Eu me lembro

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Karin on•

Acordei um pouco mais cedo do que eu desejava então já estava pronta para aproveitar a meia hora de sono que me restava, mas foi em vão, não consegui pregar o olho. Resolvi levantar e fazer minha higienes pessoais e tomar café da manhã. Quando olhei no relógio já estava na hora de sair de casa para tentar una vaga no hospital de Konoha, então assim fiz. Caminhei em direção do hospital e chegando lá, fui direto para a sala da dona do Hospital, a senhora Tsunade Senju.

Entrei na sala e ela ficou super feliz em me ver. Ela me conhecia desde criança já que era amiga próxima da minha família e disse que eu poderia começar a trabalhar amanhã mesmo, o que me deixou muito feliz e aliviada pois não conseguiria viver das minhas economias pra sempre.

Tsunade também é madrinha de Sakura, e como nós crescemos juntas, ela sempre cuidava de mim. Ela era como uma segunda mãe, e nos tornamos mais próximas quando eu perdi a minha mãe. Elas eram bem amigas, então Tsunade estava sempre cuidando de mim como filha.

Voltei para casa pra me preparar psicologicamente para o dia de amanhã, mas no caminho passei na frente de um parquinho, o que me fez lembrar de um episódio que aconteceu quando eu era criança.

•flashback on•

Estava no balanço quando umas meninas chegaram mandando eu sair dali. Eu obviamente me recusei pois havia acabado de chegar e queria brincar mais um pouco, mas as meninas foram mais rápidas ao me empurrar da balança me fazendo cair com tudo no chão e machucar meu joelho. Voltei para casa mancando por causa da dor e com lágrimas nos olhos porque as outras crianças que estavam no parquinho deram risada de mim. Eu queria me trancar no quarto e não sair nunca mais. Meus pensamentos foram interrompidos por uma voz meio fina, mas que claramente era de um menino.

-Ei menina, por que você está chorando?

Eu olhei para ele, sequei minhas lágrimas e revirei os olhos.

-Não é da sua conta.- Respondi seca.

-Ei calma, não precisa morder não, só queria ajudar- ele levanta as mãos em sinal de rendição- Mas e aí, vai me contar?- Eu balanço a cabeça em negação- Então tudo bem, mas deixa eu limpar esse machucado aí- Ele aponta para meu joelho

-Não precisa, eu limpo- eu vou até a cozinha e pego a caixa de primeiros socorros, começo a limpar meu machucado mas está doendo muito- Ei, cara de peixe- ele olha pra mim- É, você mesmo, vem cá- ele senta do meu lado e eu coloco minha perna em cima dele- Me ajuda.- Ele dá um risinho e começa a limpar meu joelho, seu toque é tão suave que eu quase não sinto dor.

•flashback off•

Quando saí de meus pensamentos eu já não estava no parquinho, minhas pernas estavam se movimentando sozinha na direção de minha casa. Quando olhei para o lado, percebi que estava no meio da rua, atravessando no sinal vermelho. Tentei correr para o carro não acertar em mim e acabei tropeçando e caindo de joelho. O carro parou a tempo e de lá saiu um homem alto, albino e muito familiar. Era meu vizinho do prédio da frente.

•Suigetsu on•

Mal dormi durante a noite pensando naquela ruiva. Droga, já está na hora de levantar, pensei enquanto levantava da cama indo em direção ao banheiro para fazer minhas higienes. Fiz tudo que tinha pra fazer e saí de casa correndo de casa já que estava atrasado pra caramba. Peguei Meu carro e fui em direção a minha clínica, quando do nada eu vejo uma maluca atravessando lentamente, mas o sinal de pedestres estava vermelho e por sorte eu consegui parar antes de bater o carro nela.

Quando eu saí do carro, pronto pra brigar com a moça, eu a vi. Vi aquela ruiva, ou melhor, o motivo da minha insônia. Quando vi ela se levantando com seu joelho cheio de sangue e suas bochechas ruborizadas eu não consegui ficar bravo, apenas estendi a mão e a levantei.

-Você está bem?

-Hm...E-estou sim, desculpa por causar esse acidente- ela me olhou tímida e na mesma hora eu senti meu coração bater mais forte exatamente igual a quando éramos adolescentes.

-Vem, vamos comigo, deixa eu limpar esse machucado- estendo a mão para ela que pegou com um pouco de receio.

Entramos no carro e fomos até minha clínica em silêncio, e ao chegar lá ela fez uma cara de surpresa.

-Por que você me trouxe pra uma clínica veterinária? Está me chamando de cachorra?- tentei segurar o riso mas não consegui- Ei, você tá rindo do que? Isso é uma piada?

-Desculpa, eu te trouxe aqui porque eu trabalho aqui, e aqui tem tudo que é necessário pra cuidar do seu machucado- falei tentando segurar o riso- E então, vamos?

Ela saiu do carro e fomos em direção a minha sala. Entrando lá ela sentou em uma cadeira qualquer que tinha lá e eu fui pegar as coisas para limpar o machucado dela.

Karin on•

Aí meu Kami, eu sou uma idiota. Como eu pude esquecer que ele era veterinário? Eu conversei com ele ontem. Agora ele deve estar me achando uma louca. Boa Karin, você acabou de estragar um possível futuro encontro com o vizinho gato... Pera, o que? E quem disse que eu quero sair com ele? Meu pensamento foi cortado pelo albino que pediu para que eu colocasse minha perna em cima da dele, e assim o fiz.

Ele começou a limpar meu machucado com uma delicadeza familiar, eu conhecia aquele toque. Depois de um tempo juntando os pontos eu percebi quem aquele homem podia ser. Eu tenho certeza, eu sinto... É ele! Aí meu Kami eu não acredito, eu lembrei, lembrei de tudo.

Quando ele acabou de limpar meu machucado, eu apenas agradeci e saí correndo o mais rápido que pude, deixando ele falando sozinho.

continua...

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