Oliver ON
Assim como havia imaginado, depois de tal sonho que deixou minha mente em certa perturbação, não fui capaz de sequer pregar os olhos e tentar dormir pelo o resto daquela bendita noite.
Logo que meu despertador ressoou por todo o meu quarto, fui tomar um banho para tentar acalmar a mente e colocar todos os pensamentos que martelavam minha cabeça em seus devidos lugares, que seria bem no fundo de meu subconsciente. Eu ainda teria de ir para a escola. Perfeito, nada como uma noite de sonhos atordoantes e um dia maravilhoso em um recinto onde grande porcentagem de adolescentes estão orando pela minha desgraça, tem como não amar minha vida!?.
Ao ligar o chuveiro, eu apenas pensava nas ironias que a vida depositava enquanto passava a trilhar esse caminho cheio de paradoxos que se chama viver, apenas deixava com que a água gelada do chuveiro fizesse o seu percurso por todo o meu corpo e o relaxava. Depois de certo período finalizo meu banho, e paro em frente à pia que logo acima portava um espelho, automaticamente fico à encarar meu reflexo no espelho, haviam algumas olheiras fracas sob meus olhos por conta dessa noite que mau dormida, estava meio pálido e o cansaço transparecia claramente no reflexo que se projetava no espelho.
- Ok, Oliver. O hoje pode ser melhor que o ontem- Me encorajei na tentativa de me animar um pouco.
Depois de executar o restante de minhas higienes matinais e de me vestir devidamente com o uniforme da escola, desci como de costume para a cozinha, e estranhamente minha mãe não estava no recinto. O café não estava posto à mesa, na verdade a cozinha estava do mesmo jeito que eu havia deixado ontem à noite. Então resolvi checar o seu paradeiro no quarto da mesma, ela também não se encontrava ali. Fiquei um tanto preocupado e inquieto, minha mãe não era muito de tais atos de não avisar que não viria para casa. Ela sempre estava a me acompanhar no café da manhã.
Apenas por precaução resolvi ligar para o seu celular, poucos segundos depois ela atende.
- Oi meu filho, tudo bem?- Disse aparentemente calma do outro lado da linha, mas eu percebi uma breve euforia disfarçada.
- Oi mãe, tá tudo bem sim. E a senhora?
- Estou ótima meu bem- Falava ela com um certo tom de felicidade em sua voz.
- Por que não voltou pra casa? Você nem sequer me avisou que não estaria aqui pela manhã.
- Quando eu chegar eu te explico, ok. E... Ah, Tem cereal no armário e leite na geladeira, não vá pra escola sem comer nada, e não de esqueça de trancar a porta quando sair
- Ok mãe, eu sei como me cuidar.
- É sério?! Então conversamos mais tarde, senhor adulto independente- fala em tom zombeteiro- Tenha um bom dia, Até mais tarde meu bem
- Até...
Ela parecia bastante animada, o que será que aconteceu para tal animação vir tão subitamente?! Ok, não vou pensar muito nisso agora, ela me contará tudo de qualquer forma, espero que realmente esteja tudo bem.
Depois de tomar meu solitário café da manhã, arrumei minhas coisas e segui meu rotineiro caminho em direção à escola. Diferente da manhã de ontem, hoje o céu estava bem limpo, ventos fracos ainda invadiam as ruas nas quais contiam várias pessoas que estavam iniciando suas próprias rotinas, algumas estavam de saída para seus trabalhos, estudantes iam para seus colégios calmamente, alguns aproveitavam uma caminhada matinal, parecia que a vida de todos eram perfeitas, mas ao mesmo tempo pareciam que estavam sempre no piloto automático, vivendo apenas algo monótono, como se não vivessem por elas mesmas. Mas será que estou vivendo por mim? Talvez eu também esteja no piloto automático. As vezes isso é uma droga, digo, não saber quem somos, mas particularmente acho que não queremos realmente saber.
A escola estava como sempre, alunos entrando pela entrada principal, alguns dos professores ainda estacionavam seus veículos, outros funcionários do edifício se preparavam para mais um dia de trabalho, e eu seguia para a sala de artes como indicava onde seria os primeiros períodos de aula, a mesma era bem iluminada e com paredes coloridas em tons claros e acolhedores, em um canto haviam várias telas em branco e tintas, em outro canto haviam armários com outros materiais, como gesso, papéis e pincéis. Ao entrar na sala sento-me no meu lugar, e como de costume acabei chegando cedo demais, então apenas eu ocupava o local naquele instante. Poucos minutos depois entra Justine com outras duas garotas, Bárbara, que era baixinha de pele clara com cabelos negros e curtos, e Amanda, que tinha uma pele morena e cabelos cacheados. Eu nunca cheguei a ter uma verdadeira conversa com ambas, apesar de as mesmas já terem tentado se comunicar comigo algumas vezes.
- Oliver, você já está aqui!- Justine é a primeira a falar algo após entrar na sala.
- Ele sempre chega cedo Just, eu acho isso admirável- Diz Amanda. Ela sempre foi bastante simpática e amigável. Porém nunca tive coragem de falar com ela.
- Na minha opinião isso é falta do que fazer- Bárbara se pronuncia em tom de brincadeira. Bárbara tem uma personalidade mais brincalhona e imperativa.
Eu apenas fiquei calado, tornando o clima um brevemente estranho.
-Então meninas, vamos nos sentar logo. Nos falamos outra hora Oliver- Justine sorri simpática e puxa as garotas para o outro lado da sala e as mesmas sentam em seus lugares.
Depois que todos chegaram, a aula ocorreu normalmente. E várias atividades foram repassadas. O dia parecia uma eternidade, e como sempre alguns alunos implicaram comigo, mas como de costume eu não fiz nada. Logo que fomos liberados, me dirigi prontamente para a saída da escola, para retornar para minha casa. Não queria estar ali, eu nunca me sentia confortável naquele lugar, me sentia sufocado.
Enquanto voltava para casa me encontrava perdido em pensamentos, quando abruptamente um vibrar no bolso da minha calça me trás de volta à realidade, era o meu celular, e havia uma notificação no meu visor, um E-mail anônimo, não portava remetente, havia apenas uma mensagem que dizia "Você verá.". Fiquei bastante confuso, o que aquilo significava?
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Eles só queriam sonhar
ParanormalOliver é um adolescente de 17 anos que costumava ter uma vida simples rodeado de rotinas pacatas, mas tudo começa a mudar quando Oliver passa a ser tomado de sonhos estranhos. O que isso significa? O que poderá acontecer a seguir?