A lua cheia brilha sobre o pelo cinza dos lobos que uivam em sua direção. Na escuridão da noite, um leão rasteja furtivamente sobre o solo fértil da floresta das trevas, em busca de sua presa (uma pequena e inocente gazela). Seu instinto o tenta, a cada passo cuidadoso que realiza sobre o solo escuro, porém, o felino sabe que deve esperar pelo momento certo. O caçador, astuciosamente, percebe que seu alvo se encontra distraído, saboreando uma moita de amoras silvestres. Ele então se aproxima e, furtivamente, se camufla entre algumas gramas altas, logo se fixando à duas caudas de distância da gazela.
No exato momento em que o felino entra em posição de ataque, uma estranha e gigante sombra passa pairando à dois metros da presa, que pelo mínimo ruído (a sombra colide um pouco com as folhas das palmeiras) assustasse. Seu corpo entra em alerta já quase entrando em disparada. Neste segundo o leão salta, colidindo e fixando suas poderosas garras no corpo frágil do infeliz herbívoro que, assustado, tenta desesperadamente correr, porém, já é tarde demais. O agressor, com um impulso, vem a lhe perfurar o pescoço com suas afiadíssimas presas. A gazela tenta tolamente se libertar, porém, é em vão. A técnica mortal de sufocar seus adversários passada de geração em geração se mostra eficaz. Logo, a pobre caça não aguenta a falta de ar e desaba. O leão, percebendo a inércia de sua vítima, logo a ergue triunfantemente. O rei da floresta, agora satisfeito, com seu jantar entre os dentes, olha curiosamente para a direção onde a misteriosa sombra foi.
A tal criatura, dona da peculiar sombra, continua pairando, até um momento em que quase ultrapassa os limites da floresta. Neste instante, ela acaba colidindo e adentrando as folhas de uma enorme árvore juazeiro, esta onde não se via mais tronco, apenas enormes folhas escuras que colidiam com o chão. Após alguns segundos, um semblante muito menor que a anterior, salta celeremente de dentro da árvore para o solo. De súbito, uma luz azul começa a emanar da sombra, contudo, esta se desfaz em questão de segundos, em seguida sua fonte. Esta que, agora, se encontra correndo à alguns metros à frente.
O curioso ser continua ganhando velocidade. O solo ao seu redor vai perdendo cada vez mais terra, conforme sua corrida prossegue. Logo ele se vê em um ambiente plano, repleto de solo rochoso, possivelmente calcárico. Seus olhos, até agora acostumados com as trevas, de repente colidem com o seu atual maior inimigo “a luz”. É uma rápida batalha. As trevas aos poucos são consumidas, dando espaço a sua rival pura e luminosa. Os olhos a rejeitam de início, porém, com o tempo, eles apenas se acostumam à sua nova colega de viagens. A luz branca se origina de pontos localizados à cerca de três metros de altura, sustentados por enormes colunas cilíndricas de mármore, estas que apresentavam um cinza desbotado e cerca de dez metros de comprimento. Os estranhos “faróis” eram bem famosos. Entre os humanos, eles são chamados de klunds, estes sendo um tipo de poste feito de madeira ou mármore que, no topo, fixa-se, com uma corda e magia, um gigante minério caracterizado por emitir uma luz natural, “klink” era o nome dele. Com a presença da luz, o visual da sombra, que já não é mais sombra, é revelado: um garoto humano. Seus olhos vermelhos flamejantes se iluminam em colisão com o brilho dos klunds, sua pele parda o destaca em todo aquele chão pálido. Sua roupa um pouco acabada denuncia experiência em batalha. Estas que eram compostas de uma camisa preta, calça curta vermelha, botas e luvas marrons, localizado em um suporte preto em sua cintura, uma espada de aço que não parecia ser grande coisa e uma aparente mochila escura que se camuflava em sua camisa acabada.
O humano aos poucos exerce uma aceleração contrária à sua velocidade, retardando seu movimento, até que para de vez. O cheiro poeirento flui por seu nariz no momento que recupera o fôlego. Em seguida inicia uma caminhada, um pouco cauteloso.
- Klunds? Eles costumam ser construídos por gigantes...ummm....talvez seja só uma coincidência - Ele tolamente murmura.
Subitamente, uma presença em seu interior começa a ecoar.
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A Masmorra do Caos - Eternizados
FantasyNo antigo e renomado hospital Myantno, localizado na cidade Undime, uma misteriosa, bela e quebrada garota repousa. Sua origem, identidade e nome continuam desconhecidos. No mesmo universo, um jovem e ousado garoto localiza-se na entrada de uma masm...