IV

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capítulo curtinho mas com amorzinho pra vcs <3

- Srta. Reinhart? – uma voz grossa falava próxima ao meu rosto. – Está bem?

Abri os olhos com cautela e demoraram alguns segundos para focalizar, o teto pintado de preto e as paredes revestidas em madeira e porcelanato preto me abraçavam em confusão. Certo ponto em minha testa latejava devido ao impacto anterior. Quando me virei vi o rapaz dos olhos mais límpidos e azuis que havia me atingido, seu corpo largo e robusto encolhido ao meu lado no chão enquanto proferia palavras preocupadas. Com o auxílio de sua mão – grande e áspera – me sentei no sofá de couro em que me encontrava.

- Me desculpa pelo acidente agora pouco. Como você está se sentindo? – assenti com a cabeça em forma de dizer que estava bem. – Disse ao meu pai que não seria necessário mas ele foi buscar alguém na enfermaria da empresa para ver se está tudo bem, aqui tem um pouco de gelo caso a senhorita precise.

- Eu aceito. – falei ainda confusa com todos os acontecimentos.

- Vou para a minha sala, daqui a pouco meu pai deve estar aqui.

O rapaz, que supus ser Cole Sprouse devido a discussão que estava acontecendo quando cheguei, se levantou limpando os joelhos e saiu em direção a uma sala a esquerda no enorme corredor. Poucos minutos depois Matthew Sprouse adentrou a sala junto de uma senhora de, talvez, uns 60 anos que se apresentou como Marie, que cuidava dos cuidados médicos de todos os funcionários da empresa.

- Bom dia Srta. Reinhart. – Matthew estendeu-me a mão. – Não consegui me apresentar, sou Matthew Sprouse, dono da Sprouse's Global Sales e seu novo chefe, desculpe-me pela indelicadeza de meu filho mais cedo, é um péssimo dia para ele.

Um arrepio me subiu a espinha enquanto o cumprimentava, seu olhar penetrante me parecia como o de alguém que sabia tudo sobre mim, e o motivo de eu estar ali, por um breve momento o pânico me subiu a garganta, mas eu não pude o deixar vencer, eu precisava daquilo.

Marie me levou à uma pequena sala de vidro e pediu para que eu esperasse que ela fosse buscar o kit de primeiros socorros, olhei a plaqueta revestida em prata na porta e vi que continha meu nome na mesma. A senhora de cabelos acinzentados voltou e passou uma pomada em meu galo, pedindo que para qualquer sinal de tontura eu ligasse no ramal da enfermaria para tomarem os cuidados necessários.

Decidi explorar a minha sala e ver qual papel eu teria de desempenhar dentro da empresa. Em cima de minha mesa havia uma carta com meu nome indicado e no verso o nome de Vanessa, a qual eu já conhecia por conta da armação para entrar aqui.

"Bom dia Lili, deve ter chego a empresa já se está lendo isso. Vou passar algumas atividades que o Sr. Sprouse espera que você faça durante esse período, existe um manual no seu computador com as indicações de como fazer os relatórios e emitir os pedidos e pagamentos, e ao seu lado direito deve encontrar uma agenda com todos os compromissos pré-agendados. É necessário que você ligue para a sala dele uma hora antes de cada atividade e avise o carro que estará o aguardando em uma hora, de resto é somente emitir o que ele te pedir pelo chat, não precisa pedir nada em relação a comida, o Sr. Sprouse sempre vai almoçar com sua esposa. E o mais importante: não se deixe abalar pelo humor de Cole Sprouse, ele voltou essa semana e está irritado.

Ligue para Madelaine quando finalizar a leitura. Ela tem alguns pontos que você precisa descobrir.

- V"

Abri a agenda para verificar se havia algum compromisso, e como não, peguei meu celular em minha bolsa e disquei o número de Madelaine.

- Lili Reinhart, bom dia. – ela respondeu no segundo toque.

- Bom dia, Vanessa me pediu para ligar agora de manhã. O que Mark precisa?

- Para hoje? Um instante. – Disse enquanto conseguia ouvir o barulho de folhas de caderno serem viradas. – Bom, temos uma suspeita que andamos investigando desde o ano passado, o nome dele é Chuck Clayton, mas não temos nada a respeito de seu paradeiro, portanto deve ser um nome falso. Ele firmou diversos contratos com a Sprouse's no período de abril à novembro do ano passado, vou te enviar as datas por mensagem, preciso que pegue todos os contratos dessas datas para acharmos a pessoa.

- Ok, e como eu faço para transferir para vocês? – Indaguei preocupada. – Digo, imprimir pode deixar registro na impressora e enviar via e-mail está fora de cogitação.

- Use o pendrive que Vanessa deixou junto ao envelope, ele já está criptografado o suficiente para que não deixe vestígios na máquina, mas só faça isso quando souber que o Sr.Sprouse não está na empresa. Não podemos deixa-lo ter dúvidas a respeito de você. Tenho que ir agora, boa sorte Lili e tome cuidado.

- Ok, obrigada Madelaine.- Desliguei a chamada e comecei as tarefas do dia que teria de realizar.

***

Já era por volta de meio dia quando ouvi a porta da sala ao lado se fechar e uma voz feminina e uma masculina conversarem em baixo tom no corredor. Era o Sr. e a Sra. Sprouse indo almoçar, ou seja, seria meu momento de conseguir as informações. Peguei o pendrive no envelope e me abaixei na cadeira para inserir na CPU da máquina, assim que me levantei uma figura levemente conhecida se encontrava apoiada com as mãos espalmadas na minha mesa.

- O que você está fazendo? – Cole perguntou.

Olhei para cima nervosa, com o medo de ser pega e tive a resposta mais idiota na língua.

- Trabalhando? – Ele deu uma bufada.

- Desculpa por mais cedo, não pude nem me apresentar. – O rapaz me estendeu a mão. – Cole Sprouse, filho daquele ragubento. – Não consegui me conter e soltei uma risadinha enquanto o cumprimentava. – Como pedido de desculpas gostaria de levar a senhorita para um almoço no nosso incrível refeitório com comida de presidiário, posso te pagar uma sobremesa depois. – Senti a maldade em seu tom enquanto ele me lançava um sorriso sugestivo.

- Por mais que eu adoraria almoçar como um presidiário tenho muito a fazer Sr. Sprouse. E pode ficar tranquilo pois não guardo ressentimento de mais cedo.

Ele me olhou com uma leve repulsa.

- Vamos lá Lili. – Arregalei os olhos. – Posso te chamar de Lili, não é? Não gosto dessas formalidades, pode me chamar de Cole. Vamos almoçar, qualquer coisa que você tenha que fazer agora consegue fazer daqui meia hora também, meu pai demora a voltar do almoço então você pode se dar ao luxo de almoçar a melhor comida de NY e região.

O medo me atingiu no estomago, talvez se eu rejeitasse ele desconfiaria, contaria ao pai, meu plano seria descoberto, ficaria desempregada, tudo iria pelo buraco. Cliquei no botão do computador para hibernar e peguei meu casaco na cadeira.

- Vamos então... Estou faminta. O que tem hoje, você sabe?

Cole me olhou dando uma piscadinha e um pequeno sorriso torto.

- Não tenho nem ideia.

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