O meu nome é Gabriel sou filho de pais que me odiavam tudo o que eu fazia estava errado, tudo o que eu dizia também estava errado tudo mesmo, não havia nada que eu acertasse. Se ao menos naquela altura eu pudesse explicar o porquê de estar a escrever um diário e porquê de eu andar com uma depressão e não comer nada? No entanto acho que eles nunca irão compreender, mesmo sabendo que os pais e as mães estão cá para proteger os filhos, eu não confiava nos meus. Eu vivo num bairro onde todo o mundo é racista onde os gang's era tudo branco, e que adoravam judiar só porque eu era mais escuro do que outras pessoas.
O primeiro dia que fui para a escola fui abusado na rua, não acontece só com mulheres, os homens também são assediados e abusados sexualmente e muito mais, é mais que óbvio que nunca entendi a vida de uma mulher, pensar que eu com cinco anos de idade já tinha que ir para a escola sozinho mesmo com o gang sempre a roubar o lanche e material escolar e os guardas do bairro a assediarem. Naquele bairro ninguém sabia como era, só Deus sabia o quanto é que me atacavam só por ser preto e gostar de conteúdo homossexual, gostos não se discutem.
Achei que nunca me iria sentir lá muito bem e alguma escola, pois logo no dia da apresentação sofri logo uma carrada de Bullying. Parece que tudo estava para ficar diferente quando ao estar a sofrer Bullying uma menina se pôs a minha frente, não estava a perceber nada, com a minha cara encharcada em lágrimas ergui a cabeça e mesmo gaguejando perguntei quem é? Eles desistiram de me dar tareia e de me continuar a chamar preto e deficiente mental, farto de ser mal tratado pela minha família e pela maior parte dos habitantes, estava eu e a menina, ela respondeu:
- O meu nome é Ariana, mas porque aqueles meninos te estavam a bater? És um rapaz tão bonito. - Não consegui responder naquela hora, mas para mim essa pessoa foi uma bênção que me apareceu que me salvou. Não tive coragem de dizer a Ariana o quão eu sofri e continuava a sofrer, o tempo teria que passar só assim eu me ia curar de todas as feridas do passado, feridas que não saram só por esquecer é preciso falar e depois esquecer. Esta mágoa ficou só para mim durante todos este vinte e cinco anos, mas isto não fica por aqui havia mais segredos. Os dias em que realmente ia haver aulas e não apresentações eu rezava para que tudo acabasse mais cedo ou que não ouve-se intervalo. Já viste o que seria pensar que todos os dias eu ia para a escola passando pelo bairro e desconfiar de tudo e de todos? Pois mas isso só eu é que consigo ver ainda não conhecia a Ariana bem para poder falar qualquer coisa, mas tudo eu queria falar para ela, da tristeza de tudo, já estava farto de esconder.
O primeiro ano acabou e eu tinha conhecido um outro amigo, mas porém sempre com o pé atrás pois eu sabia que eles os dois podiam ser falsos, já tinha o trauma dos meus pais baterem e discutirem, mas até que descobri que podia desabafar sim, com um diário, sim todos os dias chegava a casa e escrevia uma página do diário devo ter gasto mais de cem páginas só para descrever todas as angústias. O nome do diário era lágrimas em cinzas, este nome pois por mais que eu tente esquecer a sempre qualquer coisa que me faz lembrar deste tempo, é tipo a fénix. É incrível pensar que quando eu precisava de algo falava com os corvos que ali perto habitavam, e ali ficava horas e horas a desabafar sobre todos os meus problemas e dar comida a apreciá-los, pois são animais muito bonitos.
Mais uma página era escrita no meu diário para expressar o que achava dos meus amigos que eram só dois, Ariana e Rodrigo. Na escola sempre fomos os melhores amigos como no mundo do harry potter, quem me dera que o mundo de harry existisse nunca mais ninguém me chateava. Gostava que houvesse inúmeras coisas Elixir da juventude, lendas urbanas sobre fantasmas, tudo...
Nessa altura em que sofri tudo isto só pensava em querer morrer para mais ninguém se chatear e não acharem que sou um estouro pois esse é o reflexo da sociedade hoje em dia todos os negros deveriam estar mortos para esta crítica e estrume de humanidade. Porém os meus amigos não deixaram pois desconfiaram sempre que havia qualquer coisa que me deixasse assim, até que no terceiro ano eu decidi contar. Não tinha como durante oito anos passar por tudo isto e ficar de boca calada, precisava de alguém que me ajudasse ou apoiasse ao entender já não estava mais com tanto medo as minhas lágrimas já escorriam apenas por dentro e não por fora, foi quando a amiga Ariana me deu um dos abraços que eu nunca tinha recebido na vida, não sabia que o poder do abraço seria tão forte a esse ponto. Naquele momento eu olhei e ela com o rosto em lágrimas disse:
- Não precisas de ultrapassar isto sozinho, nós estaremos contigo para o resto da vida. - Fiquei mais tranquilo nessa altura até que... No mesmo dia vi um aparato grande de bombeiros e famílias a chorarem e aproximei-me para ver o que estava a acontecer até que oiço uma voz de uma mãe a dizer:
- Salvem a minha filha por favor a Ariana está lá dentro. - Ao ouvir entrei em pânico e corri para dentro do prédio, chegando lá vejo ela desmaiada no chão e consigo tirá-la com a minha força, ao qual tinha ido buscar ao acontecimento do momento.
A mãe ainda em lágrimas agradeceu por Deus me ter posto no caminho dela, consegui salvá-la, ao mesmo tempo não sabia se tinha sido tarde demais pois ela teve de ir para o hospital. No hospital se recebe a notícia de que infelizmente ela perdeu a memória, eu indignado perguntei como era possível um incêndio causar perda de memória, quando o médico explicou que no meio do incêndio uma queda tinha acontecido ao tentar escapar-se sozinha. Ariana bateu com a cabeça e desmaiou.
Estava muito preocupado, enquanto a família dela que no caso era só mãe pois o pai tinha morrido num acidente de comboio estava no quarto eu esperava na sala de espera para poder visitar, não sai dali nem um minuto mesmo sabendo que ela tinha perdido a memória e sabendo que poderia nunca mais realmente se lembrar de nós. Depois de alguns anos a memória voltou mas andamos cinco anos a tentar reconquistar a amizade dela e a tentar fazer com que boa parte da memória recupera-se. Foi muito difícil para nós ver uma amiga que ficou entre a vida e a morte só por causa de terem incendiado o prédio. Não parava de sofrer traumas, eu sempre disse que se acontece algo a algum deles e eu perco ficaria com essa marca para o resto da vida. Ao longo dos tempos realmente a vida foi mudando e eu afirmaria que realmente estava a sentir algo diferente por alguém que eu no passado ajudei. O meu amigo apesar de não falar muito dele ele era igual ao acompanhante do harry e da Hermione ele foi sempre o nosso herói. Esta história vai ter o seu fim agora ou pode continuar, mas não por agora. Somos todos fiéis uns aos outros realmente depois de tanta coisa os meus pais terem morrido e de toda a gente ter apoiado eu reparo que ainda há amigos em quem posso confiar nomeadamente o Rodrigo e a Ariana.
Fim do primeiro capítulo.