epílogo

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"Mamãe, por quê não estamos levando flores?" A pequena perguntou, seguindo a mãe por entre as lápides de tamanhos e formas diferenciadas.

"Ele não gostava de flores, meu amor." Sorriu fraco, segurando tranquilamente a mão da filha, a qual estava perto dos cinco anos.
Não demoraram muito para chegarem à lápide acizentada e simples. Sayaka se ajoelhou ao lado da mesma, mantendo a garotinha perto.

"O seu amigo está aqui, mamãe?" A menor perguntou, com a intacta inocência infantil.

"Está, amor." Sorriu, de maneira triste. "Quer falar algo para ele? Acho que ele gostaria de te conhecer."

Timidamente, ela se aproximou, parecendo medir as palavras diante de uma situação tão diferente quanto esta.

"Minha mamãe fala muito de você, meu papai também... você deveria ser muito legal, por mais que não gostasse de flores, o que é algo que eu não entendo... elas são tão bonitinhas!" Falou, em tom calmo e tímido. "Espero que você não esteja se sentindo sozinho ai, deve ser estranho..."

"Quer falar mais alguma coisa, pequena?" A japonesa perguntou, vendo a menininha negar com a cabeça. "Certo, gostaria de ir com o papai?" Novamente, a filha assentiu, e se pôs a correr na direção do pai, que estava à alguma lápides de diferença.

"Sentimos sua falta, Channie." Sorriu, triste. "Desculpe ter demorado tanto para voltar aqui. Eu e ChangBin nos mudamos para o Japão após a formatura, pois os cursos de lá eram muito bons..." Pigarreou. "E, bem, muito tempo se passou, não é? Quase dez anos..." Deixou uma lágrima escorrer por sua bochecha. "Aquela pequena que falou com você é a Saori. Céus, Chan, ela tem a sua personalidade." Fungou, deixando mais lágrimas deslizarem por sua face.

Ficou em silêncio por alguns segundos, pensando em tudo que o australiano poderia ter feito. Em tudo que ele poderia ter sido.

"Me desculpe por não ter correspondido seus sentimentos, por ter demorado tanto para perceber o que estava acontecendo." Fungou. "Eu sinto muito..." Deixou todo o choro ser liberado, acompanhado de soluços. "Sinto muito por ter te amado da maneira errada, sinto mesmo." Limpou lágrimas que estavam em suas bochechas – uma tentativa inútil de acalmar a si mesma.

"Eu perdi contato com alguns dos nossos amigos, sinto muito por isso também." Sorriu entre as lágrimas, lembrando dos bons momentos com o grupo. "MinHo e Hyunjin abriram uma academia de dança juntos. Lembra como eles amavam dançar?" Sorriu. "Akemi voltou para sua cidade natal, conseguiu uma bolsa de estudos em alguma faculdade de lá. Perdemos contato. Jisung montou seu próprio estúdio, e vem fazendo sucesso no rap." Sorriu, sentindo uma pontada de orgulho dos amigos. "Ele e ChangBin mantém contato e planejam trabalhar juntos no futuro... ambos sentem sua falta." Limpou a última lágrima que caia, solitária por seu rosto.

"Espero que você esteja bem, Channie." Sorriu, analisando a lápide clara. "Obrigada por me amar, mesmo que isso tenha sido ruim para você. E, por favor, não odeie todas as flores apenas porque uma te espetou."

Sayaka se levantou, andando na direção do marido que, naquele momento, acomodava a filha adormecida em seu colo, porém, ainda analisava uma lápide com varias flores.
Com um braço, envolveu o corpo da japonesa, deixando um beijo no topo de sua cabeça.

"Podemos ir?" Perguntou, vendo a esposa assentir.

Começaram a andar e, antes que estivessem longe demais da lápide que ChangBin observava antes, Sayaka espiou-a por cima do ombro.

"Aqui jaz Kim Yerin. Aquela que viveu com um jardim invisível dentro de si e, assim, não se deu conta que as flores eram parte dela também."

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Esse é o final da fic, não me matem.
Espero que tenham gostado, e muito obrigada por cada comentário e estrelinha — isso me motiva demais!

O que acharam da fic?

Obrigada novamente e, por favor, não deixem de dar stream em God's Menu e ajudar nas votações! Precisamos dar esse win para os meninos.

Até a próxima!

~Moon

Flowers Disease - Bang Chan Onde histórias criam vida. Descubra agora