Booh

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"O sentimento de vazio, não existia nada, o peso das vidas que foram retiradas não pesavam mais como antes. Com o passar do tempo, quando passa a seguir o seu "propósito", se é que existe algum, como um soldado cego que não vê a sua volta, apenas a missão que o foi destinada. O que é uma vida retirada quando a sua missão é dada como um propósito maior? O que é uma mísera morte comparada ao mérito de chegar até o topo e perceber que toda a sua jornada infeliz não teve nenhum propósito? Muitos devem julgar isso como um ato imbecil, mas eles não puderam vivenciar o que levaram a cometer a esses atos, escolher entre uma vida ou outra, ver a morte te encarar diversas vezes.

Mas cadê o direito de escolha? Por que escolheu seguir por esse caminho? Você deve estar se perguntando. A escolha não existi nesse mundo, sempre haverá algo ou alguém sussurrando indiretamente em seu ouvido o que você deve fazer. Nós não podemos mudar a escolha que nos obrigaram a tomar. Nós somos os escravos daqueles que ditam as regras. E mesmo que conseguíssemos mudar isso, o que poderíamos fazer? Nós estaríamos mortos, e não tem nada além do vazio depois da morte. Como eu sei disso? Pois eu estou morta. Mas como eu poderia estar aqui agora? Morrer não significa apenas o coração parar, você pode estar morto por dentro, mas ainda estar respirando.

Não importa quanto tempo passe, essa sensação só parece aumentar. E cada dia que passa, faz mais sentindo seguir o que te foi destinado, sem nenhuma objeção. A dor que nos moldou, nos transformou em soldados sem consciência. O sofrimento da vida que tivemos não nos incomoda mais como antes. Pelo menos não a mim, eu não sinto mais dor em ver a vida que eu vivi, e o desejo de voltar para ela. De voltar para você. Eu não posso apagar o meu passado, o que eu fiz, o que eu faço, é o que eu continuo fazendo. Já que tudo isso iria acontecer em algum momento, no passado, presente, ou futuro. O passado, presente e futuro ocorrem ao mesmo tempo, o que os separa é uma mísera barreira, que eu vejo todos os dias minha miserável vida. Se é que se pode chamar disso.

Eu sei que você não irá ler isso, minha cara Mia. Mas o que me faz ter um mísero sentimento de dor, o que pode me trazer novamente a ser sã. Eu não posso te esquecer mesmo após todos os atos horríveis que eu cometi. Eu não posso apagar o sentimento de dor por não estar ao seu lado, e por eu ter partido tão cedo. Mas eu entendo que eu sou um soldado que foi chamada, forçada, a carregar o fardo dessa missão. Eu não posso pedir o perdão pelo o que eu fiz, porque eu não perdoei a eu mesma, e sinto que nunca irei. Mas eu peço desculpas, por toda a dor a qual eu te causei, e ainda causo. Pois a cada dia que passa, eu posso sentir o seu sofrimento como se estivesse em mim. E peço desculpas pelo o meu egoísmo por conta da sua dor, mas isso é a única coisa que me faz sentir humana.

De sua até então amada, Lexie."

A caneta que Alexis segurava parecia queimar com o peço das palavras que ela havia escrito. Ela escrevia todas as noites cartas destinadas a sua família, mesmo sabendo que mesmo se ela tivesse a chance, elas nunca seriam entregues. Com as noites mal dormidas isso se tornava frequente. Uma tosse fraca é ouvida, ela olha para a porta de seu quarto encontrando os olhos frios de sua superior.

- Te foi a dada a missão de recrutamento, temos um candidato de seu mesmo nível.- ela diz enquanto um holograma se formava na mesa em que Alexis estava a escrever agora a pouco. Consistia em informações sobre o novo candidato. O nome dele é Jonathan Kent, idade 25 anos, filho de Clark Kent e Lois Lane, do universo 308, Terra 21, o seu nível foi dado como 11, que é considerado com um alto nível de poder, e suscetível ao caos. Que basicamente consistia em ter mesmo que uma pequena chance de se tornar um vilão, ou apenas ser considerado uma força indomável. A causa de sua morte foi uma explosão de kryptonita, pelo o relatório ele havia retirado todos os reféns, e quando foi desativar a bomba, já era tarde.

Into The UnknownOnde histórias criam vida. Descubra agora