Capítulo 7

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Hero

Quando chego na escola, olho no estacionamento para motos e vejo a moto de Josephine estacionada. Entro na escola olhando em volta para procurá-la e não a vejo, vou até o segundo andar a vejo ela saindo do banheiro olhando seu reflexo no celular, ela está linda como sempre mais não me vê. Duas meninas vão até ela e ela da um sorriso e eu sei que é falso, ela conversa com elas e eu escuto apenas uma parte da conversa.

"Onde você tava? agente tava te procurando." A menina de cabelos pretos pergunta e Josephine aponta para o banheiro.

"Não, antes de você chegar na escola, eu e a Meliá fomos na sua casa e você não tava lá."

"Eu tava... Eu fui na oficina ver se meu carro tava pronto!" Mente Josephine, ela não quer que ninguém saiba que ela estava cantando lindamente e chorando no estúdio.

"Atá, vamos a aula já vai começar!" Diz a tal de Meliá, e elas passam por mim.

Meus olhos cruzam com os de Josephine, e vejo que ela passou maquiagem para disfarçar o vermelho de seus olhos, ela desvia o olhar e passa por mim sem dizer nada. Eu observo ela entrando em uma sala, ela para na porta e me olha, eu vou até ela mais ela entra, essa não é minha aula mais a vontade de entrar e mandar todo mundo se fuder é grande, só para falar com Josephine.
Vou para minha aula, quase não presto atenção, estou pensando no porque de Josephine estar chorando, eu descobri que ela é filha de um grande empresário então dinheiro não é o problema, ela pode ter o cara que quiser então relacionamento também não é, ela tem amigos e varias pessoas que gostam dela. Não sei o verdadeiro motivo mais sei que isso meche muito com ela.

Chegou a hora do intervalo e eu ainda estou procurando Josephine, vejo as amigas dela conversando no pátio mais ela não está lá. Passo por um corredor e escuto um piano tocar, quando vejo uma porta entreaberta me lembro do estúdio.
É ela, ela está tocando um piano de costas para a porta então ela não me vê, vou até ela lentamente e me sento no do lado dela no banquinho. Ela me olha mais não fala nada, ela continua tocando, levo minha mão até às placas brancas e começo a tocar de acordo com a música de Billie Eilish -No time to die-. E ela começa a cantar enquanto tocamos juntos.

'Ela está cantando em inglês, mais vou colocar apenas a tradução da música!'

"Eu deveria saber
Deixá-lo sozinho
Só vai mostrar
Que o sangue que você sangra
É apenas o sangue que você possui
Nós éramos um par
Mas eu vi você lá
Demais para suportar
Você era minha vida, mas a vida está longe de ser justa
Eu fui estúpida em te amar?
Fui imprudente em ajudar?
Era óbvio para todo mundo?
Que eu caí na mentira
Você nunca esteve do meu lado
Me enganei uma vez, me enganei duas vezes
Você é a morte ou o paraíso?
Agora você nunca me verá chorar
Não há tempo para morrer
Eu deixei queimar
Você não é mais minha preocupação
Rostos do meu retorno passado
Outra lição ainda a aprender
Que eu caí na mentira
Você nunca esteve do meu lado
Me engane uma vez, me engane duas vezes
Você é a morte ou o paraíso?
Agora você nunca me verá chorar
Não há tempo para morrer
Não há tempo para morrer
Não há tempo para morrer
Me engane uma vez, me engane duas vezes
Você é a morte ou o paraíso?
Agora você nunca me verá chorar
Não há tempo para morrer."

Quando ela terminou eu olhei em seus olhos e os mesmos estavam marejados, eu a abracei, ela foi pega desprevenida mais logo envolveu seus braços na minha cintura. Ficamos assim até Josephine se acalmar, ela respira fundo e  me encara.

"Quando aprendeu a tocar?" Ela pergunta com a voz baixa eu eu sorrio.

"Eu tinha uns 10 anos." Digo e ela encara o chão, eu levanto seu queixo para ela me olhar e assim ela faz.

" Se você não quiser falar sobre isso, tudo bem, mais por favor, não se afaste de mim, eu sou a única pessoa que sabe disso, e não é bom ficar chorando sozinha!" Ela me olha confusa mais logo me dá um sorriso lindo mais fraco.

"Tá bom!" Ela diz e eu a abraço novamente. Ficamos assim, abraçados até o sinal tocar alertando que tínhamos que ir embora, eu tinha ouvido os outros sinos bater mais não liguei, Josephine precisava de um ombro para chorar e eu tinha que estar com ela.

A Burguesa Parte 1 (Completo!)Onde histórias criam vida. Descubra agora