Se apenas o tempo parasse no momento em que nos conhecemos

Capítulo 7

Depois que tudo foi resolvido, o levei de volta até sua casa e em seguida trouxe sua bicicleta. Quando estava me preparando para sair, de repente pensei em algo. Eu rapidamente tirei as roupas da minha mochila e entreguei para ele. Ele olhou para mim com um pouco de surpresa antes de silenciosamente pegá-las. Eu queria dizer que as lavei ou falar mais alguma coisa, mas acabei não dizendo nada e fui embora de bicicleta.

Eu finalmente o ajudei a fazer algo, isso me ajudou a me livrar um pouco da minha culpa, mas eu rapidamente lembrei que eu era a razão pela qual ele caiu. Isso me deixou ainda mais irritado.

Ele não veio para escola por uns dias. Então um dia, Xiao Li veio me encontrar e disse que Li ZhenYun lhe entregou o dinheiro das despesas médicas para me devolver. Xiao Li era bem esperto, ele não fez mais perguntas. Eu disse a ele para devolvê-lo a Li ZhenYun e disse que não o queria. Ele disse que tudo bem e saiu.

A partir de então, eu às vezes encontrava Li ZhenYun, e embora ele ainda me ignorasse, sua expressão era muito mais suave.

Não foi até muito tempo depois que eu soube que Xiao Li não devolveu o dinheiro para Li ZhenYun, mas que, na verdade, ele gastou tudo. Eu realmente queria bater nele na época, mas não havia mais sentido em fazê-lo.

Assim, eu fui para o último ano do ensino médio. Aquele ano foi calmo e tranquilo, é só que eu sempre senti um vazio que não podia ignorar. Somente quando me concentrei nos meus estudos é que a dor pôde ser aliviada. Eu ainda era um bom amigo de Wang XiaoYong e dos outros, mas não brigava com os outros com muita frequência, como a máfia. Eles viram que eu havia mudado e gradualmente me tornei bem-comportado. Todos os professores e alunos disseram que mudamos muito; houve um caso em que um professor até me elogiou por ter amadurecido. No entanto, eles também nunca saberiam a verdadeira razão pela qual eu mudei.

Nas noites de tristeza e desconforto, eu colocava as fotos dele na mesa de cabeceira e provava a euforia intoxicante com os restos de seu cheiro na cama. Revivi cada cena daquele dia sem pensar que era problemática. Às vezes, eu nem conseguia acreditar que havia sido real. Ainda assim, quando acordei na manhã seguinte, esse sentimento vazio e deprimido só se aprofundou. No entanto, eu o escondi muito bem, não o encontrei nem mencionei a ninguém. Eu queria ser a única pessoa a possuir esse segredo.

Eu pedia notícias sobre ele com muita atenção e inteligência, ou eu mantinha minha compostura e prestava atenção em todos os seus movimentos antes de cuidadosamente recordar essas memórias novamente. Eu deliberadamente me fiz parecer como se não me importasse com nada a ver com ele, porque, na realidade, me importava. A verdade era que, se eu o visse um dia, esses detalhes apareceriam diante dos meus olhos como um filme repetidamente. Às vezes eu até imaginava algumas cenas e pensava onde nos encontraríamos e que palavras trocaríamos. Comecei a acreditar que essas cenas eram reais depois de um tempo.

As notas dele sempre eram muito boas, mas sua personalidade tornou-se insociável e fria. Ele era originalmente introvertido, mas depois se desenvolveu negativamente em uma situação em que ele não se importava com nada, nem prestava atenção em nada além de estudar. Ele também costumava sonhar acordado. Depois de ouvir isso, não me lembro exatamente quanto tempo gastei pensando nisso. Eu ficava muito empolgado ao ouvir um pouquinho de notícias sobre ele, mas ficava extremamente triste quando pensava nisso várias vezes. Eu sabia que a dor que eu tinha causado a ele era uma grande parte do motivo pelo qual ele se tornou assim. Uma vez eu pensei que, se eu fosse ele, se fosse humilhado assim, preferiria simplesmente morrer.

Mais tarde, entrei em uma universidade medíocre na cidade. Ele atendeu às suas grandes expectativas e foi para a melhor universidade em um lugar muito, muito distante. A distância entre nós era grande, ele também não voltou durante as férias de inverno e verão. Eu tentei muito esquecê-lo, mas no final descobri que era tudo inútil. Intencionalmente tentar esquecer significava que eu estava lembrando.

Eu completei vinte anos, não tinha uma mente simples e ingênua ao pensar em problemas. Na época, eu tinha um entendimento muito bom de todo o negócio homossexual. Eu pensei se eu era por um longo tempo, outras pessoas naturalmente não viam nada de estranho. Eu tive muitas namoradas ao longo dos anos, eu também era muito próximo a elas, mas não sentia nada quando estava com elas. Mesmo que fosse carinho, eu só me lembrava do domingo que passei com ele e daquelas cenas inesquecíveis. Eu também entendi, foi amor à primeira vista com ele. Caso contrário, eu não teria me lembrado de cada palavra que ele me dissera tão claramente, não ficaria exasperado porque as palavras que ele me disse não eram íntimas o suficiente. Quando todos os detalhes daquele ano reapareceram diante de meus olhos, fiquei na margem do tempo e finalmente entendi profundamente o que realmente significava a frase "aqueles que estão intimamente envolvidos não podem ver claramente". Mas quando entendi, a dor já havia sido lançada.