Lauren Jauregui

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Músicas usadas no Capítulo.

All night / Lauren Jauregui, Steve Aoki

Never seen anything quite like you / the script

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A atmosfera na sala estava tensa enquanto Iago segurava um pacote de biscoitos com um ar desafiador.

— Eu já falei, não é biscoito, é bolacha — ele insistiu, lançando um olhar desafiador para mim, fazendo com que minha paciência se esgotasse rapidamente.

— Venha cá, se você foi alfabetizado mesmo, leia essa merda aqui, o que tem escrito — desafiei, apontando para o pacote em suas mãos.

— Biscoito de chocolate com recheio de baunilha, mas mesmo assim, é bolacha — respondeu com um sorriso irônico, sabendo que isso só aumentaria minha raiva.

— Mermão, ou você é burro ou se faz véi, essa merda é biscoito, bolacha é salgada, tipo Cream Cracker parece até um tabacudo — explodi, encarando-o com raiva. Ele deu de ombros, mantendo sua expressão sarcástica.

Meu pai e Lana, sua esposa, entraram na sala, interrompendo nossa discussão.

— Vamos parar vocês dois, nunca foram unidos e hoje querem brigar — meu pai disse, com uma expressão cansada.

— Eu paro, se seu enteado amado parar de falar merda sobre onde eu nasci — declarei, olhando firmemente para Iago.

— Vocês dois parecem crianças — Lana comentou, tentando trazer um pouco de leveza para a situação.

— Sinceramente, estou cansando de morar nessa casa com esse garoto — desabafei, me sentindo exausta com toda aquela discussão.

— Os incomodados que se mudem, querida — Iago respondeu com um sorriso irônico, fazendo-me revirar os olhos.

— Teu butico que eu vou te dar esse gostinho, afinal, a casa era da minha mãe e ela também é minha, no caso só saio daqui sendo carregada pelos fantasmas — declarei, determinada a não ceder tão facilmente.

— Céus, querem parar pelo amor de Deus, tudo isso por causa de biscoito — meu pai disse, exasperado.

— Mas é bolacha, não biscoitos — Lana retrucou, olhando para meu pai com uma expressão desafiadora. Mais uma briga se aproximava, e eu sabia que precisava encontrar uma maneira de acabar com aquilo antes que as coisas saíssem do controle.

A briga entre Lana e meu pai não passava de uma discussão comum, algo que já se tornara parte da rotina na casa onde morávamos. Éramos de Belo Horizonte, enquanto meu pai e eu, de Recife, o que explicava nossas divergências culturais. No entanto, apesar das diferenças, não havia ódio entre nós. No início, a convivência foi estranha, mas hoje em dia, Iago e eu nos provocamos constantemente, como se fosse uma brincadeira. Apesar de não ser meu irmão de sangue, eu o amava como tal, mas nunca diria isso a ele.

A caminho do estágio, refletia sobre minha sorte de estagiar na própria faculdade, mesmo que o estágio em biblioteconomia não proporcionasse uma grande remuneração. Trabalhar ao lado de professores era uma honra, uma oportunidade de aprimorar meus conhecimentos na área.

Ao chegar, cumprimentei Hélio, meu professor e colega de trabalho, enquanto guardava minha mochila na mesa.

— Boa tarde, Hélio. Como vai essa força? — perguntei, notando a expressão cansada em seu rosto.

— Sinceramente, estou morto. Acredita que Sofia resolveu querer lutar? Adivinha em quem ela está treinando os golpes que aprende no judô — ele disse, com um semblante de dor.

Imagines / youOnde histórias criam vida. Descubra agora