SEOUL 4-8 [ jhs + myg ]

EXPERIÊNCIAS DIFÍCEIS DE ESQUECER

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[5:38, 14 de Maio de 2020 - Vancouver, Canadá]

Yoongi estava segurando um fuzil de assalto com uma das mãos e com a outra segurava o braço de um prisioneiro, Suho, o mesmo seria transferido para Pohang na Coréia do Sul, de onde fugiu para pagar por seus crimes. Suho faz parte de uma das quadrilhas mais perigosas do país, sendo seu líder Kim Jongin, ou como prefere ser chamado Kai. Sua prisão nos ajudaria a começar a fechar o cerco até chegarmos no líder, é um pequeno avanço que demorou anos para acontecer.

Agora, dentro do carro militar, o silêncio reina pois obviamente ninguém se permitia falar nada daquela situação tão tensa, Yoongi que o diga, como atirador do exército e líder de operações seu coração acelerava só de imaginar se algo fugisse do controle durante aquela transferência. Não tirava os olhos de Suho nem por um só segundo, o mesmo sorria como se aquilo que estava acontecendo posse algo divertido, Yoongi mesmo se tentasse não entenderia ele.

- Do que você está rindo? - Yoongi encarava Suho que agora ria de forma debochada olhando em seus olhos.

- De vocês. - Os outros homens sentados no caminhão olharam para Suho assim como Yoongi. - Acham mesmo que conseguiram me pegar?

- É o que está parecendo não? - O sorriso que Yoongi continha em seu rosto parecia ter sido precipitado, já que segundos depois seu celular descartável começa a tocar. Quando o garoto vai conferir quem é aparece "Avô" na tela, mesmo que balançando a cabeça negativamente atendeu pois sabia que era algo importante. - Alô?

Suho nesse momento olhava para o garoto com um grande sorriso maroto no rosto. - Pergunte se o vovô está bem. - Yoongi o olhou assustado e então fechou sua expressão novamente.

Do outro lado da linha não se ouve a voz de seu avô, mas sim de um único homem, Kai. O coração de Yoongi acelera e ele sente um espécie de arrependimento em seu peito.

- Yoongi... quanto tempo... - A voz de Kai do outro lado estava mais grossa, como se ele quisesse deixar claro sua posição na situação. - Nesse momento a boca da arma está encostada na cabeça de seu avô, solte o Suho.

- Você sabe que não farei isso, como posso saber que não está me enganando? - O chiado ao outro lado indica que o celular está sendo movido e logo, a voz de seu avô vem a linha.

- Querido, está me ouvindo? Fique tranquilo, eu estou bem! - O avô de Yoongi estava mentindo e ele sabia disso.

- Eu vou te salvar, tenha certeza disso. Eu vou te salvar. - Enquanto o garoto falava um dos soldados o deu um caderno e uma caneta, era uma forma de se comunicarem sem Suho ver. Neste caderno Yoongi escreveu "mandem a polícia de Seoul para minha casa agora, Kai está lá.", e devolveu o caderno.

O soldado passou para a parte da frente do caminhão e começou a comunicar a polícia através de códigos enquanto Yoongi continuava na ligação com Kai, mal sabia ele que estava sendo rastreado por um dos componentes da quadrilha.

- Chega disso, deixe Suho. Se não o pior pode acontecer para você. - Kai repete agora apertando a boca da arma contra a cabeça do avô dele.

- Kai, o que você quer com isso? Estamos fechando o cerco, primeiro o Suho depois o resto de sua quadrilha até chegar em você. - O coração do garoto parecia estar prestes a sair pela boca, mesmo que sua postura continuasse segura. - Não vou desistir de te pegar.

- Que pena... - O som da trava da arma pode ser escutada e o coração de Yoongi gela.

- Me deixe falar com ele, vai me escutar, é meu neto. - Avô de Yoongi diz com seus olhos já fechados, Kai cede e encosta o celular em seu ouvido. - Filho, não faça nada que eles disserem, não tenha medo. Eu te amo Yoongi.