nove

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O sangue se misturava com a água do vaso sanitário, gerando uma coloração avermelhada, contando com a presença de espinhos e pétalas de flores diversas.
Tudo aquilo saiu de Bang Chan. O sangue, as flores, o desespero.
Era como se estivesse vomitando tudo presente em seu corpo. E era quase isso mesmo.

As flores estavam tomando conta de seu interior, sem piedade.

"Eu vou morrer, Akemi?" Perguntou após limpar sua boca com a água da torneira, fechando-a em seguida.

"Não pense assim, Chan." Sorriu forçado, tentando não demonstrar um semblante preocupado. "Vai ficar tudo bem."

O banheiro parecia encolher a cada minuto passado ali dentro, o que levou a garota a sair dali com o amigo, fazendo o curto caminho até a sala de estar.

"Por que não me contou?" A voz de Sayaka irrompeu no local, enquanto o resto do grupo continuava em silêncio.

"O que?" Perguntou, com um misto de confusão e pânico em seu tom. "Eles sabem?" Olhou para Yerin, porém, esta não respondeu.

"Eu contei." MinHo falou, calmo. "Não me olhe com essa cara, Hyung. Eles mereciam saber, e eu queria ajudar."

Christopher sentia os olhares de todos sobre si, mas prestava atenção apenas no semblante ansioso da japonesa. O que ele faria agora?

"Sayaka, não brigue com ele." ChangBin falou, em um tom calmo. Talvez, até um pouco tímido. "Ele não tem culpa."

"Eu não irei brigar com ele, apenas quero entender..." Respondeu ao namorado, logo, voltando-se ao amigo. "Por que não me falou nada?"

"Eu não queria atrapalhar seu relacionamento com o ChangBin. Céus, eu estou apaixonado pela namorada do meu melhor amigo!" Riu, sem humor. O desespero em sua voz era óbvio. "E eu sou o único culpado disso."

"Channie, não fale isso." Usou o apelido pelo qual chamava o amigo, fazendo com que parte do coração dele se derretesse ali mesmo, aquecido pelas boas lembranças.

Ele sentiria falta que ela chamasse-o assim. Sentiria falta dela. Até mesmo, sentiria falta do sentimento doloroso que crescia dentro de si.

"Eu vou morrer, Sayaka." Falou, com os olhos marejando. Suspirou, ouvindo a amiga fungar– ela estava chorando. "Não chore, a culpa não é sua."

"Então a culpa é de quem?" Perguntou, fungando mais. Parecia com raiva de toda a situação, talvez, com raiva de si mesma.

"Apenas minha. Minha por não ter falado o que eu sentia. Minha por ter escondido meus sentimentos." Sorriu, fraco. "E, por eu ter feito tudo isso, os sentimentos se transformaram em flores. E flores não podem viver dentro de humanos."

"Chan, eu não quero que você morra!" Seu choro aumentou, entretanto, seu olhar continuava fixo no australiano.

Chan permanecia perdido, com uma confusão mental e física. Não sabia o que falar, o que fazer. Que resposta poderia dar?
Entretanto, antes que pudesse responder, suas pernas o fizeram correr até o banheiro mais próximo.

Flowers Disease - Bang Chan Onde histórias criam vida. Descubra agora