Elisa Rosenberg era o que podemos definir como pessoa espelho, ela permite que você veja o que deseja, sempre escondendo o que ela é ou deveria ser. Tinha brilho e uma grandeza reprimida consciente e inconscientemente que nunca fazia sentido num todo. Carregava uma esperança de que um dia todo o passado esquecido e lembrado finalmente pudessem coincidir, fazer sentindo, permitindo que de fato qualquer uma de suas escolhas fossem firmadas. Enquanto os envolvidos na construção da sua história não permitiam esse desejo ela seguia tentando deixar de lado vozes que sempre gritavam em seu interior o quanto tudo ao seu redor não valia a pena.
Caráter era algo meio turvo no seu meio, então Elisa buscava com intensidade a construção daquilo que sempre fora uma piada pro homem que atormentava seus sonhos, por puro esforço de nunca nem se quer parecer com aqueles que um dia a feriram. A encenação do belo e perfeito quebrou tudo sem ela perceber onde começou espantando todos que acreditavam na fantasia criada por alguém tão perfeita quanto o vidro imitando o diamante, puro lixo social.
A mulher, menina e o que quer que ela tentasse ser agora espera o incomum que nem mesmo ela podia imaginar que havia de ter acontecido, mesmo que em todas as noites o forte som do homem que buscava por ela em seus sonhos, fizesse com que se perguntasse quem era aquele que fazia seu coração saltar do peito mesmo coberto por toda a escuridão, fazendo-a pensar que talvez nem tudo que vem do escuro pode ser considerado ruim.
Heitor Adamovich, o mais novo chefe da máfia russa. Um homem marcado por uma infância interrompida, construída por um pai negligente, uma mãe venenosa, um amor despedaçado pela família que tanto tentava acreditar que talvez pudesse ser um ponto de segurança, mas que fez questão de ocupar o lugar daqueles com que ele nunca deveria confiar. A única segurança que ele poderia ter era comparado ao estar num ninho de cobras sedentas com uma amar em punho, pronto pra atirar sem importar em quem poderia acertar. Poder, era o que ele deteria futuramente, sendo ele o único a poder alimentar o ciclo de guerra, sangue e poder que o clã Adamovich tanto presava.
A luz que brilhava e iluminava tudo vinha da mais pura e bela mulher dos lindos cabelos revoltosos que brilhavam tanto quanto o sol, a chance que ele viu de conseguir respirar naquele mundo foi manchada de uma forma tão desonesta que ele não conseguiu enxergar outra opção a não ser dar o que a família tanto queria, morte por cima de morte em busca de mais poder, controle e dinheiro que ele poderia conseguir. Esquecendo do amor e objetificando toda mulher, ainda mais as que ousavam se assemelhar aquela que dizia o amar.
A luz e escuridão se encontrarão provando que a maldade não vive sem o bem.
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Silêncio
RomanceSinopse Laila Abdelnour era o que podemos chamar de alguém resiliente. Tinha brilho, grandeza e felicidade construídos em seu caráter por puro esforço de nunca nem se quer parecer com aqueles que um dia a feriram. A encenação do belo e perfeito qu...