♡. 007; any

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Eu estou completamente desanimada para essa festa, mas é a festa de aniversário de Heyoon (mesmo que o aniversário dela seja no meio da próxima semana, ela quis fazer de uma vez) e eu não posso faltar a festa de aniversário da minha melhor amiga.

Uma parte se mim, o diabinho sentado do lado direito do meu ombro, grita para que eu fique com metade das pessoas nessa casa, para que esfregue na cara de Josh uma mentira, a mentira de que já superei nosso relacionamento de 2 anos.

A outra parte, o anjinho sentado no ombro direito, grita para que eu seja sincera quanto a meus sentimentos, e peça para voltar com o Josh, para que peça desculpas pelo meu surto e deixe as coisas voltarem a ser como deveriam ser. Para que voltemos a ser só eu e ele, e para que eu volte a terminar meus dias sabendo que no dia seguinte terei seus abraços e beijos.

Mas, na verdade, tudo oque minha cabeça quer é que eu me divirta nessa festa, seja eu mesma e ignore todo o resto, e meu coração quer que eu me tranque no primeiro quarto que eu encontrar e chore até amanhecer.

Mas, contrariando todos eles, estou aqui, sentada na bancada da cozinha de Heyoon, de onde tenho uma visão de todo o corredor e uma parte da sala, bebendo mais do que deveria e esperando que tudo acabe, para que eu possa voltar a sofrer no meu quarto.

Resolvo sair dali, então pulo da bancada, tomando cuidado para não torcer meu pé, já que estou de salto (Heyoon e Sabina me obrigaram a usar, junto com esse vestido preto apertado e essa maquiagem exagerada demais para mim). Assim que meus pés encostam o chão, olho para a porta, vendo ninguém menos que Josh Beauchamp, meu ex, passar pela porta ao lado de Krystian. Tenho que segurar com força o balcão atrás de mim para não cair  e depois de alguns segundos — que mais pareceram uma eternidade — desvio o olhar e pego meu copo, saindo dali sem olhar para trás.

Sei que, se olhasse novamente em seu rosto, e visse um sorriso sincero, mostrando que está realmente feliz, iria chorar, por saber que a única que está sofrendo aqui sou eu. Eu sei o quão idiota é que eu fique triste por ele estar feliz e seguindo em frente, mas eu não consigo evitar. Sou egoísta, e não consigo aceitar que ele me supere tão facilmente.

Resolvo ir até a sala, e passo meus olhos  por todo o local, procurando alguma de minhas amigas, até encontrar Sabina no canto da sala, bebendo alguma coisa (chuto que seja tequila) com seu celular na mão.

Me aproximo relutante, e me encosto na parede ao seu lado, fechando os olhos e suspirando. A música toca alta demais, e meus pés estão começando a doer por conta do salto. Já bebi um pouco mais do que devia e sinto que deveria ir embora antes que algo de muito errado.

Mas, como já era de se esperar, ignoro as vozes gritando para que eu vá embora, e pego mais uma bebida, convencida a passar o resto da noite bebendo para esquecer que meu ex está a poucos metros de mim.

>> >> >> >>

Chocada. Idiota. Burra. Irritada.

Era assim que eu me sentia.

Escuto meu copo se chocar contra o chão, molhando-o, e molhando também meus pés, assim que vejo Josh beijando uma garota perto do banheiro no corredor. Sinto as lágrimas começarem a sair, e sem pensar direito — em parte, por culpa da bebida — saio dali o mais rápido possível, indo para fora de casa com rapidez.

Vou em direção a meu carro, com os olhos um pouco embaraçados, e depois de algumas tentativas falhas, finalmente consigo destrancar a porta e entrar, me jogando para trás no banco e me permitindo finalmente chorar.

Meu coração estava apertado, a respiração acelerada e minha visão embaraçada. Ali, dentro do carro apertado, quente e escuro, a cena de Josh beijando outra se repetia diversas e diversas vezes em minha cabeça, e eu só queria que aquilo parasse.

Eu realmente deveria ter ido embora mais cedo, assim que ele chegou. Eu não deveria ter bebido mais, não deveria ter ficado lá, e não deveria ter ido atrás dele quando o vi sair da sala.

Quando as lágrimas finalmente param de cair, seco meus olhos, agora, provavelmente borrados por culpa da maquiagem, ligo o carro e saio dali o mais rápido possível. Eu não deveria dirigir no meu estado, mas não estou nem um pouco preparada para entrar novamente naquela casa e procurar alguma amiga minha que esteja sóbria. Acreditem, nenhuma delas deve estar sóbria a essa hora.

Não faço a mínima ideia de para onde estou indo, só sei que não podia ficar aqui. E de repente, percebo que não me lembro o caminho da minha própria casa. Continuo dirigindo até chegar em um lugar familiar, e saio do carro, me sentando na calçada.

Pego meu celular para procurar alguém para ligar, mas, como sou a pessoa mais azarada do mundo, ele está descarregado!

Olho envolta e encontro um telefone fixo do outro lado da rua. Não faço a mínima ideia se essas coisas ainda funcionam, mas não custa nada tentar.

Vou até lá, e tento pensar em algum número de celular que eu conheça. Digito o primeiro que vem a minha mente e espero que a pessoa atenda.

— alo? – Fala sério. Eu tinha que ligar justo para ele?

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Ta tarde, eu sei, mas só consegui postar agora

𝗕𝗢𝗬𝗙𝗥𝗜𝗘𝗡𝗗 ━━ beauany [✓] Where stories live. Discover now