Os dias passaram voando. Passei a maior parte da terça-feira com Camille Dofort e Leopold Mathieu. Eles eram melhores amigos, ou pelo menos era isso que diziam a todos.
Camille havia se tornado capitã do time de handbol quase que instantaneamente, todos reconheciam que ela nascera para isso -- e seria estupidez ignorar. Ela tinha cabelos loiros e longos, com pequenos cachos nas pontas. Vivia bronzeada, porque não perdia nenhuma viagem com as fraternidades. Ela conhecia a todo mundo, e todo mundo a amava, inclusive eu. Sinto que em outras vidas ela tenha sido Aquela pessoa para mim. Aquela que é seu piloto de fuga, companheira de decisões descabeçadas e acima de tudo é aquela pessoa que não importa a situação, vai de peito para te defender.
Já Leopold era magro e baixo. Poucas pessoas o conheciam, mas com certeza era uma pessoa querida. Ele também fazia parte do time de handbol, mas parecia ter sido esquecido após a ascensão de Camille. A amizade deles nunca foi a mesma, mas mesmo assim, nenhum dos dois admitia.
Mas, o que é a adolescência se não um devaneio coletivo? Sem brincadeira! em poucos anos, nenhuma memória será a mesma em nossas cabeças, então não podemos nos deixar apegar a fatos tão banais, que se desintegrarão em nossos subconscientes com o passar dos anos.
A quarta-feira foi ainda mais calma. Passei o dia treinando com Agnes e as meninas do time. Aconteceria um jogo na quinta, então deveríamos estar preparadas. A escola toda viria assistí-lo, inclusive os professores.Enfim chegou a noite do jogo. Eu estava vestindo meu uniforme, que moldava meu corpo perfeitamente: a regata apertada desenhava meus seios, e valorizava minha cintura. Já a saia deixava minhas coxas grossas lindamente expostas. Ambas as partes eram feitas com tecidos vermelho e branco, que realçavam a cor exótica dos meus cachos ruivos, que estavam presos no alto de minha cabeça por um laço branco. Eu me sentia muito mais do que pronta para aquela noite. Havia uma excitação dentro do meu peito que me dizia que aquela noite seria diferente.
A abertura levou vinte minutos, e todo o time foi perfeito. Os alunos vibravam a cada passo e acrobacia feita, estavam famintos pelo jogo tão esperado e extasiados com a linda torcida que organizamos. Mas, no meio dos rostos familiares, estava o único que me fez perder completamente o ar. Os olhos de Forrest me faziam queimar por dentro, e cada movimento meu era especialmente para ele. Naquele momento, eu só queria que ele pudesse me desejar como eu o desejava, mas o seu rosto parecia inabalável. Passei o resto do jogo torcendo junto aos outros, ganhamos por 14x0 do time da faculdade rival.
Quando o primeiro jogo terminou, decidi ir ao vestiário para arrumar meu cabelo e checar todo o resto. Peguei minha mochila, e involuntariamente busquei por aqueles olhos inesquecíveis, porém foi em vão.
Entrei no vestiário e tirei da bolsa minha necessarie. Decidi passar um batom escuro, da cor do meu uniforme. Soltei o cabelo, e entrei na cabine. Pensei em tirar as roupas da apresentação e ir embora. Não estava mais tão animada com a noite, pois a pessoa que eu gostaria de ver já não estava mais lá. Comecei a me perguntar se ele estaria com sua namorada enquanto tirava minha blusa, até que ouvi a porta do vestiário bater.
Abri a cabine para ver quem estava lá, e de repente, não havia mais chão. Era ele. Bem na minha frente. Me olhando como se eu fosse a visão mais preciosa existente no mundo. Abri meus lábios para recuperar o ar; foi quando ele xingou: "Porra!", caminhou até mim e me beijou forte como se dependesse daquilo para sobreviver, enquanto agarrava meus cabelos pela nuca e arranhava minha pele exposta. Eu não sabia o quanto precisava dele, até senti-lo.

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O segredo de Loanna
Fanfiction''O segredo de Loanna'' irá te introduzir à vida até então monótoma da adolescente, que cruza uma linha intensa com seu professor. Mas que está prestes a mudar quando, durante uma festa em uma fraternidade, presencia um crime e precisa começar um jo...