Sinta o calor do fogo...

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Maite acabou não encontrando mais Alfonso ou o estranho que lhe chamou atenção no decorrer da festa, então ficou conversando com alguns convidados até ver as pessoas, pouco a pouco, irem embora. Perto do final da festa ela ficou com Mía e algumas crianças que ainda estavam ali, brincando e conversando até que seus pais viessem busca-las.

Ela levantou no dia seguinte à tarde, ajudou a irmã a limpar algumas coisas que haviam sobrado da festa e aproveitou para ficar na piscina com Mía. As duas brincaram a tarde toda, saindo apenas para comer algo que Maya havia trazido até elas. Quando por fim decidiram sair, Maite foi tomar banho e quando finalmente pegou o celular, se deparou com algumas mensagens não lidas. Duas a respeito de uma entrevista no centro da cidade, algumas de suas amigas desejando um feliz ano novo e uma vinda de um numero desconhecido.


(805) 2033-4567 enviou:

Ouça a playlist do Spotify "Musicas para sofrer"


Maite franziu o cenho confusa com a mensagem, mas acabou por clicar no link, vendo as músicas que faziam parte da playlist. Havia de tudo um pouco, algumas ela já conhecia e outras ficou curiosa por saber como era. Ela acabou não dando muita bola para aquilo e deixou o celular na cama para jantar na casa da irmã.

- Estou te dizendo, ele não faz ideia do que está fazendo – Maya comentou baixo com a irmã ao ver o marido se embolando perto da geladeira. Elas estavam quase que escondidas atrás do portal que ligava a sala de jantar com a cozinha, em uma posição estratégica onde ele não as podia ver. Ele havia prometido um jantar para a primeira noite do ano, o que incluía também a sobremesa, mas parecia falhar miseravelmente na receita de família.

- O que ele está cozinhando mesmo? – Maite perguntou, interessada.

- O doce chama pudim, é uma receita brasileira, ele disse que é como um flan com leite condensado e caramelo por cima. – Maya explicou, agora tombando a cabeça para o lado observando como o marido lutava com o vasilhame e o largo prato, tentando soltar o doce da forma. – Será que devo intervir? – Christopher havia dado umas batidinhas e levantou a forma de alumínio, mas nada saiu de lá e ele xingou baixinho, fazendo as duas rirem.

- Não sei se é uma escolha muito sábia. – Maite opinou, vendo como o cunhado parecia nervoso com a situação. Elas esperaram mais alguns minutos e então ouviram um suspiro de alívio vindo de Christopher e sorriram, voltando à mesa, onde Mía brincava com seus talheres infantis.

Não demorou até que ele aparecesse com o pudim em mãos e um sorriso orgulhoso no rosto. Apesar das dificuldades encontradas no final da receita, o resultado ficou muito bom. Todas ficaram satisfeitas e até Mía pediu para repetir. Como acontecia quase todas as noites, Maite subiu para colocar a sobrinha na cama e leu historias para dormir. Quando desceu apenas se despediu do casal e foi para seu cômodo descansar. Pegou o celular novamente e decidiu colocar a playlist para tocar agora que estava perto de dormir. Notou que havia recebido uma nova mensagem do mesmo número desconhecido de anteriormente.

(805) 2033-4567 enviou:

Já tá sofrendo?

Maite mordeu o lábio, intrigada para saber quem era aquela pessoa, mas logo sua mente deu um estalo de memória, só podia ser ele.

Maite enviou:

Como conseguiu meu número? – Não demorou muito até que visse os pontinhos indicando que ele estava digitando.

De VênusOnde histórias criam vida. Descubra agora