Part 20.

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Desceram as escadas enquanto o céu, de forma poética, já mudava de alaranjado para azul.

–Não vai segurar minha mão? – perguntou Lalisa, quando voltaram a andar tranquilamente a caminho do hotel.

Jennie rolou os olhos.

–Depende. O que você me dá em troca?

–Eu não estou pedindo, estou fazendo uma observação magoada.

–Você pode ficar magoada duzentas vezes por dia.

Lisa pensou por alguns minutos.

–Devo supor que você não vai me consolar?

Jennie rolou os olhos uma segunda vez.

–Por incrível que possa parecer, você não é o assunto mais interessante do mundo.

Lalisa arqueou as sobrancelhas.

–Qual vai ser nossa próxima tragédia, mesmo? – Perguntou Jennie.

Lisa sorriu.

–Roteiro – e pegou o papelzinho. Lalisa franziu o cenho ao lê-lo.

–O quê? O que foi? – perguntou Jennie, se aproximando dela para ler.

"9º Voltar ao hotel e ter um jantar romântico na sacada do quarto"

–Argh – fez Jennie, pondo em uma palavra tudo o que Lalisa estava pensando. – Outra porcaria dessa? Eu havia me esquecido.

–Eu também – Lisa respondeu, guardando o papel dentro do bolso.

As luzes da cidade começaram a se acender.

–Quando será que iremos embora, amanhã? – perguntou Jennie, desviando de uma garota com uma bicicleta.

–Isso é pressa?

–Não – respondeu Jennie. Pensou por alguns minutos. – Pressa para esse Roteiro acabar logo, claro, mas eu estava falando daqui.

–Gosta de Paris, então?

–Essa cidade é linda – respondeu Jennie, olhando em volta. Grandes casarões altos e imponentes, sacadas, ferro torcido formando arabescos e grandes janelas.

–O que mais gostaria de fazer aqui, então?

- Gostaria de ver o rio Sena.

–Sério? – perguntou Lalisa, surpresa. – Poderíamos ter ido lá hoje, se você houvesse falado.

–Não, gostaria de vê-lo pela manhã, mais vazio. De tardezinha fica cheio de gente.

–Ah. Vamos amanhã pela manhã, então – disse Lalisa, com firmeza –. Duvido que viajemos de madrugada, mesmo.

–Certo.

Passaram em frente a uma padaria, e o cheiro das mui famosas baguetes francesas as distraiu por alguns minutos, enquanto elas continuavam andando.

–É o hotel? – perguntou Lisa, ao se aproximarem do imponente prédio.

–Onde está seu senso de direção? Peça uma informação – e Jennie fez um gesto para um homem que ia passando.

–Acabei de pedir, para você.

Jennie deu de ombros.

–Sim, é o hotel.

–Só sabe porque deve ter lido em algum lugar.

–Neon rosa não é exatamente discreto, sabe.

The Experiment - Jenlisa Version.Onde histórias criam vida. Descubra agora