Harringrove??

V

Steve...

O dia tinha sido péssimo, toda hora lembrava do beijo do Billy... Como que eu poderia retribuir esse amor?

Tive que fingir felicidade para todos, mas só eu sabia o quanto eu estava destruído por dentro.

Billy ligou e eu o ignorei, mas não adiantou muito porque ele veio até o meu serviço e eu tive que falar.

Falei tudo que estava engasgado, estava triste por ter que magoar uma pessoa importante para mim mas não poderia continuar nisso. E então ele me beijou, o mesmo beijo, com a mesma paixão...

Sai do carro o mais rápido possível, estava furioso com toda aquela situação novamente mas quando eu entrei em casa me deparei com uma baita ereção... Como? Eu gostei? Eu não entendia o que estava acontecendo, estava muito confuso e só queria chorar.

Me joguei no chão ali mesmo, na porta de entrada e comecei a chorar igual a um bebê.

- Baby Steve? Você chegou?.- Sra. Harrington

Minha mãe gritou me chamando, eu imediatamente limpei minhas lágrimas e levantei pegando minha mochila.

Arrumei a minha voz em um pigarro e a respondi.

- Sim, mãe, cheguei.- Steve.- Estou indo para o meu quarto, boa noite.-

Subi as escadas correndo e nem escutei o que minha mãe reclamava.

Deitei na cama e comecei a chorar muito, mas tanto, que acabei pegando no sono.

No dia seguinte acordei cedo e fui trabalhar, estava fingindo normalidade mas por dentro estava destruído.

Na hora do almoço estava sentado em uma mesa sozinho, com um copo gigante de refrigerante. Não tinha fome, na verdade não conseguia comer nada, tudo me embrulhava o estômago e só conseguia pensar no Billy.

- Hey rei Steve.- Frederick

Frederick que era um colega de trabalho, se sentou na mesma mesa que eu e tentou chamar a minha atenção.

- Isso era só na época da escola... Aliás, que saudades dessa época. Eu não tinha tantos problemas assim.- respondi

- Problemas todos temos, o que podemos fazer é não deixá-los nos destruir.- Frederick.

Frederick era gay assumido. A época não permitia muito mas ele não ligava, ele dizia que não fugiria do seu próprio eu e que viveria intensamente todos os dias amando quem ele quisesse.

Fiquei meia hora pensando se deveria perguntar o que tanto queria saber, e finalmente tive coragem.

- Frederick... Você é gay, certo?.- Steve

- Steve? Olhe para mim! É óbvio que sou gay.- Frederick

- Queria te perguntar uma coisa, mas só fica entre nós ok?.- Steve

- É uma delícia.- Frederick

- O que?.- Steve

- O que você ia perguntar.- Frederick

- Mas não ia perguntar se algo era bom ou ruim.-

- Não? Oh, pensei que era um coisa...- ele deu uma risadinha.- Mas pode falar.-

- Tem um amigo meu que teve uma experiência gay mas ele não sabe se ele é gay... É que nenhum dos dois eram gays, entende? Mas acabou rolando e ele tá confuso com a situação. Ele quer saber o que ele é?

- Espera, me explica direitinho.-

- É... Ok... Meu amigo acabou ficando próximo de um cara, tinha até aulas particulares de natação com ele. Eles já se conheciam, desda época da escola. E praticamente eles eram inimigos mas esse ano eles começaram a ser amigos e se divertiam juntos. Sempre teve alguns climas mais quentes mas nunca passou de uma brincadeira até um dia que esse meu amigo tava cuidando dos ferimentos do outro e o outro acabou beijando ele. Ele ficou bem confuso e teve outro beijo, mas esse beijo foi diferente, ele teve até uma ereção e meio que gostou, mas ele não acha que é gay porque já namorou mulheres, tipo muitas mulheres. Ele tem medo de estar com outro homem, por que é complicado. Sua cabeça está muito pesada, com medo e confusa.-