-Jeon Jungkook
Assim que saí do elevador, dando as costas para aquele idiota, fui em direção a sala principal a procura de Susan.
Olhei em volta, mas nem sinal da garota. Até meu olhos caírem sobre uma sombra no canto da sala, encolhida em uma das cadeiras de espera, segurando as pernas com a cabeça apoiada nos joelhos.
Com pressa, fui em direção à ela, que tinha um semblante de total confusão e medo estampados em seu rosto. Quando já estava perto a suficiente para ser ouvido, a chamei.
-Susan? Você está bem? Tem algum ferimento ou algo assim?
-Não foi ele... -A garota disse tão baixo que mal pude assimilar o que estava dizendo.
-O que disse?
-Não foi ele quem atirou, Koo. -Pronunciou um pouco mais alto.
-Como assim, não foi ele? -Tentei entender o que a garota estava tentando dizer com aquilo, até que a ficha caiu. -Espera, você está me dizendo que não foi o Tommy quem atirou?
Meu coração martelou mais forte no peito. Susan não teria coragem de atirar em alguém, mesmo sem querer.
Ou teria?
Merda. Merda. Merda.
Eu prometi que estaria sempre do lado dela, e não estive. Quando ela mais precisou de mim, eu não estava lá. Coloquei meu emprego acima de tudo, querendo defender todo mundo, e não pude defender a pessoa mais próxima de mim.
Eu poderia ter evitado esse tiro se fosse mais presente. E agora, mesmo em legítima defesa, ela ainda pagará por isso, psicologicamente. E eu não fiz nada para evitar.
-Não é isso... -A voz da garota de olhos nublados e cachos escuros me tirou dos meus pensamentos. As palavras pareciam não querer sair de sua boca e seus olhos cada vez mais nublados. -Não estou falando do Tommy.
-Susan, por favor, fala de uma vez. Estou ficando preocupado.
-Não foi o papai quem atirou, Koo.
-Espera, você está falando-
-Sim. -Susan me cortou, com os olhos nublados mirando nos meus. -Não foi o papai quem atirou e eu tenho certeza agora.
-Como você pode ter certeza? Você era nova, estava ferida e além disso, não disse nada na época.
-É, eu sei, eu sei! -Susan exclamou levantando do banco. -Mas hoje depois do tiro, eu senti um cheiro forte de alguma coisa naquele homem. Químico, um tipo de querosene, mas não era. Só sei que senti exatamente o mesmo cheiro aquele dia!
-Dentro da barraca?
-Quando eu senti o cheiro, foi como se eu tivesse voltado lá. -Seus olhos se perderam em meio às lembranças. -Eu tinha acabado de ser baleada, minha cabeça sangrava. Ele me levantou. Foi quando senti o cheiro. Quando ele me colocou no meu saco de dormir...
-Seu pai?
-Não Jungkook! Esse cara tinha barba! Não era meu pai... Estou te dizendo, tinha mais alguém lá aquela noite. Ele matou minha família e tentou me matar! Não foi meu pai!
Aquilo não fazia o menor sentido. É claro que o pai atirou, a perícia concluiu o caso a anos e tudo apontava para ele.
-Su, você deve estar estressada com tudo o que houve e isso pode ter mexido com você, as lembranças podem estar bagunçadas ou podem até ser falsas, seu cérebro pode estar inventando por causa do choque-
-Você está falando que eu estou louca? -Os olhos antes nublados, agora pareciam nuvens escuras prestes a trazer o maior dos dilúvios com fúria.
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Esse Caso é Meu!
FanfictionPark Jimin e Jeon Jungkook são policiais investigativos que se odeiam e acabam sendo obrigados a trabalhar juntos no caso de assassinato da família McCartney. A investigação se mostra bastante complicada, mas o mistério mesmo está em conseguirem con...