Capítulo 02

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Luan

Fui até o barzinho da balada para pegar uma bebida para mim, já que era de graça, eu ia mesmo aproveitar. Passando pela multidão que estava dançando freneticamente consigo chegar no bar depois de algum esforço. Um dos barman, que por sinal era muito gato, foi quem veio pegar meu pedido.

— Olá, o que você vai querer? — Ele pergunta. Dou uma olhadinha rápida no cardápio, decidindo o que iria beber.

— Vou querer vodca com energético e seu telefone. — Digo e o carinha sorri ficando envergonhado. Uma das minhas habilidades especiais.

— Bom, vou preparar sua bebida, quanto ao meu telefone, desculpa cara, você realmente é muito lindo, mas eu tenho namorado e sou fiel.

— Tudo bem, que pena. — Faço bico e ele sai sorrindo. Pena mesmo pois ele era bem gostoso, mas a noite é uma criança, bora partir para o próximo.

Olhando para onde meus amigos estavam na balada, vejo que os velhos estavam sentados em um sofá. Eu daria risada se não fosse trágico. Quem vem para a balada para ficar sentado em um sofá? De repente minha atenção se volta para uma voz grossa que ouço atrás de mim no bar, virando para olhar me deparo com um negro maravilhoso. Ele era alto, um pouco forte e parecia ter a mesma idade que eu. Ele olha na minha direção e me dá um sorriso de lado. Com certeza um canalha, o tipo que eu mais gosto.

— Erick, você pode levar uma garrafa de whisky para o escritório? Ah, você viu o Marcos por aí? — Aquela voz grossa fazia meu corpo se arrepiar todinho, imagina só essa voz falando coisas no seu ouvido? Deixava me pegar fácil.

— Pode deixar que já levo, eu vi o Marcos subindo, acho que está no escritório dele.

— Beleza, vou dar uma olhada. Valeu cara. — Antes de sair, ele olha novamente na minha direção. Dessa vez quem sorri sou eu, ele apenas passa a língua pelos lábios, se vira e sobe as escadas.

Lógico que eu iria perguntar ao barman, quem era aquele tal cara.

— Erick?

— Oi, ah sim já trago sua bebida.

— Não, sem pressa. Mas me diz uma coisa: quem era aquele cara falando com você?

— O Gustavo? Ele é primo do dono da balada, está sempre por aqui.

— Ah é? Interessante.

Erick ri: — Que eu saiba ele é hétero.

— Hétero? Impossível, depois de me encarar daquele jeito? Quase que ele me pega em cima desse balcão.

— Você é engraçado. A gente está conversando aqui e nem sei seu nome.

— Nossa, verdade. Que grosseria a minha. Meu nome é Luan.

— Prazer em te conhecer Luan. Você está sozinho aqui?

— Não, vim com meus amigos. Eles estão sentados ali naquele sofá, está vendo?

— Ah legal.

— Aí não acredito, adoro essa música, vou ter que ir dançar. Até mais Erick. — Aceno e vou até a pista de dança, dançar uma das minhas músicas favoritas.

*

Gustavo

— Está tudo certo lá embaixo? Você demorou pra caramba. — Meu primo, Bruno, pergunta ao me ver entrando em seu escritório.

Gosto de vir aqui quando estou de folga, o que costuma ser todo fim de semana. Costuma aparecer muitos gatinhos na balada, igual aquele loirinho que vi agora pouco. Fiquei até animado só de olhar para ele, aquela cara de safado junto com aquele sorriso foi o bastante para me deixar doido.

Nesses últimos tempos estou muito confuso quanto a minha sexualidade, sempre pensei que era hétero, mas isso tem mudado já que notei que comecei a achar homens atraentes. Nunca contei nada para ninguém, nem mesmo para o Bruno que além de ser meu primo é meu grande amigo. Não sei porque nunca disse nada, sendo que ele mesmo é gay. É uma paranoia que sempre tive.

— Está tudo tranquilo. Não posso querer dar uma olhada por aí não? Estava vendo a balada. — Digo e Bruno dá uma gargalhada.

— Gustavo, essa é uma balada gay, você sabe né?

— Ué, não posso olhar não? Sai do meu pé.

— Calma, só tô brincando. — Bruno diz, dando risada.

— Mais e aí, a gente vai ficar aqui ou vamos para outro lugar?

— Para falar a verdade, eu acho que vou para casa mesmo. Estou cansado.

— Orra Bruno, é sábado à noite e você quer ir para casa? Tá parecendo um velho. Se você não quiser ir para outro lugar, a gente pode ficar aqui mesmo, sem problemas.

— Nossa, você quer tanto minha companhia assim?

— Haha... Engraçadão você.

— Beleza a gente fica por aqui então. Deixa eu pegar meu celular e a gente desce. — Bruno diz.

E eu espero ver aquele lindo loirinho de novo.

A Vida em Um Piscar de Olhos (Romance gay / mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora