fourteen.

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  O homem tocava a campainha sem parar, nem sequer pensava nas consequências de seu desespero. Ele sabia que Malévola não gostava nem um pouco da sua preocupação, mas por qual motivo ele não poderia se preocupar naquele exato momento?

  Os pensamentos que rondavam a mente de Aurora não era uns dos melhores. Ela desceu as escadas com lágrimas em seus olhos e abriu a porta para ele, que adentrou o local sem nem sequer trocar uma palavra com a garota.  Sentia seu coração bater forte em desespero com tudo aquilo. Malévola era muito importante para eles dois, ela podia não ser a criatura mais doce do mundo, mas a amavam e se algo de ruim tivesse acontecido novamente eles tomariam toda a culpa para si mesmos.

  Passou entre meio as portas dos cômodos, andando rapidamente por elas, como não se importasse. Nesse caminho, ele parecia explodir de nervosismo. Até chegar no suposto quarto de Malévola, ele sentia que poderia ser algo tão grave quanto no passado. Sua ex-chefe não era de se esconder em um quarto por conta de seus problemas, apesar de tudo sempre fora uma mulher bastante forte; a última recaída que tivera fora infelizmente por conta de Stefan.

— Mally? — Diaval tentou dizer em um tom calmo, porém não tão baixo tentando chamar a atenção da mulher que supostamente estaria ali dentro. — Você está aí? — perguntou e mordeu um lábio inferior de forma apreensiva, recebendo de resposta apenas o silêncio.

— Mãe? — A garota de madeixas douradas também fez questão de chamar. Ela também tentava empurrar a porta e ameaçava chutá-la também. Aurora era uma jovem muito controlada, mas às vezes ela não tinha nenhum pingo de controle e também podia ser muito imatura. Muito contrário de Diaval que continuou tentando e tentando com muita calma. 

  Algo dentro dele disse para não falhar. E fora essa insistência que o faria saber o que estaria acontecendo com a sua amiga. Tentou empurrar novamente por alguns segundos e forçou a maçaneta com tanta força que acabou conseguindo abrir a porta. Naquele momento, ele se sentiu um pouco feliz. 

  Mas aquela felicidade havia durado muito pouco.

  Malévola estava deitada no chão, completamente desacordada. Aquela visão perturbou Aurora, e imediatamente fez com que pedisse ajuda para o homem que se viu em estado de choque.

— Aurora, sua mãe anda se alimentando direito?! —  Ele gritou, quase se desesperando. A jovem correu em direção para dentro do quarto, e seus olhos azuis se arregalaram mais ainda ao perceber que haviam pílulas anti-depressivas em excesso no chão. — Ela está muito magra, parece até que passou dias sem comer. Aurora, ela tentou novamente... — Diaval olhou para Malévola com preocupação aparente em seu olhar, as mãos trêmulas e paralisadas sem saber o quê fazer.

 Diaval contou mentalmente até dez para se acalmar.

— Temos que cuidar dela. —  Respirou fundo, e tomou coragem para tocar em Malévola e checar a respiração dela e seu pulso. Após isso suspirou de alívio ao perceber que ainda estava viva, retirando um fio acastanhado que caía nos olhos do rosto da mulher que tinha uma aparência lamentável. Aurora assentiu por mais que tivesse lágrimas em seus cantos dos olhos e o homem carregou o corpo magro de Malévola, o segurando com cuidado em seus braços. 


— Não se preocupe Aurora. Se ficarmos nervosos tudo vai piorar. — Deu uma pequena pausa tentando consolar a garota. Ele mentiu para si mesmo, pois estava tão nervoso quanto ela.  — Eu te perguntei aquilo por quê mais me parece que ela não está comendo direito. Eu devia ter notado que a dor de cabeça forte devia ser resultado disso. Eu realmente não sei por quê aconteceu isso, ela estava tão bem... de uns meses para cá, eu não pensei que iria ter uma recaída. — Diaval colocou-a cuidadosamente desacordada na cama, logo depois se sentando também e não hesitando em olhar para ela com um semblante ainda preocupado.

♡ | dream; maleficent + diaval.Where stories live. Discover now