Capítulo 2

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Quando Harry e Louis decidiram comprar uma casa juntos a única exigência que o marido fizera foi: uma cozinha que entrasse bastante luz natural.

James, o corretor de imóveis, parecia estar prestes a desistir do casal por falta de opções quando marcou um dia para que eles viessem olhar o lugar, Louis e sua pequena paciência estavam igualmente esgotados. James havia hesitado em mostrar-lhes a casa pois ficava um pouco fora da cidade, achando que iria interferir demais na rotina do casal.

Assim que Louis entrou na cozinha Harry percebeu que ele não se importaria em passar duas horas no trânsito para chegar no trabalho, seu sorriso conseguindo competir com o brilho do sol.

A casa inteira parecia ter sido feita para eles. Era extremamente alta e com inúmeras janelas longas, o piso era uma madeira pintada em um tom azulado que contrastava com o verde água dos detalhes da casa como um verdadeiro céu em dia de verão.

"A cor me lembra seus olhos" Louis havia comentado quando James se afastou para dar-lhes privacidade, os braços abraçando os ombros de Harry.

As portas dos armários da cozinha eram verde-água e em cima deles se estendia uma luxuosa bancada de mármore branco, a pia uma depressão delicada no meio do mármore. Louis riu ao sentir Harry pressionar sua bunda e sentá-lo na pedra, beijando seus lábios antes de sussurrar:

"Bem-vindo à nossa casa, então"

Agora Harry nem consegue acreditar o tamanho da melancolia que a combinação de verde e azul pareciam trazer ao lugar enquanto nuvens cinzas cobrindo todo o céu deixavam a casa mais escura, a chuva batendo como música nos vidros das janelas.

O homem havia acordado cedo quando Asher levantou para sua aulinha de desenho e desde então não voltou a dormir, se sentindo descansado o suficiente e ligeiramente ansioso por algo que ele não conseguiu detectar ainda.

Enquanto Louis e Asher não voltavam, Harry tomou café-da-manhã, lavou e guardou a louça que havia sujado e tomou banho no banheiro do quarto de hóspedes que havia sido adaptado para ele, não aguentando sequer pensar em precisar subir as escadas e descer novamente quando o filho e o marido chegassem.

O tempo continuou passando lentamente, se igualando a chuva, e Harry começou se sentir ansioso demais, lembrando que havia esquecido seu celular no quarto do segundo andar, xingando a cada passo que precisou dar para buscá-lo.

Na hora de descer ele preferiu sentar no sofá que ficava na metade das escadas rente às longas janelas que davam para o jardim da frente da casa, ouvindo o barulho da chuva contra o vidro e mexendo um pouco em suas redes sociais.

Daily Mail havia subido uma matéria sobre sua recuperação agora ser em casa e sobre Louis e ele. As especulações sobre os dois não serem mais um casal vinham circulando há algum tempo, ganhando forças quando Louis não se fez tão presente durante a recuperação de Harry no hospital, visitando-o por no máximo duas vezes na semana, as vezes precisava viajar e só aparecia duas semanas depois, as pessoas ligando um ponto ao outro e tirando suas próprias conclusões já que ambos nunca se pronunciaram.

Mesmo não estando sempre presente, Louis mandava mensagens diárias perguntando como ele estava se sentindo e se precisava de algo, enviando vídeos, fotos e desenhos de Asher como algo sagrado todos os dias, apesar de não existir uma conversa real envolvida.

Harry o sente como um furacão de emoções discordantes, lutando entre dá-lo desprezo e falhando miseravelmente pois Tomlinson não consegue ser essa pessoa. Louis era um furacão. A personalidade que lhe domina é incapaz de ser ruim com Harry, a outra lhe implora para não se deixar levar e as duas brigam como a ventania de um furacão.

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