Um oceano chamado Yuta

Um destino embaraçoso?

 Dizer que eu não queria encontra-lo seria mentira. Uma mentira das grandes. Queria vê-lo e perguntar tantas coisas. 

-Lizz!!- a voz grita ecoando pelas paredes do templo. Viro ao encontro da voz e parado alguns passos Ten sorria animado. Ele aparentava surpresa e felicidade por me encontrar. - Quanto tempo! O que você faz aqui no Japão? - ele pergunta se aproximando. Havíamos passado pouco tempo juntos mas ele parecia muito divertido e era uma surpresa encontra-lo já que havia visto apenas Yuta. - Sim, faz tempo! Bom, estou participando de um projeto do cursinho. Como você tem estado? - falo sorrindo. 

Estávamos no meio de um dos corredores do templo, onde varias pinturas coloridas decoravam as paredes, realmente era algo feito no mais mínimos detalhes.

 - Estou bem! Estou melhor haha, acho que bebi demais na ultima vez que nos vimos. - ele diz sorridente. - Sim, que bom que já está tudo bem! Não beba tanto mais! Ten preciso encontrar com a minha equipe, acho que já é bem tarde e preciso ir se não eles irão ficar preocupados, espero ver você outra vez! -digo me despedindo, estava preocupada com o horário pois a minha equipe iria embora as 20:00. - Ótimo ver você também, mas você pode me dar seu número?.. na verdade perdi o número de todo mundo e não consigo falar com Paul. - ele diz pegando o celular do bolso. Paul havia dado um tempo das redes sociais por que estava estudando para um concurso, ele mal conversava com a gente também. - Sim, claro! Paul está dando um tempo da redes sociais deve ser por isso que você não consegue falar com ele - falo e digito meu número em seu celular. - Preciso ir! bom te ver Ten! - digo me afastado e acenando pra ele. 

- Aí está ela! - diz o professor convidado. Aparentemente todos haviam terminado as gravações e estava me procurando. - Me desculpem, tive alguns contratempos e não consegui encontrar Paul. - falo me explicando. - Tudo bem Lizz, deu tudo certo graças a sua ideia. Bom, vamos embora? - meu professor diz traçando o caminho da saída. Paul pediu desculpas no caminho e explicou que não conseguiu voltar para me buscar, por conta do aluguel da iluminação. 

Kinkaku-Ji Temple - 鹿苑寺 (金閣寺)

"Considerado um dos templos mais incríveis de Kyoto, o Kinkaku-Ji Temple tem um motivo bastante simples, mas nada modesto, para fazer o sucesso que faz. O templo é também conhecido como "Templo do Pavilhão de Ouro", porque sua estrutura é revestida pelo mineral. O templo está cercado por jardins e na sua frente fica um lago, que sempre reflete a imagem dourada da construção.

O Kinkaku-ji foi construído para ser um local de descanso e residência do xógun Ashikaga Yoshimitsu, mas depois de sua morte se tornou um templo zen. Em seus arredores, ficam ainda outras construções e jardins, há uma casa de chá e barraquinhas que vendem comidas típicas japonesas." 

- EU NÃO TÔ ACREDITANDO! - Mahina falou ao dar de cara com um dos templos mais conhecidos do Japão, ele era um dos cartões postais mais famosos do mundo. Eu estava admirada com tanta beleza e olhando para toda a equipe todos estavam impressionados com o templo. Havia muitas pessoas observando o ambiente e buscavam tirar as melhores fotos do templo. Tirei algumas fotos e enviei para os meus amigos e para meus pais. Eu estava muito feliz em ter essa oportunidade. Começamos a organizar os equipamentos pois seria mais um dia de filmagem, toda a equipe se esforçava bastante para que tudo desse certo e mesmo cansados do dia anterior a paisagem nos animava. 

- E esse é um dos templos mais famosos do Japão, seu pavilhão dourado revestido de minérios é uma das construções mais linda que eu já vi.. - O professor convidado falava para a câmera apresentando o lugar. 

- Lizz, você pode perguntar onde podemos encontrar água? - meu professor se aproximou perguntando. - Mahina, você poderia ir junto? - ele acrescenta apontando para Mahina, uma das estudantes da minha sala. - Claro! - falo chamando Mahina.  - Estou tão feliz Lizz, sempre foi meu sonho visitar lugares assim! - ela fala assim que nos afastamos do grupo. Mahina era mais nova do que eu, e exalava uma alegria otimista, era ótimo tê-la na equipe. - Sim! eu também Mahina! Me pergunto se deveria ter me vestido melhor - falo dando algumas risadas. Minhas roupas estavam uma bagunça, não havia passado ferro nelas e elas pareciam especialmente amassadas. - Você está bem! - ela diz. Começamos a falar sobre os jardins que se estendiam pelo templo e Mahina pediu alguns minutos para tirar algumas fotos.

 - Lizz, tira uma foto minha?- ela pergunta de um jeito fofo. - Claro! dá aqui! - digo pegando seu celular. Enquanto aponto a câmera para Mahina e ela faz poses engraçadas e fofas, vejo na tela algo que me chama a atenção. Do outro lado do jardim, uma figura me aparece. Como ele poderia estar aqui? Como podemos nos encontrar duas vezes seguidas? Do outro lado do jardim, segurando uma câmera de mão, Yuta sorri junto com alguns garotos, os mesmo da noite passada. 

- Ficou bom? - Mahina pergunta, pegando o celular da minha mão em seguida. - Vamos Mahina, estamos atrasadas. - falo a chamando.  Estava nervosa sobre encontra-lo novamente. Precisava evitar encontra-lo de todas as maneiras. 

Após andar por mais algum tempo, chegamos a algumas barraquinhas onde vendiam chá e comidas tipicas japonesas, compramos algumas garrafas de água e seguimos a rota de volta. Um grupo de outros turistas passam ao nosso lado e logo atrás Yuta e seus amigos aparecem, ele estava a alguns passos de mim, cara a cara. Minhas mãos começaram a suar inesperadamente. Então não tinha adiantado evita-lo, um destino embaraçoso parecia nos unir.

Após alguns segundos nossos olhos se encontraram. Eu estaria sendo dramática ao dizer que aqueles olhos me assustaram? Eles pareciam ternos mas preocupados. Enquanto dava passos em sua direção, Mahina me contava sobre como queria provar alguns chás japoneses.

  7 passos, 6.. 5..

 4 passos, 3... 2...

 Nossos olhos permaneciam firmes olhando uma para o outro. 

Yuta estava vestindo uma blusa listrada e calças militares, combinava com seu cabelo vermelho.

 1 passo..

 Ele irá falar algo? parei ao perceber a proximidade. Enquanto me preparava para responder caso ele perguntasse como eu estava ali, ele continuou seus passos indo em direção as barraquinhas de comidas, me ignorando completamente. 

 Meu cérebro congelou, era isso. 

Yuta não havia nenhuma intenção de me ligar desde o inicio. 

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