As sombras se alongam nas ruas da cidade. Devagarinho vão tomando o chão, paredes e carros mal estacionados. Caminhamos lado a lado. Mais ninguém ocupa a rua. Sozinhos. Damos as mãos.
Virando a esquina, ao nosso encontro, surge pessoa apressada. A pressa da pessoa chega na próxima esquina antes que ela. A pessoa para. As sombras continuam dominando a rua.
Os postes vão acendendo conforme passamos. Visibilidade. E apagando logo depois. Censura. A pressa que estava na esquina dá meia volta. A pessoa apaga os postes com pressa. E as sombras vão cobrindo a rua.
Medo se alonga nas ruas da cidade. Devagarinho vai tomando o chão, paredes, carros mal estacionados e a nós.
O portão tardava a aparecer. A rua se espicha e diz que aquele momento não terá um fim. Nem o medo, nem a ansiedade e nem a... "viadagem" é o que escuto em meu ouvido direito. Minha boca se abre, mas o grito eu só escuto quando...
...
Meus olhos se abrem e a minha voz desesperada ainda se escuta pelo pequeno apartamento. Sinto a realidade caindo como vidro em cima de mim. Me estilhaço na cama.
Olhos preocupados me encaram. Braços me envolvem em um abraço calmante e normalizam o meu corpo tenso. Minha cabeça é levada ao seu peito que vibra ao pedir:
- Pesadelo?
- Realidade.
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Uma Narrativa.
Short StoryEssa narrativa transbordou de mim em um surto de saudade e necessidade de dias melhores. Companhias melhores e uma vida morna. Não tem descrições necessárias. Necessárias? Nem início, meio e fim. São rodopios, giros e enroladas antes de dormir. Boa...