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- Vamos, desce. - digo mandando meu pai descer do meu carro e ele ainda se acha no direito de ficar com uma carranca quando na verdade quem deveria estar irritada seria eu.

Depois que recebi a ligação, fui às pressas a delegacia, deixei Mace sem entender nada, afinal ele não sabia dos meus problemas, era algo que eu contava apenas para pessoas extremamente íntimas. E por mais que nós tenhamos uma relação de sexo e amizade, não significa que somos de fato íntimos, até porque, conhecendo Mace, ele certamente esmurraria meu pai na primeira oportunidade.

- Desculpa interromper o seu trabalho. - meu pai fala em uma fala amarga entrando em casa.

- Você sabe que eu não trabalho hoje. - digo caminhando para a cozinha para pegar um copo de água antes de subir para meu quarto.

- Não sabia que prostitutas tinham dia certo para trabalhar, você é a única que vejo fazendo isso. - ele fala com deboche. 

- Já disse milhares de vezes que não me prostituo. - respondo tentando manter acalma para não gritar com ele pelo o que causou hoje. 

- Você diz porque não quer assumir a vida que leva, eu também me envergonharia. -ele diz sentando-se no sofá como se nada tivesse acontecido, pegando o controle e ligando nossa tv antiga. 

- Na verdade, você realmente deveria se envergonhar da vida que leva. Eu acabei de ter que sair do aniversário de uma amiga minha pra te tirar da cadeia porque você brigou num bar! Tem noção disso? - falo com indignação. 

- Você não pode me julgar, na verdade deveria me agradecer por te tirar do aniversário daquela sua amiga puta. Como putas comemoram o aniversário? Com orgias e filmes pornôs? - ele pergunta encarando a tv, nem sequer para me olhar e agradecer por pagar a fiança. 

- Eu não sei porque ainda insisto em você, você é um lixo, espero que morra logo de tanto que se entope de porcarias. - falo e viro as costas para ir pro meu quarto, por mais que na verdade, meu lado filha desejasse que meu pai, o meu pai carinhoso, voltasse a viver naquele corpo. 

- Olha como você fala comigo vagabunda! - ele grita e eu corro subindo as escadas torcendo que ele não venha atrás de mim.

Faço o de sempre, tranco a porta do quarto, vou para o banheiro, tiro minha roupa, e choro no chuveiro.

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Sexta-feira chegou rápido, meu pai sumiu novamente, já virou costume ele sumir assim. Estou me arrumando para uma noite longa de trabalho, já contei às minhas amigas sobre o incidente com meu pai ter sido preso. Elas me aconselharam a sair de casa pela milésima vez, e novamente tive de explicar o motivo de não poder.

Depois de finalmente pronta vou para a sala 13 onde sou chamada, faço meu trabalho e saio de lá, sei que já tive noites melhores onde provoco os clientes pelo fato de ser algo que eles não podem ter mesmo estando ali tão perto. Era excitante e ao mesmo tempo engraçado, mas hoje eu estava sem ânimo, faria apenas o meu trabalho e voltaria para casa, precisava dormir.

Sigo minha rotina normal, até que no meu último cliente da noite finalmente chega. Caminho rumo a sala 11, respiro fundo estou tão exausta hoje, quando entro na sala início como de costume, subo na mesinha acolchoada, não olho para meu cliente, afinal não adianta muito, não poderia reconhecê-lo de toda forma por causa da máscara.

- Não precisa subir aí, eu vim para conversar. - reconheço a voz e viro lentamente para encarar o dono daquela voz.

- O senhor de novo? - pergunto surpresa.

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⏰ Última atualização: Jun 30, 2020 ⏰

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