicos.

Eu e minha irmã fomos para escola e ai cada um foi pra sua sala. Mesmo com essa minha deficiência, eu sou um garoto bastante popular na escola, muito mais com as garotas, talvez seja minha aparência "nobre", olhos claros e cabelos escuros, como os do meu pai.  Ou então é só porque eu sou um Uchiha mesmo. Dizem que os Uchiha's tem uma boa genética.

Bom as aulas passaram e foram coisas bem fáceis, eu aprendo rápido. Mitsuki é de outra sala mas nós nos encontramos no intervalo, que é agora.

Peguei meu lanche na minha mochila e o coloquei sobre a mesa, vou comer aqui mesmo. Um outro garoto que se senta do meu lado se senta na carteira vaga na minha frente e olha pra mim curioso. Seus cabelos são verdes assim como seus olhos. Ele é muito bonito por sinal, não que eu seja gay ou coisas assim, só sou sincero em dizer o que penso as vezes. Não tenho vergonha.

Ele movia seus lábios de forma rápido e eu não consegui entender. Então mostrei uma das minhas folhas do caderno que estava escrito: "Eu sou surdo". 

Ele fez uma cara de que pareceu entender, então virei a próxima folha.

"Mas consigo fazer leitura labial, poderia falar mais devagar, por favor?"

Ele sorriu de forma amigável e escreveu em um papel e me entregou para eu ler:

"Desculpe, eu tenho o costume de falar rápido, podemos conversar assim?"

Eu confirmei com a cabeça que 'sim'.

𝑴𝒊𝒏𝒉𝒂 𝑯𝒊𝒎𝒆 𝑷𝒆𝒓𝒐𝒍𝒂𝒅𝒂 Onde histórias criam vida. Descubra agora