Faz dois meses desde que Jisung fez aquela proposta a Chan e ele aceitou na esperança de fazer o melhor amigo feliz.
Levar os móveis, alugar uma casa, mudar alguns documentos e se inscrever em algum curso não foram tarefas difíceis, difícil mesmo foi convencer Seo Changbin.
Changbin sempre lidou com a imortalidade de um jeito vago, ele pensava nisso sempre que se encontrava sozinho, mas era sempre para si. Assim como Jisung ele teve seu momento de reflexão e melancolia com aquele fato, logo após de ver sua neta morrer de velhice, foram dois anos vagando sem rumo jurando para si mesmo que nunca mais se relacionaria com ninguém. Até encontrar Jisung.
Jisung é algumas décadas mais novo que Changbin e mesmo que os híbridos parassem de envelhecer entre 25 a 30 anos, Jisung parece ter parado com dezoito. Changbin o conheceu em uma cerimônia no Laos e poderia dizer que as pessoas estavam cultuando Jisung, ou talvez ele só fosse a alma e a alegria daquela festa. Changbin quando viu que eles dividiam a marcas semelhantes ficou chocado e pensou em evitar o mais jovem, mas Han não o deixava em paz e quando menos percebeu o Seo tinha criado um vínculo emocional com o ser semelhante a ele.
Changbin e Jisung andavam juntos, vivendo aventuras e conhecendo novas línguas e culturas. Com uma única regra: nunca formar uma família com os humanos. Jisung realmente nunca teve esse desejo, nem sequer lembrava que alguma vez teve uma família, não se lembrava de sua infância, não se lembrava do rosto de sua mãe, se seu pai era presente, se tinha irmãos, avós, uma cultura ou uma vida. Mas isso não era algo que ele pensava durante o dia com Changbin, porque a vida dos dois era resumida em se divertir.
As coisas mudaram um pouco quando eles encontraram Chan, ele era mais velho -cerca de 70 anos- que os dois e consequentemente muito mais inteligente e experiente. Era de um grupo anti Dinastia Ming, ao leste da China próximo ao norte do território atual da Coreia, o Bang era extremamente respeitado naquele grupo. Changbin demorou para seguir e se acostumar com as condições que o mais velho propôs porque Chan não se incomodava em fazer amizade com os humanos, amava compartilhar histórias, escutar sobre a cultura e a vida de cada um que conhecia, mostrando gentileza e apoio longível. Porém, o princípio do Seo desapareceu. E realmente, Changbin nunca mais se envolveu com os humanos , os únicos nomes que ele fazia questão de lembrar eram Bang Chan e Han Jisung, pois ele sabia que esses dois jamais o deixariam.
Aquilo criou uma aura esquisita para Changbin, os conhecidos o trio sempre o achava apático, a parte, como se o amigável Bang Chan e o divertido Jisung acompanhasse ele por pena. E de verdade, não incomodava esses preconceitos sobre ele. Se fosse uma forma de evitar o sofrimento, então ele o faria.
Aquela proposta para Changbin era uma péssima ideia. Era inconcebível viver como um ser humano normal, quando nem um ser humano por completo você é. Ele sabia que aquilo só faria Jisung se machucar e insistiu para Chan que havia outro jeito, mas o Bang preferiu dar ouvidos ao Han, a decisão estava tomada; eles se mudariam para Seul e construiriam uma nova vida.
--Você pode continuar com essa sua ideia de tratar os seres humanos como inferiores, mas não interfira na vida do Jisung, ele precisa disso - Chan falou para o Changbin mais irritado que já vira.
☆
Chan estava com uma casquinha de sorvete na mão e ao seu lado Jisung também aproveitava seu sorvete de flocos. Eles caminhavam pelas ruas da cidade escolhida, enquanto Chan explicava como as coisas funcionariam dali em diante.
--Eu me inscrevi no curso de enfermagem, sim é bastante óbvio, mas eu queria entender mais sobre o corpo humano.
--Sei que nesses cursos tem que fazer testes, testar como se dar vacina, o que você vai fazer? - Perguntou o mais novo, que agora tinha se aventurado nos fios mais longos e em um tom mais dourado.
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devil ⚝ minsung
Fanfiction↬Han Jisung era um ser hibrido imortal cansado de vagar pela terra por tantos anos e acabou se rendendo a melancolia ao concluir que seu pior castigo é viver. Decide para um pouco, tentar entender porque os humanos sentem tanto medo da morte, e em u...