ಌ࿔ sem toques

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Chenle se concentra antes de virar a panqueca. Seus pequenos olhos se apertam na tentativa de ter total foco sobre o que faz. Segurando com as duas mãos o cabo da frigideira, o mais novo arrisca uma manobra. A panqueca voa, mais alto do que as de Jeno, mas, para o alívio de Chenle, ela volta sã e salva para a frigideira. Jeno, ao lado do mais novo, nota como as habilidades culinárias de seu dongsaeng aprimoraram de um medroso Chenle para um corajoso cozinheiro.

— E pensar que você tinha medo do óleo quente. — Jeno comenta sorridente, orgulhoso demais do seu aluno. 

— É porque não estamos mexendo com óleo. — mesmo que feliz consigo mesmo, Chenle é modesto quanto ao elogio recebido. — Mas se você ficar me vigiando não vamos comer nunca, assim eu fico mais nervoso.

— Eu também acho. — Renjun, sentado à mesa, diz impaciente. — Chenle demorou exatos dez minutos pra virar uma panqueca, Jeno, uma! Se você ficar aí não vamos almoçar nunca!

— Então vem cá e faz o recheio você mesmo. — Jeno o responde com uma careta, recebendo de volta um rolar de olhos.

— Jaemin, você não pode fazer pra gente? — Renjun pergunta ao garoto que acaba de chegar.

Nara se esgueira entre os ombros largos de Jaemin olhando tímida para o restante dos garotos. Ela evita tocar em Jaemin, pelos dois não serem tão próximos, mas não consegue deixar de se esconder atrás dele. Por outro lado, Jaemin, cuja expressão denota puro desinteresse com a situação, cessa seus passos ao estar próximo da mesa.

— Tanto faz. — diz aborrecido com os olhos caídos, em resposta a Renjun.

— Parece que alguém não gostou de ter ficado trancado no quarto. — Chenle comenta risonho. Foi ele quem destrancou a porta do quarto a pedido de Jeno que sentiu remorso em ter isolado o amigo por tanto tempo.

— Eu amo ficar no quarto sozinho. Amei a experiência. — o azulado diz irônico.

Jaemin se afasta de Nara a fim de continuar preparando o recheio de carne que Jeno começou a fazer. Os dois são os que mais cozinham, então é fácil para um continuar a receita do outro sem o prato ficar com uma mistura de temperos. Nara, percebendo o afastamento de seu protetor, fica imóvel diante dos garotos como se pudessem vê-la e descobrir que esteve escondida atrás de Jaemin esse tempo todo. Apesar de Renjun olhar em sua direção, ela segurando a respiração de nervosismo, ele não consegue vê-la e muda rapidamente o olhar para outro lado.

— Desculpa ter trancado você lá. — Jeno ajeita alguns fios rebeldes do cabelo azulado do amigo. — É que você parecia cansado, eu só queria ajudar. Se só falasse pra você descansar não ia ficar quieto no quarto.

— Não tem problema, Jeno, eu sei que tá preocupado comigo, mas de verdade estou bem. — Jaemin sorri de canto, parecendo ser sincero com Jeno, mas é uma forma do amigo deixar de encará-lo para que ele volte ao seu descontentamento misturando e adicionando coisas ao recheio.

O garoto olha para trás, o olhar indo de canto a canto a procura de Nara. A garota está entretida com a janela olhando os pequeninos carros lá embaixo. Seus olhos brilham pelos prédios estarem tão próximos dela, e ri ao dizer para si mesma que as pessoas parecem formiguinhas. Sem perceber, quase que no automático, Jaemin solta uma risada arfada e meio contida. Renjun, observando a expressão inerte do amigo, arqueia uma de suas sobrancelhas olhando na mesma direção que ele.

— O que você tá olhando? — demanda curioso, o olhar voltando para Jaemin.

O azulado se surpreende e volta a cozinhar, preferindo não responder.

— Renjun, arruma a mesa. — Jeno diz depois de um sorriso orgulhoso para Chenle, após ele virar com sucesso mais uma panqueca.

O garoto levanta incomodado da mesa e vai até o armário procurando o conjunto de pratos mais fáceis de pegar.

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