[10] O Eco e a Sensação Que Vem Depois

218 30 25
                                    

" тαℓѵεƶ α ɱเɳɦα ερเƒαɳเα "
____________________- .....

Antes se alguém me questionasse qual era a sensação de estar em uma mesa com a minha família eu diria que é aceitável, considerando que em dias de reunião as comidas se tornam uma competição entre os parentes, oque é um extra pelas situações que vêm junto delas, eu posso dizer que é como uma maratona. Tem todo tipo de pessoa nas arquibancadas, e na pista.

Titia Keun veio com Jihyo mais cedo e trouxe algo cheiroso que só fui descobrir quando a mesa foi posta, mas isso nem foi o mais interessante. Ela estava contida em pensamentos que remoia no canto da sala, nada tirava daquilo, e foi algo que me deixou surpresa, normalmente ela é a primeira a falar sobre negatividade envolvendo quaisquer fosse sua opinião.

Era como se a imagem de titia tivesse sido distorcida, ela abraçou Sachiko sem sorrisos forçados e até deu tapinhas no meu ombro por abrir a porta para que passasse, me sentia ameaçada e eu tinha certeza que minha testa franzia uma vez ou outra para alguma atitude indiferente dela.

Oque foi de confusão acabou em Lee, ela não o comprimentou, apenas lhe lançou um olhar que eu nunca gostaria de receber, seus olhos conseguiam ser cruéis com o garoto.

Sachiko murmurava na cozinha com papai sobre o almoço em família  tratar de ser apenas nós três, eu ouvi pouco pois eles logo cessaram os burburinhos quando notaram minha presença por lá. Foi tão estranho ver aquilo, eles nunca foram de me esconder nada e agora estavam agindo como se aquele tipo de coisa fosse normal.

E continuou assim até quando estávamos na mesa

- Tia, o seu molho ficou tão bom. - Jihyo diz baixinho para mamãe, logo Keun a repreende por debaixo da mesa a fazendo voltar o olhar para seu prato remexido.

- Eu agradeço, querida. - Sachiko agradece mas ela direcionava sua voz para Keun, de forma provocativa.

Papai assiste a interação apreensivo,
era de se esperar, os bons grados de Keun eram suspeitos e Sachiko não estava nos seus melhores dias.

- Gente essa mesa parece um velório. Até que combina mesmo, a metade de nós daqui a pouco bate as botas. - Lee brinca enquanto apontava com seu garfo. Eu queria muito rir, mas talvez fosse melhor ficar calada e deixar para o fazer mais tarde já que Keun se contorce na sua cadeira e tinha uma feição de quem estava levando várias pontadas no peito.

- Acho que esse é um ótimo momento para contar uma boa notícia. - Papai fala numa fala tentativa de quebrar aquele clima tenso, eu sentia que ele estava errado sobre aquilo. - A Mina...

Quando todos têm seus olhos atentos à ele e meu nome é mencionado no início da sua frase eu posso sentir meu corpo esvaiar, porque naquele momento só minha mente processa oque acontece depois.

- A Mina conseguiu o solo do balé, irá se apresentar em Tokyo, de verdade, com os melhores!

Mamãe e Jihyo deixam sorrisos surgirem e Lee acompanha batendo palmas, mas titia me encarava duvidosa. Não houve tempo suficiente de comemoração pois desparadamente Keun lança, sem pausas ou rodeios;

- Jihyo também. Ela em primeiro lugar na competição de nado sincronizado da escola, receberá uma bolsa completa quando terminar o ensino. Parece que um dos torcedores na platéia era treinador do time nacional. - Ela dá um sorriso largo de orelha à orelha que rasga seu rosto, mas não parecia nada verdadeiro.

- Foi em segundo lugar... - Jihyo corrige mas Keun lança aquele olhar novamente voltando a falar em seguida;

- Enfim, que sorte, não é?!

- Eu fico muito feliz por você, querida. - Mamãe lança cuidadosa para Jihyo, que assente timidamente, e logo muda seu tom de voz para falar com Keun.
- Você não demonstrou estar feliz por Mina.

Talvez A Minha Epifania - MICHAENGOnde histórias criam vida. Descubra agora