"A recepção estava sendo calorosa, e como eu mesmo já havia dito: Willian's estava lotado, tornando tudo ainda mais divertido, até o momento em que o meu coração era uma batida. Os meus olhos se encontram com uma certa íris cor de mel que tanto me d...
" With shortness of breath, you explained the infinite
How rare and beautiful it is, to even exist."
Sleeping at last|Saturn
Ouvir aquelas palavras foram como ganhar vários socos. O nossoeencontro não foi dos melhores, eu sei. Se eu já tinha total certeza de que ela me odiava, agora mesmo que eu tinha mais.
Vê-lá naquela situação não foi muito legal. E a necessidade de ajudá-la foi maior. Eu devo muito a Gween, e bom, acredito que essa é a melhor forma de ajudar.
Eu queria poder explicar tudo para ela, eu devia isso a ela, mas as palavras simplesmente não saíam. E porra, aquilo me destruía cada vez mais por dentro, me quebrava em vários pedaços, mas ainda não parecia ser o momento - e eu também não saberia quando -, ou era até mesmo somente uma ideia idiota da minha cabeça.
(...)
Hoje eu iria fazer uma coisa que eu estava evitando nos últimos anos. Eu não tinha coragem o suficiente para vir até aqui, sabia que precisava, era o meu dever como filho, mas eu simplesmente não tinha coragem.
Ela não havia me contado, somente ela e o meu pai sabiam. A raiva consumia cada célula do meu corpo a cada vez que me lembrava daquilo. Porra! Eu era o seu filho, eu merecia saber. Mas talvez, lá, no fundo, eu entenderia seus motivos para não ter me contado.
Eu só descobri uma semana antes de tudo acontecer. Foi quando ela piorou, e já não conseguia fazer mais nada. Era bem nítido que ela estava mais magra, abatida... Mas sempre que eu perguntava se ela estava bem, se estava acontecendo alguma, ela sempre me dizia que não era nada de mais e que eu não deveria me preocupar.
Então para mim, aquilo tudo seria decorrente das coisas não estarem indo muito bem com o meu pai, como sempre. Sabia que aquilo era desgastante. Mas eu nunca imaginaria que minha mãe estava morrendo aos poucos.
A sensação de impotência me atingiu em cheio, porquê eu não pude simplesmente fazer nada, quando ela mais precisou de mim.
Era um tumor cerebral. Quando descobriram já estava no estágio final, então não tinha muito o que se fazer. Era só questão de tempo, que o momento dela iria chegar.
Aquele foi o pior momento da minha vida, com toda certeza. Tudo se desandou naquele momento.
Minha mãe era à melhor pessoa do mundo. Ela era doce, gentil e a pessoa mais confiável que eu conhecia. Era o meu braço direito para tudo. Não me apoiava quando eu fazia alguma merda, mas mesmo assim sempre esteve ao meu lado.
Então, saber que eu não a veria mais, era à pior sensação do mundo.
Eu não havia percebido que às horas haviam se passado tão rápido. Os meus pulmões ainda subiam e desciam descontroladamente. O meu rosto estava todo molhado e inchado, até porquê eu estava ali chorando a horas. Mas a sensação continuava a mesma.
O meu corpo já não me respondia mais, as minhas pernas estavam fracas, e a vontade de me levantar dali era mínima. Mas já estava ficando tarde, precisava ir embora. Talvez caminhar de volta para casa me ajudasse a pensar um pouco melhor.
Eu estava totalmente quebrado. Eu costumava negavar para mim mesmo que não, mas eu estava. E saber que eu só poderia contar comigo mesmo, só piorava ainda mais as coisas.
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