Seven

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Desci as escadas sozinha porque Daisy queria fazer uma "entrada triunfal", palavras dela, mas eu desconfio que ela queria era só terminar o que tinha começado com o irmão do seu ex. Percebi que me encaravam com curiosidade, só ignorei. Quando um tio idiota da Daisy, que por algum milagre não era da família Holland, começou a olhar meu corpo.

- Querido, faz o favor de olhar sua esposa?! Para que já está ficando feio. - Falei para que só ele escutasse. Ele ficou vermelho e desviou o olhar.

Até Thomas me olhou admirado por um tempo mas depois disfarçou, não pude conter um sorriso, mas assim como ele não mostrei minha ação. A festa estava me cansando então peguei um docinho e fui sentar no jardim. Algum tempo depois senti uma mão no meu ombro, percebi que era o tio da Daisy quando sentou do meu lado. Revirei os olhos.

- Quanto você cobra? - Sussurrou olhando para os lados.

- Perdão? - Perguntei confusa.

- Qual o valor do serviço? - Quando percebi o que ele estava falando me levantei e comecei a me afastar.

- Eu não sou assim, se afaste de mim! - Tentei ainda manter a calma, e ele continuava a se aproximar.

- Qual é? Olha só o modo como se veste, não me diga que não é. - Continuei a me afastar, não podia gritar por causa do volume do som, não podia agredir porque ele era muito maior que eu, estava perdida. - É porque sou velho? Eu pago a mais, não seja tímida. - Não tinha mais para aonde fugir, ele estava me cercando, dei um chute nos países baixos e corri, até ele pegar meu braço. - Criança maldita, o que você fez?! Agora você vai... - Comecei a chorar, não tinha mais como me defender.

- Não termine essa frase! Se afaste dela idiota! - Abri os olhos e lá estava ele, Thomas Holland, a pessoa que eu estava falando mal, agora iria me salvar, eu espero. Aproveitei que o homem se distraiu e dei um soco no seu maxilar e meus dedos começaram a sangrar. Thomas não perdeu tempo, foi pra cima dele e distribuiu socos em todo seu rosto e peitoral. Eu estava adorando aquilo mas tive que parar ele senão iria matá-lo. Segurei seus ombros e o puxei para trás, ele entendeu e com o olhar me perguntou se eu estava bem, e eu assenti com um sorriso triste.

- Porque isso cara? Você poderia bem aproveitar junto comigo, eu não me importo. - Falou o homem todo machucado no chão.

- Agora já deu seu filho da... - Disse e deu um chute nas suas costelas, eu gritei para ele parar, mas parece que rendeu a atenção de muitos convidados, o engraçado é que quando pedi ajuda ninguém se importou, a não ser Thomas, claro.

- O que vocês fizeram com meu marido? - Perguntou a mulher dele desesperada, eu transmiti um olhar de tristeza me perguntando por tudo que ela teve que passar com ele.

- Calma, não precisa ser assim, você é uma mulher incrível e empoderada, não precisa de um traste desse, eu te entendo, por tudo que você passou, você não está sozi-... - Nem consegui terminar de falar, o tapa estalou em meu rosto.

- Você viu o que fez sua quenga?! - Eu não sei se ficava com raiva ou dava um abraço e falava que tudo iria ficar bem, as vezes a pior pessoa é a que não quer ver, Thomas me puxou dali antes que acontecesse algo de novo.

Corremos em silêncio até um lugar onde dava pra ver a cidade toda, sentamos e ninguém falou nada. Lágrimas escorriam pelo meu rosto, mas eu nem ligava.

- Desculpa não ter chegado mais cedo. - Thomas se pronunciou depois de tempo.

- Não, eu que deveria agradecer, se você não estivesse, sei lá o que iria acontecer. Então, obrigada por meter a porrada nele Thomas! - O encarei e dei um sorriso tímido.

Por Puro Acidente - Tom HollandOnde histórias criam vida. Descubra agora