A Rosa Vermelha

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Anos Antes

- Não vá muito longe, Scar! - gritou a mãe de Scarlett.

- Tá bom, mamãe - resmungou ela.

Era mais um dia de primavera, e as rosas vermelhas começariam a aparecer no horizonte. Era a época mais bonita do ano para ela.

Scarlett se afastou silenciosamente de onde sua mãe recolhia legumes da plantação para um delicioso ensopado.

Tentou ser discreta para não deixar sua mãe nervosa, afinal, ela não iria muito longe.

A menina correu através da grama alta que já quase alcançava sua cabeça. Era fácil se esconder alí.

Ela parou quando chegou à extremidade do campo onde morava. Um cercado de madeira separava ela do mundo lá fora, mas ela podia ver o castelo dali.

Sempre sonhara em ser princesa, antes de a inocência ir embora e ela precisar lidar com o fato de que jamais seria uma. Embora seu pai sempre negasse isso quando chegava em casa ao final da tarde com as mãos calejadas.

Ela se debruçou sobre o cercado e sorriu ao observar a paisagem. Então, algo a intrigou.

Não muito longe, uma carruagem estava estacionada. Um homem jovem, porém adulto, de pele negra e brilhante, guardava a porta da carruagem, que estava aberta.

Scarlett inclinou a cabeça à esquerda levemente e franziu o cenho. A comitiva real nunca fazia visitas. Aliás, por quê faria? Mas ela continuou ali, afinal, estava longe o suficiente para não ser notada.

- Olá! - Uma voz animada a chamou.

- Olá - respondeu ela. - Quem é você?

Scarlett reparou em suas roupas limpas, mas simples, não era muito diferente dela. Tinham até o mesmo tamanho. Os olhos, porém, de um verde claro e chamativo, eram os olhos mais bonitos que já vira em tão pouco tempo de vida.

- Me chamo Lui - respondeu o garoto. - Você vive aqui?

- Lá atrás - apontou ela. - E minha mãe sempre diz pra não conversar com estranhos.

- Ao menos me diga seu nome - pediu o garotinho.

Scarlett estava aprendendo a ler. E ela já era capaz de identificar um linguajar refinado. Ele, sem dúvidas, possuía um.

- Scarlett! - a voz de sua mãe, de longe a chamou, com um ar de preocupação.

O medo da bronca a invadiu.

- Eu preciso ir embora - disse ela. - Até mais, Lui.

- Antes de ir, me diga como devo chamá-la - insistiu.

- Não vou dizer meu nome - ela franziu a testa e virou as costas.

- Espera! - exclamou ele, insistente. - Eu trouxe isto pra você.

A curiosidade a fez virar novamente para ele. Uma rosa vermelha estava em suas mãos, e ele esticou os braços para que ela pudesse alcançar a rosa sem precisar se aproximar.

- Cuidado com os espinhos - disse ele. - Eles sempre estão presentes.

- Obrigada, Lui - Scarlett fez uma pequena referência, e então se retirou.

Scarlett correu de volta para perto de sua mãe, e apertando a rosa vermelha entre os dedos, ansiosa para mostrar o presente, acabou se machucando.

Bem que ele havia dito!

- Mamãe! Meu dedo! - a pequena estendeu a mão para a mãe.

- Um espinho? Onde fez isso? - a mãe perguntou depois te tirar o espinho do dedo indicador da menina.

- Eu só peguei uma rosa! - ela falou.

- Não temos rosas aqui! Onde arrumou uma rosa? - a mãe perguntou intrigada.

- Eu achei! - a menina escondeu o rosto e saiu correndo enquanto gargalhava.

- Sapequinha! - a mãe riu.

- Papai! - a voz da garota ecoou.

- Oi, minha princesa! - o pai da garota a pegou no colo e foi em direção à esposa. - Oi, meu amor! Como estão as coisas?

- Está tudo indo... - respondeu ela com um suspiro.

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O garoto desceu da carruagem. Seus olhos estavam marejados. Era a primeira vez que lidava com um coração partido.

- Érik, o que houve? Não disse nada a viagem inteira - perguntou o soldado Treeman. - Não gostou do passeio?

- Eu conheci uma garota - respondeu o garoto, emburrado.

- E o que ela fez para te deixar assim? - Treeman riu. Érik tinha bochechas enormes, e ficava extremamente engraçado, mesmo quando estava com raiva.

- Eu perguntei o nome dela, e ela não me disse. Ela foi embora! Pelo menos ela aceitou a minha rosa - o garoto deu de ombros.

- Problema com garotas então - concordou Treeman. - Escute, meu garoto, ela não lhe disse o nome dela, mas isso é algo bom. Significa que ela jamais entregará o coração para qualquer pessoa.

- É sério? - perguntou o garoto, curioso.

- Sim! Não se preocupe, iremos visitar os campos novamente, e você poderá conhecê-la melhor. Eu prometo! Confie em mim, haverá um tempo onde as pessoas se entregarão umas as outras sem medir as consequências, então sim, o mundo estará perdido.

Érik

- No que está pensando? - ela perguntou.

Meu sorriso bobo denunciava que era nela que eu pensava. Mas ela não imaginava que Lui, o garoto da sua infância que ela afastou, na verdade...

- Outro dia eu te conto - sorri ainda mais ao vê-la sob a luz do sol, que entrava pela janela do quarto. - Vamos levantar?

- Não, vamos ficar aqui o dia inteiro - ela tapou o rosto com o travesseiro e eu ri com a cena.

Arranquei o travesseiro de suas mãos e joguei-o para fora da cama, puxando-a para um beijo.

Talvez tudo, de fato, acontecesse por uma razão. E ela seria a minha, sempre e sempre.


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Hey Guys! Prometi que acrescentaria uma cena extra e inédita caso "O complô" chegasse a 10K antes que a quarentena acabasse. Bom, faz um tempo que marcamos 10K, e por isso, espero que gostem. Obrigada pelo carinho e grande recepção que essa história tem aqui na plataforma, e obrigada por darem tanto apoio. Em breve (29/06 - anúncio), muitas novidades, então siga meu instagram @foreverlionheart (link no meu perfil) para o anúncio de um livro novo que lançarei esse ano, aqui mesmo, no Wattpad.
Amo vocês.
Kisses ♥️🌹

O complôOnde histórias criam vida. Descubra agora