Capítulo 1 - Prólogo

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Olá fanfiqueiras, após o fim de Por trás das câmeras, decidi iniciar essa ficzinha, fugindo um pouco do contexto vida real.

Espero que gostem. Deixem a opinião de vocês para eu saber se continuo.

Sem mais delongas...

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Point of view Rafa Kalimann

03 de março de 2020

Estava fazendo residência médica em Terapia Intensiva em um hospital público em São Paulo. Havia me formando há aproximadamente um ano na USP.

Eu encarava a parede branca a minha frente. Minha preceptora, Dra Thelma, havia saído por um tempo para resolver problemas pessoais e me deixou alerta para qualquer chamado. Se ela fosse chamada, eu teria que comparecer como sua representante. Eu estava tensa. Sabia muito, mas tinha medo de falhar na hora.

O auto falante do Hospital apitou. Meu coração acelerou. A voz então surgiu.

- Dr Gustavo, favor comparecer ao setor de Urgência e Emergência, com urgência

O pediatra do Hospital havia sido convocado. Meu celular vibrou algumas várias vezes no bolso do meu jaleco, estendido ao lado da cama do conforto médico. Fiz menção de pegá-lo, mas então o auto falante foi novamente acionado, congelei.

- Dra Thelma, favor comparecer com urgência ao setor de Urgência e Emergência

Não. Não era possível. Eu era muito azarada. Me levantei rapidamente e vesti meu jaleco. Busquei pelo meu celular no bolso e digitei o número de Thelma. Caindo direto na caixa postal. Porra. Olhei rapidamente as notificações e haviam várias mensagens de Manoella, minha melhor amiga. Porém eu não tinha tempo de ver. Peguei meu estetoscópio e corri pelo corredor, apertei o elevador inúmeras vezes e como não chegava, desci correndo pelas escadas.

Cheguei ao setor bufando, muitas pessoas corriam, estava um verdadeiro caos. Dr Gustavo passou por mim e suas luvas estavam repletas de sangue.

- Rafaella. Cadê a Thelma? Temos um acidente automobilístico gravíssimo. Uma carreta invadiu a pista contrária e bateu de frente com um carro de passeio. Duas mulheres e uma criança. Estou com a criança, Dra Amanda está com uma das mulheres. A outra está sendo assistida pela equipe de Enfermagem, mas precisamos de alguém lá, AGORA - Ele terminou gritando e seguiu até um dos box

Antes que ele fechasse a cortina, visualizei o corpo de uma criança desacordada. Havia muito sangue pelo chão. Meu coração pulava. Alguém me balançava enquanto eu acompanhava aquela cena, totalmente fora de sintonia.

- Doutora Rafaella - Ouvia a voz ao longe

Virei meu rosto e vi uma das enfermeiras, ela me puxava. Estava com os olhos arregalados.

- Doutora Rafaella, você precisa fazer alguma coisa agora! Essa mulher irá morrer! - A Enfermeira gritou e apontou para um dos box

Eu era somente a residente, por Deus. Eu caminhei até onde a mulher apontava e me deparei com uma mulher deitada na maca. Desacordada. Havia sangue. Fraturas expostas. Me aproximei mais e busquei minha lanterna, para verificar os reflexos em sua pupila. E foi aí que minha ficha caiu. Eu a reconheci.

Não. Não pode ser.

Gizelly.

Flashback Mode

22 março de 2013

Fazia um mês que eu havia chegado a São Paulo para começar a minha tão sonhada faculdade em Medicina. Estava vindo de uma pequena cidade de Minas para uma cidade enorme, pensei que minha adaptação seria mais difícil, porém estava me sentindo em casa.

Destiny - GiRafaOnde histórias criam vida. Descubra agora