CAPÍTULO XI

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O céu estava nevoado e predominantemente cinza, os belos campos verdes foram substituídos por um branco pálido. Jimin sentia um vento frio e cortante em sua pele, mas até aquela camada de neve abaixo de si era menos incômoda do que o choro de seu filho dentro de casa. Ele fechou os olhos e sentiu a calmaria do silêncio, era revigorante estar sozinho, precisava ficar em paz consigo mesmo por pelo menos cinco minutos...

O ômega sorriu, ele adorava neve. Trazia boas memórias dos momentos alegres em que passou no abrigo. No inverno as crianças se reuniam no pátio gelado para brincar de guerra de bolinhas de neve entre si.

Atualmente o clima frio tinha outro significado para ele, a ausência de cores do ambiente transmitia uma sensação de melancolia. O tom refletia exatamente seu recente estado de espírito, em que a tristeza, o medo e a insegurança eram companheiros constantes.

Park sentiu um calafrio no estômago ao ouvir passos na neve, certamente alguém viera buscá-lo para voltar para sua rotina sufocante. Ele não abriu os olhos e continuou deitado onde estava. Após alguns minutos, ele ouviu uma movimentação ao seu lado, olhou para ver quem era e encontrou Jungkook mirando o céu.

— Isso aqui está gelado. Vai ficar doente se continuar deitado aí. — O alfa pronunciou baixinho.

— Eu amo a neve! Costumava brincar com as crianças do abrigo. — Jimin sorriu nostálgico.

— Eu não tive irmãos, mas brincava com a molecada das fazendas vizinhas. Fazíamos bonecos e anjos de neve. Bem assim...

Jungkook se afastou um pouco, e começou a movimentar os braços e as pernas para fazer o clássico anjo de neve. Jimin sorriu e fez o mesmo... Se sentia mais leve ao relembrar brincadeiras da infância onde tudo era mais fácil.

— Temos que voltar, meu bem. Podemos pegar um resfriado se ficarmos muito tempo aqui... — Jeon pediu mais uma vez. Se aproximou e deu um selinho nos lábios frios do amado.

Jimin o segurou e correspondeu ao toque com avidez. Não se lembrava a última vez em que havia beijado o marido de verdade. Provavelmente foi quando ainda estavam no hospital, há três semanas atrás. Tudo agora se resumia à Jeongmin e atender suas necessidades. Cuidar de um recém nascido sugava tanta energia que eles não pensavam em outra coisa a não ser descansar quando tinham um tempo livre.

— Não... Eu não quero voltar agora. — Jimin resmungou quando Jungkook encerrou o beijo e se levantou.

— Vamos, amor. O bebê daqui a pouco irá acordar. E também chegou algumas visitas lá em casa, Seokjin está fazendo sala, mas temos que voltar.

— Jungkook eu falei que não queria visitas. — Jimin disse sério.

— Eu sei, querido. E estou dispensando todos que ligam para marcar alguma coisa, mas é o reverendo Namjoon. Ele veio trazer os móveis do quarto do neném que ficaram prontos. A loja não está entregando porque o único carro que eles tem quebrou, e eu pedi para o reverendo nos fazer essa gentileza.

— Ah, tudo bem. Eu gosto dele. — Jimin deu a mão para Jungkook e ele o ajudou a se levantar com todo o cuidado por causa da cicatriz da cirurgia.

— Só que... um grupo de fiéis viu a camionete dele com os móveis e perguntaram onde ele estava indo. Kim explicou a história e o povo decidiu acompanhá-lo mesmo quando ele pediu para não fazê-lo. — Jeon falou baixinho, receoso com a reação de Jimin. O ômega andava um pouco estressado e Jungkook não queria aborrece-lo.

— Você está brincando? — Jimin falou em tom nada agradável. — Jungkook eu entendo que você queira apresentar o bebê para seus amigos, mas eu realmente não me sinto bem para ficar recepcionando visitas. Você sabe que o menino também não está em condições. — Park começou a andar de volta para casa.

A magia da vida 🌈 JJK&PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora