Devota ao Alfa

Capítulo 07

Repetindo o ciclo de ontem , fico com as meninas assistindo os machos treinarem. Mas hoje Sofia tem que ajudar as adultas com as tarefas , já que as coisas aqui são decididas por idade e ela já está ficando mais velha.

– Vocês também usaram coleiras? – Pergunto.

– Sim , é muito raro um lobo encontrar a companheira , já deve ter percebido que tem muito mais machos. – Mare me responde.

– Sim , eu percebi.

Mare olha para Tyran com um brilho nos olhos impressionante.

Nem imagino a lavagem cerebral que ela sofreu.

– Você gosta bastante do Tyran , não é? – Pergunto.

– Sim , eu tive sorte.

– Sorte?

– É , Sofia não entende isso , ela tinha um grande futuro pela frente antes , eu não tinha nada. É muito ruim viver sem propósito.

– Mas você não cansa de só ter um propósito? – Mare suspira.

– As vezes , mas é melhor ter um do que nenhum.

– Eu talvez tivesse um propósito se não tivesse vindo pra cá.

– Mas aqui é o seu propósito. Pensa , você vai ser Luna , as pessoas vão procurar você quando precisarem de ajuda , opinião.

– Mas eu sempre vou estar na sombra do Alfa.

– Todos nós estamos na sombra do Alfa.

– Eu... não tinha pensado nisso.

É um pensamento horrível. Você não importa o que fizer , sempre será menor que outra pessoa somente pelo sangue.

– Você devia falar sobre isso com a ex Luna.

– A mãe do Benjamin? – Me corrigo. – do Alfa. Eu não acho que ela queira me ajudar.

– Ninguém sabe mais sobre como ser uma boa Luna do que ela.

– Mas eu não quero ser uma Luna.

– Relaxa. – Mare fala , mas logo em seguida se levanta para levar a água para Tyran.

Vou para dentro procurar Sofia , ela é a única que realmente me entende.

A avisto na agricultura , mas antes de chegar avisto a mãe de Benjamin. Tento passar despercebida , mas é em vão.

Parece que Mare estava prevendo.

– Emily. – Ela me cumprimenta. – Que bom vê-la.

– Boa tarde.

– E como está indo com... – Olha discretamente para a coleira.

– Na verdade , eu gostaria de falar com a senhora. – Ela arregala os olhos surpresa. – Por que você aceitou ser a Luna? – Lauren faz cara de pensativa e depois fala.

– Sente-se. – Me sento e a espero , sinto o olhar de Sofia em mim , com certeza está decepcionada. – A Luna é essencial para uma alcatéia.

– Ela só dá conselhos , qualquer um pode fazer.

– Você está com uma visão muito errada. A Luna é a companheira do Alfa. Todo Alfa precisa de primogênitos.

– Então eu sou somente o útero. – Falo revirando os olhos.

Não sei o que fazer , eu não posso fugir , nem ficar.

– Não. – Ela interrompe meus pensamentos. – Você procria por ser a companheira dele , não por ele ser o Alfa. Pense comigo , se o Alfa não conseguisse domar nem a própria companheira , como o povo espera que ele consiga liderar uma Alcatéia inteira?

– Então...

– Você procria e ama porque ele é seu companheiro , mas você obedece porque você é a Luna.

– Não seria mais fácil os lobisomens não terem Alcatéias e viverem como pessoas normais?

– Você já viu um lobisomem perto de pessoas normais? – Diz rindo baixo.

– Faz sentido. Obrigada. – Falo me levantando confusa.

Lobisomens são complicados demais.

•••

Mais tarde espero no quarto por Benjamin , o quarto não parece mais tão frio , mas sinto que a qualquer hora alguém vai morrer nesse chão.

Tomo um susto com a porta abrindo. Não se faz um barulho desse quando alguém está pensando em morte.

– O que houve? – Pergunta pela minha reação.

– Só estava pensando em uma coisa e a porta me assustou. – Ele assente e pega direto uma toalha.

– Já tomou banho? – Pergunta.

– Na verdade não , ia esperar você tomar.

– A gente pode tomar junto. – Diz com um sorriso malicioso.

– Tá bom. – Minha resposta o surpreende. Pego minha toalha e sorrio sem graça.

– Tá bom. – Ele sorri impressionado.

No banheiro tem uma banheira com água morna.

"Lobos preferem águas mais quentes para se banharem."

Lembro da Lucrécia me ensinar isso.

Em pouco tempo a banheira se enche e Benjamin fica nu.

Ele entra e me dá a mão para que eu faça o mesmo.

Tiro minha roupa com vergonha e entro.

Benjamin pega uma esponja com sabonete e me entrega.

– Não quer usar primeiro? – Pergunto.

Ele ri pelo nariz e fala :

– Isso não é pra passar em você. – Em seguida olha para seu corpo.

– Ah. – Deixo escapar.

Eu começo a esfregar em seu peitoral. Benjamin usa sua mãe esquerda para acariciar meu corpo.

– Então você gostou de ontem a noite. – Diz sorrindo , mas ainda sem olhar para o meu rosto.

Prefiro não responder isso , de alguma forma me sinto bem perto dele. Não consigo explicar e isso me assusta.

Benjamin para e me olha com um pequeno sorriso no rosto.

Realmente ele fica bonito sorrindo.

Benjamin segura meu braço , me trazendo um pouco mais para perto dele , nos fazendo ficar a centímetros de distância.

Me inclino e o dou um selinho , soltando nossos lábios um do outro.

– Tudo bem , eu aceito. – Digo baixo.

– Eu quero ouvir você dizer.

– Eu prometo minha devoção a você e a Alcatéia Lunam Et Urenti.

Benjamin não hesita em abrir a coleira.

•••