01. Prólogo

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Mais um dia chato na faculdade, quem salva mesmo meus dias é Betty minha melhor amiga. Não sou de muitos amigos, desde que cheguei em Londres para estudar só fiz amizade mesmo com Betty e é claro com as tiranas que moram comigo. Bom, na verdade eu moro com elas. É uma longa história, resumindo eu precisava de uma casa para ficar e não tinha dinheiro algum para comprar ou alugar uma. Encontrei uma família na internet com duas irmãs de mãe solteira, entrei em contato imediatamente. Expliquei bem que não tinha dinheiro e entramos em acordo de eu servir como serviçal pra elas em troca da casa. Para mim foi uma ótima ideia de cara, então aceitei. Agora faltando um ano e meio para o fim da minha faculdade estou mais que cansada de tudo isso, elas são más e abusivas, mas preciso aguentar firme até terminar meus estudos. A Comun é a melhor faculdade de comunicação de Londres e tive a sorte de ganhar uma bolsa integral, aguentar duas "irmãs" idiotas e uma "mãe" mandona é o de menos.

- Ophelia! – Betty me cutuca, fazendo com que minhas atenções voltem para a aula. Você já desenhou na mesa inteira sua doida! – Ela sorri.

Desenhos entre aspas ok? Eram mais uns rabiscos sem forma.

- Essa aula tá chata demais. Olha sério quatro aulas da mesma professora é tortura. – Sussurro.

Para terminar de me passar raiva a professora resolve passar um pequeno texto para ler e depois responder umas cinco perguntas, sorte que foi em grupo. Fiz com Betty, óbvio. Betty é muito inteligente e me apoia em tudo que faço, ela odeia as irmãs megeras tanto quanto eu e me protege sempre que pode das maluquices delas. Estamos quase terminando quando ouvimos um aviso no auto falante. É o coordenador geral da faculdade.

"Alunos e alunas, atenção. O horário de intervalo será utilizado para um grande aviso, portanto preciso de todos às oito e meia, no auditório principal. Obrigado."

Assim que o coordenador se calou a sala virou um caos de conversas e palpites para desvendar que grande aviso é esse.

- O que você acha Ophelia? – Betty marca a resposta de uma pergunta no texto.

- Acho de que? – Pergunto.

- Do aviso sonsa. Você está longe demais hoje Ophelia. Não é só hoje, mas hoje está mais avançado.

- Deve ser algo como um sorteio de rifas valendo um carro para ajudar aquele abrigo de idosos, lembra ano passado?

A Comun é uma faculdade bem solidária e nos envolve em vários projetos em prol da caridade, eu e Betty sempre ajudamos e é realmente muito gratificante. Por sorte nós terminamos a atividade antes do intervalo e quando bateu as oito e meia fomos uma das primeiras a sair da sala e ir direto para o auditório principal. O auditório é de tamanho mediano afinal só temos turmas de relações públicas, publicidade e propaganda, marketing e jornalismo (Até porque é uma faculdade de comunicação né), mas enfim as turmas são bem grandes e conseguem encher bem o auditório principal que é o maior da faculdade. Entramos e sentamos na primeira fila. Estamos bem ansiosas e logo nossas vozes se misturam com as vozes do restante dos alunos também curiosos que aqui estão. Minutos depois o coordenador geral, Roberto a quem carinhosamente chamamos de Berto assume o microfone e consegue fazer todo mundo ficar de boca fechada.

- Caríssimos alunos e alunas é com enorme alegria que anuncio o projeto de caridade desse ano. Vamos ajudar uma ONG, teremos alguns eventos que vocês vão amar tenho certeza. – Ele diz com uma cara engraçada e todos sorriem. Nosso trabalho é conseguir roupas, dinheiro e divulgar o projeto dessa ONG como puderem. Amanhã vamos receber três visitas ilustres que são os donos dessa ONG.

- O nome! – Um aluno do fundo grita.

Logo em seguida estão todos gritando "o nome, o nome, o nome". O diretor faz sinal com as mãos pedindo para fazermos silencio.

- Já que vocês insistem. O nome da ONG é The Brothers Trust e as visitas são os irmãos. Sam, Harry e Tom. – Quando ele disse Tom, já começamos a ouvir alguns gritos. O último sei que vocês conhecem bem né? Ele é o homem aranha.

Explode uma intensa gritaria e comemoração. Eu e Betty estamos nos olhando atônitas são reação alguma e surpresas demais para gritar ou falar alguma coisa. O diretor pede silencio novamente.

- Esse é o maior projeto da nossa faculdade até agora, portanto peço o apoio e a colaboração de todos e por favor sem histeria e gritaria com os convidados, amanhã eles estarão aqui e explicarão mais sobre o que vamos fazer e claro contarão mais novidades. Obrigada pela atenção e a presença de todos. Bom dia a todos!

Aos poucos o auditório foi se esvaziando, mas eu e Betty continuamos lá parecendo estatuas.

- Amiga eu to em choque. – Betty diz uns dois minutos depois.

Conseguimos levantar e caminhar um pouco para aproveitar o pouco de intervalo que nos resta.

- Ai precisamos tratar ele como alguém normal né? – Digo depois de ficar quase meia hora calada.

- Normal? Ele não é né. Ele é famoso tenho certeza que muita gente vai ficar no pé dele pedindo autógrafos e fotos.

- Que vergonha, ele não está aqui para promover filme a função dele é só falar da ONG dele e conseguir ajuda.

- É Ophelia, eu sei, mas ainda sim ele continua famoso. Tá com ciúmes dele?

Olho para Betty sem entender e solto uma gargalhada irônica.

- Ah claro até porque a gente namora há anos sabe? Faça me o favor Betty por que eu sentiria ciúmes de alguém que nem sabe que eu existo?

- Todo mundo sabe que você é apaixonada por ele, bom na verdade eu sei. Olha seu papel de parede até uns dias atrás era uma foto dele, eu que mudei para uma foto nossa.

- Eu sou apenas uma fã Betty e olha provavelmente nem vou conseguir chegar perto dele.

- É só enfrentar a multidão de outros fãs, pegar um autógrafo e tirar uma foto. Bem simples não acha?

- Idiota. Eu não sei parece sei lá se humilhar demais.

- Não acredito Ophelia. Seu artista favorito aqui e você não vai ter coragem de chegar perto dele?

- Ai não sei Betty. Por favor vamos mudar de assunto. Vamos falar sobre as roupas que precisamos trazer para doar ou vamos falar sobre o quanto tenho o dia todo de faxina hoje. Ai que droga!

- É nisso que você tava pensando né? No trabalho – Ela faz aspas com os dedos.

Já deu o horário para voltar, mas como eu e Betty terminamos a atividade decidimos ficar andando por mais um pouco.

- Matando aula empregada? – Tivemos a desonra de encontrar com uma das irmãs do mau.

Renata e Rebeca são gêmeas bivitelinas. Parecem sei lá duas gêmeas do mau que fazem de tudo para me implicar.

- Na verdade eu e a Betty termi...

- Ah vai se danar garota. – Betty diz e me puxa.

Deixamos Renata falando sozinha e foi engraçado. Logo voltamos para aula e por sorte o tempo passou voando. Me despeço de Betty e entro no carro da Senhora Paula. A mãe das gêmeas.

- Oi Ophelia! Quando chegar em casa preciso te passar uns serviços que precisam ser feitos.

- Ok! – Respondo sem entusiasmo.

Logo chega às duas bobocas, entraram no carro já contando sobre a vinda de um famoso na faculdade.

- Mãe pensa essa é nossa chance.

- Já até imagino minhas filhas namorando pessoas ricas e famosas.

- Bom o foco é conseguir o Tom, mas como ele é só um podemos concordar em namorar um de seus irmãos.

- Quem fica com o Tom? – Pergunta Rebeca.

- Vamos ter que tirar no cara ou coroa.

- Vocês são lindas e muito maravilhosas filhas, tenho certeza que vão chamar a atenção deles logo de cara.

Estou olhando a paisagem lá fora passando rápido e só consigo pensar em como elas juntas conseguem ser tão idiotas. Sinto até uma pontada de pena do Tom e dos irmãos dele, porque vão ter que aguentar elas o tempo todo nos pés deles.

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