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Um suspiro cansado escapou de meus lábios ao me ver sentado em meio de tanta gente naquele refeitório cheio demais. Você ria e falava mais e mais com os dois rapazes sentados à frente numa epifania calorosa e abrangente, trazendo toda e quaisquer atenções para ti porque bem, esse é você.
Animado e contagiante demais para passar batido em qualquer lugar que vá, já eu apenas me mantia quieto e calado em meu canto cutucando a comida que havia pego sem nenhuma intenção de comê-la, esperando o momento em que você pegaria a bandeja de minhas mãos e devoraria meu alimento intocado. No entanto esse momento nunca chegou pois você estava ocupado demais vendo ela caminhar entre as mesas com um sorriso gentil enquanto cumprimentava as pessoas e eu tinha de admitir, ela é perfeita para ti, mas isso não me fazia ficar feliz e sim melancólico.
Empurrei a bandeja e arrastei a cadeira para trás me levantando e indo embora do refeitório sem olhar para trás e ignorando seus chamados confusos, as lágrimas irrompem de meus olhos assim que me vejo sozinho.
Sozinho, era assim que eu ficaria para sempre e mais que a eternidade, afinal quem amaria alguém como eu? O amargor nunca foi tão difícil de engolir depois desse dia e nunca foi tão complicado ver seus sorrisos dirigidos à ela e o seu suéter que anteriormente era eu quem usava.
