- ¢σℓєgα ∂є qυαятσ.

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Ayano Aishi. / On.

Ofegante eu estava, já não vendo a hora daquele peso se desmanchar com o sinal. Olhava para os aprendizes de Budo e alguns faziam coisas impressionantes, como por exemplo partir uma tabua de madeira com um chute bem flexível ou, até mesmo, boas reflexões para se esquivar de golpes prévios. Estava falando de um casal, uma garota e um garoto. Mas a garota, por algum motivo, aparentava ser mais forte e, durante seu processo de chutes e socos em seu adversário que ficava na defensiva, eu me perguntava se algum dia um homem encostaria nela. Ou iria ser castrado com uma ajoelhada entre as pernas. Ou ficaria internado por meses. Só de imaginar, dei um sorriso enquanto fazia bolinho-chinelo, já exausta.

— Muito bem. — Finalmente Budo disse. — Podem parar, já está quase na hora do sinal bater. — Já bateu dois sinais, ou seja, EU ESTOU CANSADA PRA CARALHO! — E Ayano, quero ter uma conversa com você. — Disse, em um tom auditório e claro,  como um verdadeiro professor. Vi que a tal garota que eu estava a elogiando mentalmente me olhou como uma ameaça. Mas EU não tinha medo desses olhinhos de quem vai matar alguém, pois mal ela sabia que o PREDADOR era a minha pessoa. Todos se retiraram, trajando novamente seus uniformes. Banho? Só quando chegar em casa, eu acho.

— Tem que ser agora? Tenho um compromisso. — Ditava eu, me trocando no vestuário.

— Só quero saber se está realmente bem. Você parecia preocupada com algo durante toda a aula.— Ele se mantia de braços cruzados, me esperando sair. 

— E você só tem olhos para mim? — Questionei, abrindo a cortina do vestiário e me mostrando já vestida. Por uma das regras do Clube, tinha que manter a bandana para a simbologia de aprendizagem.

— Não seja bobinha — Ele sorriu, desfazendo o nó da faixa em seu quadril. —, me preocupo com todos os meus alunos. Mas eu não pude de notar seu rosto de " Oh, será que desliguei o bujão de casa? ". — Ele brincou.

— Com problemas ou não, isso não te interessa. — Dizia eu, botando meus sapatos.

— Calma, só queria lhe ajudar. — Retirava seu sobretudo da parte de cima, indo em direção ao vestuário para se trocar.

— Não preciso da ajuda de ninguém. — O avisei, saindo da sala. Droga, droga, droga... Meu plano estava mesmo no sal. Agora eu só tinha a opção de ir falar com a Kokona no terraço. Cheirando a suor, subi aqueles degraus sentindo algumas dores em minha musculação, sentia mais dor na região da costela.

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Chegando ao terraço, avistei Osana e Taro juntos, sentados em um banco. Maldição! Hoje eu não havia feito nada para sujar a reputação daquela piranha. Então fui ao local onde Kokona estaria.

Ela estava de costas, olhando a paisagem perto da quina de apoio, conhecido também como uma mini-grade, atrás de uma ventilação. A medida que eu me aproximava dela, minha visão foi ficando mais tensa e uma voz surgiu em minha cabeça me incentivando a empurrá-la de lá de cima. Empurrava ou não? Calma Ayano... Se ela morrer agora pode se arrepender daqui para frente. Vai que ela pode ser útil?

Existia dois jeitos de se resolver um problema. Ou era a morte, o jeito mais fácil. Ou a manipulação, um jeito mais difícil. Posso dizer que sou boa em questão de manipular o próximo e domar sua confiança ao todo, mas isso não significava que tudo o que planejava iria dar certo. E hoje foi um exemplo disto.

Se eu tentasse matar a Osana agora, Raibaru iria intervir para cima de mim. Agora eu entendo o porquê de Info-chan me dizer que a ajuda de Budo seria útil, mas não disse que seria tão tardio. De acordo com os meus treinamentos, faltava muito ainda para chegar a força e a capacidade de defesa de Raibaru, o que me faz descartar mais uma vez a chance de matar Osana, por também andarem juntas.

( 1° Temp. ) Amor possessivo - O Início. Onde histórias criam vida. Descubra agora