Sixteen

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N/A: perdão pela demora, leiam as notas finais!

...

Harry tinha os lábios franzidos, observando o pátio do St. Mungus através de uma das longas janelas do quarto ao tentar se acostumar com o cheiro típico de hospital.

Embora nada de muito grave houvesse ocorrido com o pai de Draco, ele ainda estava no estado semiadormecido por causa dos remédios, acordando durante segundos e tornando à inconsciência quase que de modo imediato.

Os medibruxos e curandeiros pareciam não entender ou entrar em um consenso sobre o que estava acontecendo com Lucius: ao mesmo tempo em que os gráficos cerebrais apontavam que uma forte pancada em sua cabeça havia sido deferida, seu corpo mostrava sinais claros de que alguma maldição estava por trás daquilo tudo.

O loiro mais jovem não conseguia sequer sair de perto do pai, temendo que algo ainda mais desastroso pudesse acontecer ainda naquele dia. Draco, por diversas vezes, aparentava segurar a respiração por tempo demais – mesmo que não soubesse o motivo inicial para tal ato – para então suspirar pesadamente com a testa enrugada em uma careta.

As aulas em Hogwarts haviam sido suspensas e isso aterrorizava Malfoy: se nem Hogwarts era segura, que lugar seria?

Ele não entendia, em primeiro lugar, tudo o que estava acontecendo e as suspeitas acerca de sua família não ajudava muito o estado mental do garoto, aterrorizando-o ainda mais com a possibilidade de que o nome Malfoy fosse, mais uma vez, levado à lama. E o pior: temia que tudo fosse verdade e que seus pais possuíam alguma ligação com toda a loucura de sua tia Bellatrix.

E esse era o maior problema de todos, de alguma forma.

Draco não sabia em que ou quem acredita, uma vez que todas as pessoas mais velhas achavam justo mentir descaradamente para as pessoas mais novas, pensando que isso amenizaria a situação. Para o loiro, tudo aquilo era uma grande merda sem fim que não fazia o menor sentido. Eles não eram crianças, precisavam saber da verdade e do quão grave a situação poderia ser.

No entanto, obviamente todos discordavam, acreditando que estariam protegendo seus filhos e parentes. Com isso, a irritação de Draco só tendia a aumentar, querendo descontar toda aquela raiva e angústia reprimida em algo, nunca sentindo tanta falta do cigarro como naquela hora.

Em algum momento, porém, ele começou a caminhar de um lado para outro, mordiscando as pontas dos dedos algumas vezes.

Harry sentiu algo dentro de si queimar, pouco antes de uma vibração na janela. Franzindo a testa, desviou o olhar para o loiro. "Draco, você precisa acalmar sua magia ou vai acabar abrindo um buraco no piso."

Então veio a risada amarga sobrepondo a fala arrastada:

"Claro, porque é fácil assim. Um botão na cabeça em que posso desligar a porra dos meus pensamentos."

Ele estava na defensiva e Potter sabia disso. "Eu não quis dizer dessa forma" tentou diminuir a tensão, "está dando pra sentir sua ansiedade."

Draco suspirou. "Mais uma coisa bizarra e errada para lista de preocupações" ele parecia contemplativo olhando para o teto. "Brilhante, como sempre!"

O sorriso sarcástico incomodava Harry de uma maneira que ele tinha vontade de chacoalhar Draco pelos braços.

"Eu também quero que toda essa porcaria acabe logo, se você ainda não percebeu."

O loiro soltou um estalo com a língua antes de se sentar em uma poltrona próxima à cama de Lucius. "Claro" ele olhava diretamente para os olhos esmeraldas. "Você só não está se importando muito, mhm?"

Friends Shouldn't Kiss - {Drarry Fanfiction}Onde histórias criam vida. Descubra agora