Garotos Como Você

Capítulo Vinte e Seis

— Eu não sei, bem tem os amigos do Mark, e os meus amigos, acho que no máximo, umas cento e vinte pessoas.— Christine disse pensativa.

Lacy Reed havia sido praticamente arrastada pela sua irmã mais velha, que queria ajuda para escolher as flores do seu casamento. Definitivamente Lacy não estava feliz com aquilo, mas ela não tinha absolutamente nada para fazer durante aquela tarde, então não iria fazer tanta diferença assim.

Christine Reed se sentia um pouco mal pelo o que aconteceu da última vez, mas preferiu não tocar no assunto, afinal ela não queria acabar piorando tudo de vez. Escolher as flores em silêncio era a melhor opção no momento.

— Você gosta de lírios?— a vendedora perguntou enquanto mostrava as opções disponíveis no menu da loja.

— Sim, eu gosto, mas sinceramente não sei bem o que eu quero.

— Gypsophila, ou tulipas.— Lacy disse se pronunciando pela primeira vez desde que chegaram ali.

Christine encarou a sua irmã um tanto surpresa e assentiu.

— Eu gosto de tulipas, mas essa outra eu não conheço.

A vendedora passou algumas páginas no menu, e mostrou para Christine a página com as gypsophilas. Christine logo se apaixonou pelas flores brancas e delicadas, definitivamente ela gostaria delas no seu casamento.

— Eu amei!

— Podemos mesclar com as tulipas, as gypsophilas, são flores bem pequenas e delicadas. Não se destacam tanto, mas eu sinceramente acho que elas dão um toque especial.

— Gypsophilas com tulipas, ficaria perfeito.

A cerimônia seria feito em um dos salões de casamentos mais tradicionais de Indianápolis. A dúvida em realmente se casar era enorme, mas organizar os preparativos era algo que Christine definitivamente estava gostando.

— No buque, podemos misturar gyrasophilas, com rosas brancas e rosas claras, só para não ficar muito chamativo, e fugir demais do resto do ambiente.

Lacy Reed se levantou e bocejou. Ela não entendia muito bem de flores, mas havia pesquisado algumas na internet antes de vir para cá, estar ali já era chato, pior ainda seria ficar o tempo inteiro em silêncio. Lacy Reed caminhou para os fundos da loja extensa, e repleta de flores dos mais variados tipos. Não era como uma floricultura, já que vendiam dos mais variados tipos de decorações para vários tipos de festas, mas flores eram os mais comuns por ali.

Algum tempo depois, ou mais precisamente uma hora e meia. Christine Reed apareceu sorridente enquanto chamava sua irmã para ir embora. Bem, acabou não sendo algo tão terrível assim. Lacy adentrou o banco do carona, do sedan preto, e permaneceu em silêncio durante boa parte da volta para casa.

— Você me ajuda a escolher os vestidos para as damas de honra? Acho que seria legal, afinal você vai ser uma delas.

— Tá, tanto faz.

Christine assentiu sem graça. Lacy Reed não era grossa de propósito, e nem queria a infelicidade da sua irmã, ela sabia que esse casamento provavelmente não iria durar muito tempo, mas não queria correr o risco de dar a sua opinião, para depois ser repreendida pelos seus pais, ou então ser taxada de maluca por Christine, mesmo que essa conversa já tivesse acontecido semanas atrás.

Mudando o foco de Lacy Reed para Maddie Harris, temos duas situações completamente diferentes. Maddie estava no seu quarto, fazendo uma ''retrospectiva'' dos eventos das últimas semanas, o que praticamente acabou obrigando ela a ler a fofoca da semana, e pesquisar os vídeos da sua briga com Chace Price na internert.

Os vídeos não haviam se tornado virais ou algo do tipo, mas quatro mil visualizações significava que todos da TIHS, e mais gente havia visto tudo o que aconteceu, e era bem provável que a maioria dessas pessoas achassem ela completamente maluca e sem noção, para fazer algo assim na frente de todos.

Desde que a senhora Anderson havia sugerido uma terapia, ela não conseguia pensar em outra coisa, talvez aquilo poderia resolver as confusões que ocorreram nas últimas semanas, e também tirar a imagem daquela pintura que ela julgava idiota da sua cabeça. Maddie Harris tinha plena certeza que aquela imagem estava basicamente perseguindo ela por todos os lugares, e ela não fazia a mínima ideia do por que.

— Você me acha muito estranha?— perguntou para Daisy que até então estava focada no programa culinário que passava na televisão.

— Um pouco, mas é uma esquisita normal.

Maddie bufou. Aparentemente Daisy não levava nenhuma pergunta que ela fazia a sério.

— É serio Daisy! Tipo você acha esquisito isso de Chace Price, e essas coisas que eu faço as vezes?

Daisy Harris encarou a sua irmã um tanto confusa. Maddie Harris não era muito de fazer perguntas sobre o seu comportamento, principalmente quando envolvia Chace Price, até porque ela sempre achava estar completamente certa sobre ele.

— É, eu acho bem esquisito, mas você é assim, as vezes um pouco estressada demais, mas eu já meio que acostumei.

— Você se acostumou?

— Bem, eu acho que sim mas por que você esta me perguntando isso?

Maddie Harris engoliu em seco e encostou as suas costas no estofado do sofá, balançando a cabeça em negação.

— Não, por nada.

Daisy assentiu um pouco desconfiada, mas acabou deixando tudo aquilo de lado e voltando a sua atenção para a televisão novamente. Maddie Harris se levantou e caminhou para o escritório da sua mãe, deixando Daisy Harris sozinha na sala.

— Mãe, posso falar com você?

Elizabeth Harris assentiu ao perceber que a sua filha estava escorada no batente da porta, com uma expressão um pouco deprimida. Elizabeth retirou os seus óculos do rosto e ajeitou eles no topo da cabeça, deixando a sua tarefa de trabalho de lado por alguns instantes.

— A senhora Anderson me chamou para conversar, a orientadora da escola.— explicou enquanto se sentava na cadeira vazia ao lado da sua mãe.— Ela queria falar sobre o incidente com Chace Price, semanas atrás.

Elizabeth assentiu em um misto de curiosidade e preocupação.

— Ela me sugeriu uma terapia, sabe, para resolver esses meus problemas com a raiva, ou pelo menos tentar resolver.

— Não esperava por isso. Pode ser uma boa ideia, vou conversar com o seu pai sobre isso, mas enquanto isso não acontece, tenta não entrar em confusão. Tudo bem?

— Tudo bem, não é como se eu fosse uma nova versão feminina do James Dean em Juventude Transviada ou algo do tipo.— ironizou, fazendo sua mãe rir por alguns segundos.

— Não, claro que você não é, o James Dean era muito bonito.

Maddie arregalou os olhos e abriu a boca para dizer algo indignada, mas acabou rindo logo em seguida sendo acompanha da sua mãe.

— Obrigada pela parte que me toca mãe.

— Por nada. Agora, eu tenho que resolver isso aqui.— apontou para os papéis espalhados em cima da escrivaninha.— Conversamos amanhã, certo?

— Sim, mas não comenta nada com a Daisy e pede para o meu pai não comentar também. Eu não quero que ela saiba sobre isso.— pediu antes de se levantar e deixar o quatro rapidamente, fechando a porta atrás de si.

Maddie Harris queria fazer isso, mas incluir Daisy em tudo isso não era algo que ela pretendia fazer. Ela pensava em resolver isso sem ela, já que ela tinha se metido em toda essa situação desconfortável, e Daisy não merecia entrar nessa confusão que Maddie Harris acreditava que a sua mente era.

Sem nem ao menos imaginar que ela já planejava resolver tudo isso, antes mesmo dela perceber o que estava acontecendo