Bem-vinda a Índia.

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Olá beninas, turu bom?

E AI MEU POVO DO PÃO COM OVO?

VOCÊS ACHARAM MESMO QUE O UNIVERSO FLOR DA ÍNDIA TINHA ACABADO?

ACHOU ERRADO BEBÊ!

Gente, esse capítulo é curtinho, e de transição.

Aquele tipo de capítulo que não acontece nada, mas é necessário pro contexto da história. ok?

Beijooos








Naquele momento, não sei quem ficou mais surpresa, ela ou eu.

É claro que Naveen já havia me falado dessa concubina mil vezes, mas os meses estando naquele barco, e o fato de que até agora ela não era de carne e osso, me dava convicção de sua inexistência.

No entanto, a mulher incrédula a minha frente parecia bem real.

- Casar? - A voz dela era suave e baixa. - O senhor quer se casar com essa mulher?

- Eu não quero, eu já me casei. - Meu marido pegou Ivis do meu colo. - E essa é nossa filha, Ivis.

Os olhos da concubina pareciam duas enormes bolas de vidro.

- Mas...Mas... - Conseguia ver que ela estava confusa, e eu estava ficando sem paciência. - Ela é branca.

Dabilla disse essa última parte baixinho, como se minha cor fosse um insulto.

Talvez na cabeça dela, fosse mesmo.

- Eu posso ver. - Ele disse entredentes.

- Senhor, me perdoe a intromissão. - Dabilla tocou seu braço delicadamente. - Mas para haver prazer, não precisa haver casamento, uma criança é uma criança mesmo sem...

- É um prazer conhece-la, senhorita. - Cumprimentei em hindi, para ela saber que eu entendia o que ela falava. - Eu não quero interromper a conversa, mas meu marido e eu estamos muito cansados, nossa filha, inclusive, está faminta, então, seja lá o que queira falar com meu marido, tenho certeza que pode esperar.

Consegui ver com satisfação o sangue sumir de seu rosto.

- Ela tem razão. - Naveen pegou minha mão. - Qualquer coisa que queira falar comigo, podemos discutir mais tarde.

- Sim, senhor. - O olhar dela estava em nossas mãos. - Eu posso leva-la ao harém e acomoda-la em algum quarto.

Meu marido me olhou por uma fração de segundos e eu balancei a cabeça.

Não iria para um harém onde eu não conhecia ninguém, já era ruim o suficiente ser encarada ao lado de Naveen, não queria passar pela experiência de estar sozinha.

- Senhor? - Um menino magricela, mas bem vestido se aproximou, ele tinha uma carta nas mãos.

Naveen a pegou, e examinando seu conteúdo rapidamente, suspirou.

- Preciso ir ao conselho. - Disse, quase carrancudo. - Nem mesmo esperam que eu me acomode, acham que foi uma viajem fácil?

Ele se virou para a concubina.

- Leve Libby com você, as encontrarei em alguns instantes, tudo bem?

A mulher concordou, com um sorriso suave.

Meu marido me entregou Ivis.

- Não vou demorar.

Balancei a cabeça em uma concordância quase automática, não queria que ele se fosse, mas pelo visto, era inevitável.

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